Navegue pelo conteúdo do Post

Uso do NMN como Adjuvante na Estimulação Ovariana:

Benefícios sobre a Resposta Folicular, Qualidade Ovocitária e Desfechos Reprodutivos em Mulheres com Baixa Reserva

Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi
Especialista em Ginecologia e Reprodução Humana – IPGO

Resumo

Introdução

A redução da reserva ovariana é uma das principais causas de baixa resposta à estimulação em tratamentos de fertilização in vitro (FIV). O NMN (Nicotinamida Mononucleotídeo), precursor do NAD⁺, tem demonstrado potencial terapêutico ao melhorar a função mitocondrial, promover maior recrutamento folicular e otimizar a qualidade ovocitária.

Objetivo

Avaliar os efeitos do NMN sobre a resposta à estimulação ovariana, níveis hormonais, taxas de gravidez e desfechos clínicos em mulheres com baixa reserva.

Métodos

Estudo observacional comparativo com dois grupos (controle e NMN), cada um com 25 pacientes. Analisaram-se: dose total de gonadotrofinas, níveis de estradiol no trigger, tempo para concepção, taxas de gravidez e aborto.

Resultados

O grupo NMN obteve melhores desfechos:

  • Dose menor de FSH (267 ± 37,99 IU vs. 471 ± 98,07 IU)
  • Níveis mais altos de E2 (248 ± 55 vs. 195 ± 48 pg/mL)
  • Taxa de gravidez maior (48% vs. 24%)
  • Menor taxa de aborto (8,3% vs. 16,6%)
  • Tempo até concepção reduzido (3 vs. 6–9 meses)

Conclusão

Introdução

A infertilidade associada à idade e à baixa reserva ovariana é um dos principais desafios da medicina reprodutiva atual. Com o avanço da idade, há:

  • Redução quantitativa e qualitativa dos ovócitos
  • Disfunção mitocondrial
  • Aumento do estresse oxidativo

Esses fatores afetam a taxa de gravidez, aumentam o risco de aneuploidias e favorecem falhas de implantação.

O NMN, precursor do NAD⁺, atua como cofator essencial para:

  • Respiração mitocondrial
  • Regulação epigenética
  • Metabolismo energético

Estudos sugerem que restaurar os níveis de NAD⁺ pode melhorar a qualidade ovocitária e embrionária, beneficiando a maturação folicular e mitigando os efeitos do envelhecimento ovariano.

Objetivo

Investigar os efeitos do NMN oral como suplemento adjuvante em mulheres com baixa reserva ovariana submetidas à FIV, com foco na:

  • Resposta à estimulação
  • Níveis hormonais
  • Taxa de gravidez
  • Tempo até concepção

Métodos

Estudo prospectivo observacional com 50 pacientes com baixa reserva ovariana, divididas em:

  • Grupo NMN (n=25): Suplementação oral de NMN por 30 dias antes do início da estimulação até o dia da coleta.
  • Grupo Controle (n=25): Sem suplementação.

Todos os ciclos seguiram protocolo com FSH 75 UI/dia.

Variáveis analisadas:

  • Dose total de gonadotrofinas
  • Níveis de estradiol no dia do trigger
  • Tempo até concepção
  • Número de gestações e perdas

Resultados

4.1. Dose Total de Gonadotrofinas

  • Grupo NMN: 267 ± 37,99 IU
  • Grupo Controle: 471 ± 98,07 IU

4.2. Níveis de Estradiol no Trigger

  • NMN: 248 ± 55 pg/mL
  • Controle: 195 ± 48 pg/mL
  • Pacientes com E2 > 200 pg/mL:
  • 80% (NMN)
  • 52% (Controle)
  • p < 0,05

4.3. Taxas de Gravidez e Aborto

  • Gravidez (teste positivo):
  • NMN: 48%
  • Controle: 24%
  • Aborto:
  • NMN: 8,3%
  • Controle: 16,6%
  • Tempo médio até concepção:
  • NMN: 3 meses
  • Controle: 6–9 meses

Discussão

Os dados sugerem que a suplementação com NMN:

  • Melhora a eficiência da estimulação ovariana
  • Reduz a dose necessária de gonadotrofinas
  • Eleva os níveis hormonais no trigger
  • Aumenta as taxas de gravidez
  • Reduz o tempo para concepção

Esses efeitos podem estar relacionados à ação do NAD⁺ sobre a função mitocondrial, com benefícios diretos na maturação ovocitária e na qualidade embrionária.

Além disso, a ativação das sirtuínas (principalmente SIRT1) pode contribuir para a proteção celular, estabilidade genética e redução de perdas gestacionais — mecanismos que justificam os melhores desfechos observados no grupo NMN.

