Contato: saude@ipgo.com.br
Tel. (11) 3885-4333
1- Quais mulheres devem considerar a opção do congelamento de óvulos ?
O Congelamento de óvulos é benéfico para todas as mulheres que desejam preservar sua fertilidade para o futuro. As indicações para o procedimento são:
I) Mulheres solteiras com pouco menos de 35 anos preocupadas com a diminuição progressiva de sua fertilidade.
Embora os constantes avanços da ciência tenham ajudado os casais a conseguirem o sonho de ter filhos, a realidade ainda está longe de evitar o envelhecimento dos óvulos. Se no passado o início da maternidade era aos 20, hoje a média de idade do primeiro filho supera os 30 anos, com tendência a aumentar. Atualmente, observa-se que um em cada cinco nascimentos é de mães com idade superior a 35 anos.
São muitas as razões que provocam esta evolução, que se iniciou quando as mulheres passaram a ter opções para o controle de natalidade, podendo, então, determinar a época desejada de gravidez usando métodos anticoncepcionais totalmente reversíveis, dos quais não se dispunha no passado. Além disso, cresceu a inserção da mulher no mercado de trabalho. Elas passaram a adiar a gravidez em prol de um status profissional e uma carreira desejada. As mulheres de hoje ainda aparentam ser mais jovens, desproporcionalmente à idade que elas realmente têm. Esta juventude conservada (ou disfarçada) é o sinal dos tempos atuais: exercícios, academia, boa alimentação e recursos de medicina estética e uma boa dose de vaidade, que tornam uma mulher aos 40 ou até os 50 anos com uma aparência e espírito muito jovens. Assim, muitas sentem o desejo de vivenciar a maternidade numa idade mais avançada.
Entretanto, se a aparência física pode ser conservada ou disfarçada, o mesmo não acontece com os ovários e os óvulos. Não importa quão jovem ela aparenta ser, os óvulos envelhecem com o passar dos anos. As mulheres quando nascem têm nos seus ovários um número predeterminado de óvulos (algo ao redor de dois milhões), que serão perdidos com o passar dos anos. Neste processo contínuo e normal, a quantidade de óvulos de boa qualidade disponíveis para serem fertilizados vai diminuindo.
O congelamento de óvulos é uma saída que pode minimizar esta angústia, pois nem sempre o parceiro ideal para ser o pai de seus filhos surge no momento em que desejam. Pode demorar anos, que contribuirão para o envelhecimento dos seus óvulos e a dificuldade em engravidar.
Caso num futuro ainda próximo esta mulher encontre “a sua alma gêmea”, ela poderá tentar a gravidez naturalmente, podendo descartar os óvulos que foram anteriormente congelados após a constituição da sua família. Se o “príncipe encantado” demorar muitos anos para aparecer, quando estiver próxima a menopausa, por exemplo, os óvulos congelados no passado poderão ser fertilizados e darão uma chance maior de gestação e menor índice de abortamento e malformação, se comparados com um tratamento feito em idade mais avançada. O papel do ginecologista em alertar a mulher sobre a perda natural de sua fertilidade é essencial, pois nem sempre ela está ciente disso e muitas vezes tem ideias totalmente errôneas. Algumas situações e mitos podem confundi-la ainda mais, por exemplo:
- a ideia de que, atualmente, 40 anos equivale aos 30 de antigamente;
- todo mundo fala que ela esta ótima para a sua idade;
- achar que a tecnologia e a ciência são capazes de resolver todos os problemas da fertilidade, independentemente da idade da mulher;
- achar que é improvável ser infértil por que teve um bebe há cinco anos;
- veio de uma família fértil e seus avós tiveram um novo filho após os 45 anos;
- usa pílula por muitos anos e por não ter ovulado neste período acredita que seus óvulos foram preservados;
- faz exercícios frequentemente, tem uma dieta saudável e uma boa qualidade de vida, logo, imagina que quando desejar ter filhos não terá dificuldades;
- teve um aborto há dois anos, quando tinha 43 anos, por isso tem certeza de que pode engravidar;
- acha que como pessoas conhecidas tiveram filhos com mais de 40 anos, ela também pode;
- sente-se muito jovem para entrar na menopausa.
II) Mulheres com histórico familiar de menopausa precoce
Mulheres com risco de falência ovariana precoce poderão congelar seus óvulos preventivamente. Na época em que desejarem ter filhos, caso seu ovário não esteja funcionando adequadamente, elas poderão utilizar os óvulos que foram congelados anteriormente. Caso contrário, se os ovários estiverem funcionando plenamente, poderão tentar engravidar naturalmente.
