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FATORES DE RISCO PARA MULHER MÁ RESPOSTA

Antes de se iniciar um ciclo de FIV, é necessária uma avaliação individualizada da paciente para escolher o melhor tratamento, assim como estimar as chances de
sucesso. Avaliar previamente se a paciente tem algum risco de má resposta é muito importante não só para programarmos um tratamento mais adequado, como
também para alertarmos sobre a possibilidade de o tratamento não corresponder ao esperado, evitando frustrações e surpresas futuras.


A principal razão para uma má resposta ovariana ao estímulo hormonal deve-se à presença de um reduzido número de folículos, ou seja, uma reserva ovariana diminuída, o que ocorre, na maioria dos casos, devido à idade avançada. Quanto maior a idade, menor a reserva ovariana e, assim, menor o número de folículos recrutáveis. Dessa forma, é esperado que a chance de uma má resposta aumente com a idade (Quadro 1). Assim, pacientes com mais de 40 anos apresentam mais de 50% de chance de uma má resposta. Soma-se a isso, o fato de este declínio da reserva ovariana com a idade estar associado à redução na qualidade oocitária, diminuindo não só o número de embriões formados, mas também a chance de implantação, e ainda aumentando a taxa de perdas precoces, tornando a taxa de nascimento neste grupo
de pacientes muito baixa (11,9% para 41-42 anos e 3,4% para 43-44 anos).

QUADRO 1. IDADE MATERNA X TAXA DE CANCELAMENTO
POR MÁ RESPOSTA EM CICLO CONVENCIONAL DE FIV

Além da idade, há outros fatores relacionados com uma diminuição na reserva ovariana, entre eles:

  • antecedente de quimioterapia prévia: especialmente quando incluir agentes alquilantes, pois estas medicações são lesivas aos óvulos;
  • antecedentes de cirurgias ovarianas prévias;
  • insuficiência ovariana precoce: a má resposta às gonadotrofinas pode ser a primeira manifestação de uma futura falência ovariana precoce (FOP). Entre as causas estão a idiopática (quando não se encontra uma causa, o que ocorre na maioria dos casos), autoimune e alterações genéticas, por exemplo, o mosaico de Síndrome de Turner e a pré-mutação do gene FMR1. Assim, frente a uma paciente com má resposta, vale a pena investigar as causas de FOP.

Além dos casos em que a má resposta se deve a um número diminuído de folículos, vale lembrar ainda que pacientes com reserva ovariana normal podem
apresentar má resposta. Isso pode estar associado a uma exposição deficiente às gonadotrofinas, como em mulheres obesas (que muitas vezes necessitam doses
de gonadotrofinas maiores que o habitual), ou menor sensibilidade dos ovários às gonadotrofinas, como em pa- cientes com endometriomas ou polimorfismos dos receptores de FSH/ LH (pesquisa que ainda não é rotina).

Este texto foi extraído do e-book “Mulheres Más Respondedoras.
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