Quando 2% viram 1000%
Casei-me em julho de 2008, aos 36 anos e desde então eu e meu marido nunca fizemos qualquer tipo de contracepção. Esperamos pela tão sonhada gravidez por um ano e seis meses e foi então que começamos a ficar bastante preocupados, pois eu apresentava alguns cistos no ovário e cólicas bem fortes, desde que havia parado de tomar pílula.
O ginecologista resolveu investigar melhor o caso e para isso precisei fazer uma vídeolaparoscopia. Foi aí que tudo começou. Descobri que tinha endometriose nos dois ovários, útero, bexiga e próximo ao intestino, além disso, as duas trompas já estavam obstruídas, e não havia nada que pudesse ser feito.
Depois da minha recuperação, o médico disse que eu só poderia ser mãe por meio da fertilização in vitro. Ficamos arrasados.
Sentimo-nos extremamente sem rumo, no entanto, não perdemos a força para continuar lutando pelo nosso sonho. Procuramos uma clínica em 2010 e fizemos nossa primeira tentativa de fertilização in vitro. Meu FSH estava em 14, o que já não era um bom indício. Após a indução, consegui apenas um embrião que foi transferido. Em dezembro de 2010 tivemos o resultado negativo.
Depois de passados alguns dias e começando a me recuperar da decepção, a única coisa que me alegrava era a ideia de não desistir e procurar uma nova clínica. Comecei a pesquisar muito na internet sobre o assunto, descobri no IPGO o Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi e os tratamentos que ele realizava com mulheres que apresentavam FSH elevado. Fiquei bastante interessada e comecei a me animar novamente.
Marcamos a primeira consulta em março de 2011 com o Dr Arnaldo e sentimos muita confiança nele. Com nossas esperanças renovadas, resolvemos iniciar o tratamento imediatamente. O doutor, claro, pediu que eu realizasse alguns exames. Nessa época já estava com 39 anos. Meu FSH chegou a 28, um resultado difícil para poder dar início à FIV. Além disso, meu exame antimulheriano deu um resultado bastante baixo, 0,10 ng/mL, o que indicava falência ovariana. Diante desses resultados, o Dr. Arnaldo disse que minha chance de engravidar com meus próprios óvulos seria de apenas 2%.
Neste dia voltamos para casa completamente abatidos. Pensamos em tudo que tínhamos ouvido e decidimos que o nosso sonho era muito maior. E que na verdade não importava o que os números diziam, nós confiávamos em Deus e também nesse médico que já tinha tantas vitórias em sua trajetória.
Decidimos iniciar o tratamento com as medicações e vitaminas, que eram muitas. No mês de maio consegui um embrião muito bom, que foi congelado. Nos meses seguintes tentamos novamente, porém, tivemos um ciclo cancelado. Somente no mês de novembro conseguimos mais um embrião. Foram nove meses de muita luta, para conseguirmos dois embriões, mas tudo valeu a pena, pois após a preparação do útero, em seis de dezembro de 2011 os embriões foram transferidos.
Depois de dez dias de muita ansiedade, no dia 16, tivemos o resultado positivo do βHCG e com ele, a confirmação de que 2% podem, sim, se transformar em 1.000%. O importante é encontrar as pessoas certas para nos ajudar e acreditar que não há nada impossível. Em nossa história, nosso sonho de ontem converteu-se em nossa realidade.
Nosso bebê está com 12 semanas é lindo e simplesmente é tudo em nossas vidas.
Agradecemos principalmente ao profissionalismo, empenho e sensibilidade do Dr. Arnaldo, que tornou possível a realização de um sonho de uma vida toda e também ao carinho e atenção com que fomos tratados por toda sua equipe.
*Rosa e *Marcelo
*(o nome foi alterado para preservar a identidade da paciente)