III) Fertilização in vitro (FIV)
Em ciclos de FIV, algumas vezes pode haver excesso de óvulos e o casal preferir evitar um número excessivo de embriões, o que implicaria em problemas éticos e pessoais de “descarte”. O congelamento de óvulos resolve estes problemas, pois óvulos são células, não são seres vivos, e podem ser descartados se não forem utilizados. Além disso, o embrião pertence ao casal e se ocorrer uma separação nenhum dos dois poderá utilizá-lo sem a autorização do outro. Os óvulos pertencem à mulher, e ela poderá decidir sozinha quando utilizá-los. Se não for realizado o congelamento de óvulos, os embriões excedentes poderão, caso não sejam utilizados, ser doados para outro casal, pesquisa científica ou descartados após cinco anos.
IV) Mulheres que serão submetidas a tratamentos oncológicos
Pacientes que desejam a maternidade e passarão por tratamentos agressivos para neoplasias, como quimioterapia e radioterapia, poderão, antes do tratamento, ter os seus óvulos congelados. É fundamental, nestes casos, que se observe a inexistência do agravamento da doença pelos hormônios indutores da ovulação. Muitas vezes, opta-se pela retirada de fragmentos de tecido ovariano, que serão congelados. Quando a paciente estiver curada da doença, estes fragmentos poderão ser implantados.
V) Programa de banco de óvulos
Com a vitrificação de óvulos, hoje é possível que pacientes que desejam doar seus óvulos não precisem aguardar que se encontre uma receptora que necessite de óvulos doados para realizar o tratamento. Os óvulos podem ficar armazenados até que alguém que precise possa usá-los. Se uma mulher tem mais do que 30 anos e não tem perspectivas de um casamento em breve, tem histórico familiar de falência ovariana ou será submetida a tratamentos oncológicos, recomende a preservação da fertilidade – “CONGELE SEUS ÓVULOS!” E o ginecologista tem que estar atento a isso, pois é sua função alertá-la!
2- Como é a técnica do congelamento de óvulos?
Embora o esperma e os embriões revelaram-se fácil para congelar, o óvulo é a maior das células no corpo humano e contém uma grande quantidade de água. Quando congelado, forma cristais de gelo que podem destruir a célula. Ao longo dos anos aprendemos que devemos desidratar o óvulo e substituir a água com um “anticongelamento” antes de congelá-lo, a fim de evitar a formação de cristais de gelo. Aprendemos também que, porque a casca do ovo endurece quando congelado, o esperma deve ser injetado com uma agulha para fertilizar o óvulo usando uma técnica padrão conhecida como ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide).
A taxa de congelamento por vitrificação utilizada pelo IPGO assegura excelentes resultados em taxas de gestação semelhantes ao estado “fresco” das células, diferentemente do congelamento lento (pouco usado hoje em dia), que provoca a formação de cristais de gelo no interior das células, danificando a qualidade das mesmas. A vitrificação foi criada pelo Dr. Masashige Kwayama, da Clínica Kato, em Tóquio, no Japão, e difere-se pela rapidez com que atinge a baixa temperatura (-196º), produzindo um estado vítreo no embrião ou óvulo e impedindo a formação de cristais de gelo e os consequentes danos celulares. A velocidade da diminuição de temperatura no congelamento convencional é de 0,3ºC por minuto, ao passo que na vitrificação é de 23ºC por minuto ou seja, 70 vezes mais rápido. Os óvulos congelados ficam, então, armazenados em um cilindro de nitrogênio líquido mantido a -196º.
3-Quanto tempo demora este processo ?
Para se obter os óvulos a paciente passa pelo mesmo processo de estimulação dos ovários que se realiza na fertilização in vitro, isto é: aplica-se medicamentos injetáveis para que aumente o número de óvulos recrutados. Esta fase dura de 8 a 12 dias. No fim deste período os óvulos estarão maduros e serão aspirados (removidos) com uma agulha colocada através da vagina sob orientação ultrassonográfica. Este procedimento é feito sob sedação endovenosa e não é doloroso. Os óvulos são imediatamente congelados após sua retirada, ao invés de serem fertilizados. E só então quando a paciente desejar serão descongelados, fertilizados e os embriões “colocados” (transferidos) no útero. O processo todo demora de 4 a 6 semanas.
4-Como é feito, passo a passo?
Resumo:
Estimulação ovariana
Os melhores resultados do congelamento são obtidos quando coletamos os óvulos já maduros, pois só estes são possíveis de fertilizar. A maturação in vitro dos óvulos é possível, mas não obtém ainda os mesmos resultados. A estimulação dos ovários tem o objetivo de produzir um número maior de óvulos maduros para serem congelados. É feita com medicamentos orais que aumentam as gonadotrofinas endógenas e/ou através de injeções subcutâneas de gonadotrofinas exógenas.