Conclusão

O uso oral de NMN mostrou benefícios relevantes:

  • Melhor resposta à estimulação
  • Níveis hormonais mais favoráveis
  • Maior taxa de gravidez
  • Redução do tempo até concepção

Trata-se de uma estratégia promissora, especialmente para mulheres com reserva ovariana reduzida. Estudos clínicos maiores e randomizados ainda são necessários para validação do uso rotineiro na prática reprodutiva.

Resumo dos efeitos colaterais do NMN (Nicotinamida Mononucleotídeo) por via oral:

Em geral, o NMN é bem tolerado em doses de até 500 mg/dia, mas pode causar efeitos colaterais leves em algumas pessoas. Os mais comuns incluem náusea, dor de cabeça, diarreia, indigestão e insônia leve. Também há relatos de rubor facial e aumento passageiro da frequência cardíaca. Em altas doses ou uso prolongado, pode interferir com a sensibilidade à insulina. Gestantes, lactantes, pacientes oncológicos ou com doenças autoimunes devem usar com cautela. Até o momento, não há relatos de efeitos graves em estudos clínicos de curto prazo

Conflito de interesse

O autor declara não possuir conflitos de interesse relacionados a este estudo.

Perguntas e Respostas: Uso do NMN como Adjuvante na Estimulação Ovariana

NMN (β-Nicotinamida Mononucleotídeo) é uma molécula precursora do NAD⁺, uma coenzima essencial para o funcionamento celular e a produção de energia.

O NAD⁺ atua na produção de energia (ATP), na reparação do DNA e na regulação do envelhecimento celular, inclusive dos óvulos.

O NMN é absorvido com mais facilidade pelas células, enquanto o NAD⁺ tem dificuldade de atravessar a membrana celular.

Porque aumenta os níveis de NAD⁺ nos ovários, ajudando a manter a qualidade dos óvulos e retardando o envelhecimento ovariano.

Sim. Estudos mostram que o NMN melhora a função mitocondrial dos óvulos, especialmente em mulheres de idade reprodutiva avançada.

Ele melhora o ambiente celular dos folículos ovarianos, aumentando a energia disponível para os óvulos e protegendo o DNA contra danos.

Sim. Há evidências de que o NMN aumenta o número de óvulos maduros e a qualidade embrionária em ciclos de FIV.

A maioria dos estudos utiliza 250 mg a 500 mg por dia, por via oral, geralmente iniciando semanas antes da estimulação ovariana.

Os efeitos celulares começam a ser percebidos após 2 a 3 semanas de uso contínuo.

Em doses seguras (até 500 mg/dia), o NMN é bem tolerado. Não foram relatados efeitos adversos significativos em estudos clínicos.

Não. É importante que o uso seja orientado por um médico, principalmente em mulheres com condições específicas de saúde.

Não. Ele é considerado um adjuvante que pode melhorar os resultados, mas deve ser usado junto com os tratamentos indicados pelo especialista.

Referências bibliográficas

  1. Bertoldo MJ, et al. The role of mitochondria in oocyte and embryo development: Clinical implications. Hum Reprod Update. 2022;28(4):456-471.
  2. Rajman L, Chwalek K, Sinclair DA. Therapeutic potential of NAD⁺-boosting molecules: the in vivo evidence. Cell Metab. 2018;27(3):529-547.
  3.  Wu K, et al. NMN supplementation improves mitochondrial function and oocyte quality in aged female mice. Cell Reports. 2020;33(9):108276.
  4. Bentov Y, et al. The contribution of mitochondrial function to oocyte and embryo quality: Can we improve it with dietary interventions? Fertil Steril. 2021;115(1):53–60.
  5. Chi Y, Sauve AA. Nicotinamide riboside, a trace nutrient in foods, is a vitamin B3 with effects on NAD⁺ metabolism and SIRT1 activation. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2013;16(6):657–661.
  6. Yamamoto T, Byun J, Zhai P, et al. Nicotinamide mononucleotide improves energy metabolism and reduces oxidative stress in failing hearts. Science. 2014;345(6201):1242-1246.
  7. Tatone C, et al. Sirtuins and female fertility. Nat Rev Endocrinol. 2018;14(11):738–752.
  8. Ryu D, et al. NAD⁺ repletion improves muscle function in muscular dystrophy and counters global PARylation. Sci Transl Med. 2016;8(361):361ra139.
  9.  Gehrke S, et al. The NAD⁺ precursor nicotinamide riboside enhances oxidative metabolism and protects against high-fat diet-induced obesity. Cell Metab. 2014;20(6):1071–1085.
  10. Zhang H, et al. NAD⁺ repletion improves mitochondrial and stem cell function and enhances life span in mice. Science. 2016;352(6292):1436–1443.

Compartilhe:
Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on linkedin

Tem alguma dúvida sobre esse assunto?

Envie a sua pergunta sobre assunto que eu responderei o mais breve possível!

Para mais informações entre em contato com o IPGO

Fale conosco por WhatsApp, e-mail ou telefone