É uma síndrome (conjunto de sintomas) que se manifesta nos dias que antecedem a menstruação provocando alterações no bem-estar e no comportamento da mulher afetada. A TPM é comum, mas não deve ser considerada normal, e nem deve simplesmente ser aceita como algo natural.
Estatísticas demonstram que 75% das mulheres são afetadas, sendo que 8% de forma muito grave. Porém, 7% delas nunca tiveram nenhum sintoma da TPM. Hipócrates, o médico grego, falou disto no ano 400 ac, mas as primeiras descrições a respeito desse problema só apareceram em 1931. Em um livro intitulado, “Aristocratas”, escrito com base em carta e diários de quatro irmãs da nobreza inglesa do século XVIII, bisnetas do rei Carlos II, uma delas diz: “Em certos dias, meus pobres nervos ficam em frangalhos e é difícil explicar o que sinto”. E sua irmã declara: “meu mal estar é indescritível”. Isso em 1779. A TPM realmente não é nova, nova é a sua popularidade.
A TPM pode ocorrer durante toda a vida reprodutiva da mulher, porém é mais freqüente em mulheres entre 30 e 40 anos de idade que (isso quer dizer quanto tem 30 ou 40 anos?) domiciliares (Schunurr, 1988); independentemente de nível cultural (Schunurr, 1988); raça e cultura (Janiger vol, 1972). A TPM traz consequências sócio – econômicas importantes (falta no trabalho e demissões), e tem relação não só com o aumento de acidentes (falta de concentração, cefaleia e letargia), como também com aumento da criminalidade feminina.
Por que as mulheres têm TPM?
Existem várias teorias que tentam explicar o porquê destas alterações, mas nenhuma é satisfatória. São alterações bioquímicas dos hormônios, variações nos neuro-transmissores, hábitos alimentares, estilo de vida e até mesmo hereditariedade. Tudo isso pode tornar a vida da mulher mais difícil e a do homem conseqüentemente mais complicada. Afinal todo ser humano, homem ou mulher, de uma forma ou de outra, sofre de TPM: o pai, o namorado, o amigo, o chefe, o funcionário. Todos estão em volta de mulheres que podem sofrer deste mal.
Índice
ToggleMuitos homens têm dificuldade em compreender estes sintomas, e muitos os consideram até mesmo “frescura” feminina ou, unicamente, um problema psicológico. Tendem a desvalorizar e estigmatizar as alterações de comportamento que podem, inclusive, aparecer de formas diferente
Todas as TPMs são iguais?
As TPM’s não são todas iguais. Para uma avaliação rigorosa e um tratamento eficaz é necessário que a paciente faça anotações sobre seus sinais e sintomas em pelo menos dois ciclos menstruais. Além de identificar a síndrome, a paciente deve anotar a intensidade dos sinais e sintomas qualificando-os em leves, moderados ou graves. Um gráfico – calendário com os detalhes poderá ser fornecido pelo profissional médico.
Para facilitar o diagnóstico e o tratamento, este gráfico – calendário orienta-nos para que possamos classificar as mulheres em 4 grupos de acordo com a prevalência dos sintomas descritos por elas.
Grupo I – Predomínio de ansiedade e agressividade
Você está de mal com a vida. Briga com todos principalmente com as pessoas de que você mais gosta e estão mais próximas. Fica extremamente agitada, apressada com tudo e emocionalmente muito instável.
Grupo II – Predomínio de alterações afetivas, principalmente sintomas depressivos
A depressão toma conta de você. Sem motivações para fazer suas atividades, chora por qualquer motivo e sente-se carente de afeto.
Grupo III – Predomínio de queixas de ordem física resultantes do acúmulo de retenção de líquidos.
Você percebe aumento de peso, as mamas ficam inchadas e doloridas e a barriga cresce. O intestino tem o funcionamento alterado.
Grupo IV – Predomínio de alterações alimentares desde a falta de apetite até o desejo insaciável de comer determinado tipo de alimento – por exemplo, doces.
A fome é incontrolável principalmente a vontade de comer doces e mais ainda chocolate. A ingestão de calorias aumenta, você engorda e isto pode desencadear a depressão.
Como saber se você tem TPM?
Observe se você apresenta nos últimos dez dias que precedem a menstruação – em dois ou três ciclos – cinco ou mais sintomas da lista abaixo. Esses sintomas deverão desaparecer ao termino do sangramento menstrual. Caso os sintomas persistam, NÃO É TPM.
1 – Humor depressivo, sentimentos de desesperança ou auto depreciativos
2 – Ansiedade e tensão
3 – Labilidade emocional
4 – Irritabilidade e/ou agressividade ou dificuldade nos relacionamentos pessoais.
5 – Diminuição do interesse por atividades cotidianas.
6 – Dificuldades de raciocínio, problemas de memória e de concentração.
7 – Cansaço, fadiga e perda de energia.
8 – Alterações do apetite e/ou aceitação ou não aceitação de determinados alimentos.
9 – Alterações do sono.