Bloqueio hipofisário
Tem o objetivo de impedir que a ovulação ocorra antes do momento da captação dos óvulos e de garantir a maior precisão no acompanhamento do desenvolvimento folicular.
Aspiração e recuperação dos óvulos
Sob sedação endovenosa, os folículos são aspirados através de uma agulha acoplada a um transdutor de ultrassom transvaginal e o líquido imediatamente encaminhado aos embriologistas para separarem os óvulos do conteúdo aspirado.
Congelamento propriamente dito (Leia reposta 2)
*Veja o vídeo (clique aqui)
5-Quanto tempo os óvulos podem permanecer congelados?
Não há limite. Os óvulos ficam armazenados da mesma maneira que os embriões, utilizando uma temperatura de congelamento de -196º graus. Com base em evidências científicas, bem como a nossa experiência de conseguir a gestação com embriões, há segurança que o armazenamento de longo prazo de óvulos congelados não resulta em qualquer redução na qualidade.
6-Quantos óvulos devem ser congelados para conseguir uma gravidez?
Com base em dados preliminares, do nosso estudo e de outros, as taxas de degelo do óvulo é de 75% e taxas de fertilização de 75% são esperadas em mulheres de até 38 anos de idade. Assim, se dez ovos são congelados, sete devem sobreviver ao descongelamento e de cinco a seis são esperados para fertilizar e tornam-se os embriões. Geralmente três a quatro embriões são transferidos em mulheres acima de 38 anos de idade. Recomendamos, portanto, que pelo menos oito óvulos sejam armazenados para cada tentativa de gravidez. A maioria das mulheres de 38 anos de idade ou menos pode esperar para colher de 10 a 20 óvulos por ciclo.
7-Quais as taxas de sucesso?
O quadro abaixo demonstra as chances de sucesso de acordo com idade da mulher. Estes resultados têm nos encorajado, cada vez mais, na indicação deste procedimento.
8- E se a mulher tiver mais do que 38 anos de idade, qual a taxa de gravidez?
As taxas de gravidez de óvulos congelados vai depender da idade no momento em que os óvulos foram congelados e não na idade em que serão implantados. Portanto, a possibilidade de gravidez futura em mulheres com idade superior a 38 anos no momento do congelamento é menor do que a observada para as mulheres mais jovens. Embora as taxas de sucesso sejam menores em idades mais avançadas, é sempre bom lembrar que isto não significa a impossibilidade e, muitas vezes, esta é a única alternativa no momento. O IPGO tem um caso de gestação aos 50 anos com 4 óvulos congelados aos 46.
Um exemplo interessante: Paciente de 46 anos, casada há dez anos, dinâmica, com postura de mulher bem resolvida, procurou o IPGO com o objetivo de congelar seus óvulos, pois estava para se aposentar e só gostaria de ter filhos mais tarde. Fui direto ao assunto e expliquei que a chance de sucesso era mínima e, por isso, não recomendaria este procedimento. Depois de uma longa conversa e explicações, ela demonstrou que compreendia o processo e aceitava a chance milagrosa de um resultado positivo. Aceitei realizar o procedimento após paciente e marido assinarem um ‘‘consentimento informado” que esclarecia o passo-a-passo deste processo. Foram congelados óvulos maduros.
Quatro anos depois, ela retornou ao IPGO, decidida pela gravidez e, mais uma vez, relembrei as chances de sucesso. Importante: seu marido, bisavô, tinha na época 80 anos. Uma pessoa de origem simples, e como a sua esposa, equilibrado e bem sucedido financeiramente. Após refletir sobre o direito de ter filhos e o de se ter uma família e, mesmo frente a um resultado positivo quase impossível, aceitei esta missão. Transferi os embriões que se formaram e o resultado foi positivo! Com gravidez e parto sem intercorrências.
9-O congelamento de óvulos é seguro?
Milhares de bebês nasceram de óvulos congelados e nenhum estudo demonstrou aumento da taxa de defeitos congênitos, quando comparados à população geral nem aumento das taxas de defeitos cromossômicos entre embriões oriundos de óvulos congelados em comparação com embriões derivados de óvulos frescos.
10-Quais são os custos?
Os custos para o congelamento de óvulos correspondem aproximadamente a 80% de uma fertilização in vitro convencional. Esta estimativa inclui, monitoramento, medicamentos e congelamento de óvulos . A paciente deverá pagar uma taxa anual de manutenção deste congelamento. Os exames investigativos laboratoriais prévios para avaliar o potencial e a saúde reprodutiva da paciente estão excluídos deste orçamento e poderão ser feitos pelo plano de saúde.