10 – Sensação subjetiva de opressão ou perda do controle.
11 – Sintomas físicos tais como endurecimento das mamas, cefaléia, dor muscular, inchaço e ganho de peso.
12 – Os distúrbios devem interferir marcantemente nas atividades do cotidiano – área profissional, social, afetiva e de relacionamentos em geral.
Tratamentos para a TPM
Não há um tratamento padronizado que sirva para todas as pacientes. Cada caso deve ser analisado individualmente para que possamos, através da prevalência de determinados sintomas, definir o tratamento adequado.
Em geral os tratamentos são divididos em 6 tipos, devendo ser integrados e complementares, visando sempre o bem-estar da mulher:
1 – Farmacológicos
2 – Dieta alimentar
3 – Prática de Exercícios
4 – Psicológico
5 – Acupuntura
6 – Terapia com Floral
Para cada um dos grupos (I, II, III, IV) será definido o tipo de tratamento.
1) Tratamento Farmacológico
Os medicamentos relacionados são produtos úteis que amenizam os sintomas, mas não são capazes de sozinhos, resolver o problema. A base do tratamento é a integração de todos as possibilidades terapêuticas. Embora existam fórmulas prontas ou manipuladas que podem ser adquiridas em farmácias, a utilização isolada deve ser provisória e sob prescrição médica.
– Vitamina B6 ansiolítos, calmante, Implantes Hormonais
– Óleo de primula
– Magnésio
– Cálcio
– Vitamina A
– Vitamina E
– Diuréticos antiinflamatórios
– Hormônios
– Contraceptivos
– Danazol
– Agonistas do GnHR
– Inibidores de Serotonina Antiiflamatório (Mirena e Implanon)
2) Dieta Alimentar
As principais recomendações incluem diminuição do uso de açúcar, sal, cafeína, álcool e gordura.
Insira em sua alimentação produtos dietéticos. Em vez de fazer três refeições ao dia, faça várias refeições pequenas para manter o nível de açúcar constante no organismo. Tente não ficar mais de 3 horas sem comer.
Alimentos Permitidos
– bolacha doce, pão sem sal
– arroz, feijão e macarrão
– carne de peixe, frango, miúdos
– hortaliças como: alface, acelga, almeirão, brócolis, chicória, couve, espinafre, repolho, couve-flor e outros
– legumes como: abobrinha, vagem, jiló, chuchu, quiabo, pepino, pimenta, cenoura, erva-doce, nabo, rabanete, beterraba
– suco de frutas
– frutas (com exceção das referidas abaixo)
Alimentos Não Permitidos
(esgotam as reservas de complexo B, alteram o metabolismo, a absorção do magnésio e causam retenção de líquidos)
– batata, beringela e espinafre
– frutas (laranja, grapefruit, papaya, abacaxi, tomate e abacate)
– alimentos naturais (leite, queijo, yogurte e requeijão)
– bebidas alcoólicas
– café, chá preto, chá mate, refrigerantes a base de cola.
– refrigerantes (principalmente os cafeinados como a coca-cola)
– doces (chocolate, bala, sorvete, etc…) e açúcar
– gelatina
– salgadinhos (batata-frita, amendoim salgado, castanha de caju, etc)
– pão com sal, bolacha, biscoitos em geral
3) Exercícios
Faça regularmente exercícios principalmente os aeróbicos que podem melhorar os sintomas mamários e a retenção de líquidos. Estudos têm demonstrado que mulheres que realizam atividade física aeróbica pelo menos três vezes por semana, tem menos sintomas de TPM que as sedentárias.
4) Psicológico / Mudança Comportamental
As mulheres que sofrem de TPM severa geralmente estão com alto nível de estresse e têm humor bastante variável. Assim sendo, mudanças nos hábitos de vida que podem estar prejudicando o equilíbrio emocional são bastante indicadas.
O Apoio Psicológico durante o tratamento da TPM é indicado, pois além de contribuir para o alívio do stress, das angústias e ansiedades que se manifestam nesta fase, proporcionam um maior bem-estar psíquico à mulher. Este espaço para o tratamento das emoções e das alterações afetivas visa oferecer à paciente uma maior compreensão das causas de suas angústias e ansiedades, trazendo, consequentemente, modificações em seu comportamento. Mulheres que freqüentam sessões de psicoterapia desenvolvem a autopercepção e lidam melhor com os sintomas. O psicólogo poderá oferecer um acompanhamento que busque fortalecer, na mulher, a capacidade de compreender e “administrar” melhor suas emoções.
5) Acupuntura
Acupuntura é uma técnica de tratamento milenar baseada nos conhecimentos da Medicina Tradicional Chinesa. O conceito de saúde está ligado à harmonia e ao equilíbrio energético do organismo, e esta harmonia pode ser conseguida através da introdução de agulhas em alguns pontos específicos do corpo. Esta conduta faz com que a energia circule de forma harmoniosa dentro de canais específicos determinados por esta ciência.
A Síndrome da Tensão Pré-Menstrual, em geral, descreve sintomas emocionais e físicos que ocorrem antes do período menstrual. A principal causa de ocorrência destes sintomas, segundo a acupuntura é a estagnação desta energia no fígado. Assim, o problema não está ligado ao funcionamento fisiológico do órgão,mas a sua função energética que sofre um congestionamento e provoca os sintomas.
6) Terapia Floral
Florais são infusões naturais extraídas de flores silvestres, que atuam nos estados psíquicos e emocionais de seres humanos e animais, removendo os bloqueios energéticos que resultam em doenças.
Os florais não causam dependência nem têm efeitos colaterais nocivos, e não é preciso suspender qualquer outro medicamento que se esteja usando.
Internacionalmente reconhecida, a terapia floral foi incluída no grupo de medicinas alternativas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde – OMS – em 1976.
A terapia floral por complementar outras formas de tratamento, não toma o lugar da medicina alopática, pois atua num nível mental e espiritual sem interferir em nenhum outro tipo de tratamento.
Dinan Dhom Pimentel Sátyro – Terapeuta Floral e Reki – CRT 36.673
Tratamento Individualizado
As TPM’s não são iguais, por isto não devem ser tratadas da mesma forma. Após a consulta médica e a avaliação do gráfico-calendário a estratégia terapêutica será definida: medicação, exercícios, apoio psicológico, acupuntura, florais.
Algumas sugestões são aqui apresentadas de acordo com o Grupo ao qual você pertence.
Grupo I – Ansiedade / Agressividade
Atividades relaxantes, como ioga, meditação, alongamento e caminhadas lentas. A acupuntura, que acalma o sistema nervoso, também é recomendada. Evite cafeína – presente no café, chá preto, Coca-Cola e guaraná, que é estimulante.
Alimentos refrescantes, como frutas e legumes, devem ser ingeridos pois diminuem o calor do corpo. Evite alimentos quentes, como chocolates, amendoim e frituras.
Grupo II – Depressão
Recomenda-se: Atividades estimulantes, como exercícios aeróbicos (step, corrida, caminhada, bicicleta e natação), sexo (que libera endorfina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer) e receber carinho sempre é muito bom.
Alimentos com sabor picante que dão mais disposição, como agrião, rabanete, tomate e gengibre
Evite bebidas e alimentos gelados.
Grupo III – Retenção hídrica
Dieta leve rica em frutas e legumes, e sem exagero no uso do sal. Leite e laticínios devem ser evitados, pois pioram a retenção de líquidos. Drenagem linfática e massagens ajudam a eliminar o excesso de água.
Alimentos vindos da terra, como cenoura, beterraba, mandioca absorvem a água. E também os que têm ação diurética, como melancia e pepino. Evite laticínios, açúcares e adoçantes.
Grupo IV – Compulsão a comida
Suplementos alimentares à base de magnésio, cálcio, vitamina B6 e vitamina E ajudam a corrigir o metabolismo. A soja – seja in natura, na forma de leite ou queijo (tofu – também é muito útil pois contém a versão vegetal do estrogênio um dos hormônios femininos) e favorece o equilíbrio do organismo.
Alimentos vindo do mar, como peixes e crustáceos, são bons porque aumentam a energia e diminuem a necessidade de açúcar. Evite doces pois quanto mais açúcar comer, mais vai querer.
Dicas para mulheres que tem TPM
Para melhorar a auto-estima neste período, capriche no visual usando maquiagem e roupas coloridas;
Ligue para os seus amigos, converse com eles para não cair em depressão;
Nos momentos de nervosismo, irritação e angústia, saia de casa, distraia-se, procure ainda espantar o mau humor escutando música relaxante ou descanse;
Diminua o sal da dieta ou troque-o por substâncias similares. O sal provoca a retenção de líquido, inchaço nas pernas, barriga e nas mamas;
Evite o cigarro, pois algumas substâncias associadas ao fumo pioram os sintomas da TPM;
Evite bebida alcoólica e doces, principalmente o chocolate, pois embora num primeiro momento possam dar a sensação de bem estar, em seguida podem agravar os sintomas;
Procure evitar compromissos importantes neste período. Com os nervos à flor da pele você corre o risco de dizer coisas que não deve e perder o controle. Adie discussões sob outras alegações;
Jamais revele o motivo, pois não soa muito profissional e isso pode ser usado contra você. Se for impossível esta transferência, ensaie o que pretende abordar, fale pausadamente – o menos possível – e fuja das discussões;
Aumente a ingestão de verduras e frutas principalmente aquelas que tem efeito diurético como morangos, melancia, alcachofra, aspargo e agrião;
Evite a ingestão de café e substâncias derivadas;
Evite o pessimismo . Leia pensamentos otimistas. Faça mais amor. A relação sexual seguida de orgasmo reduz a tensão e a irritabilidade;
Lembre-se: Por mais compreensíveis que possam ser os seus sintomas, as pessoas a seu redor não são culpadas por eles. Não abuse!