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Aspectos psicológicos da gravidez

A decisão de ter filhos, iniciar o projeto familiar, é um momento de vida muito especial para os casais. Tanto a maternidade como a paternidade oferecem oportunidades para que se desenvolvam aspectos pessoais da personalidade, assim como, fortaleçam os vínculos conjugal e familiar.

No processo de gestação, a mulher passa por profundas transformações, não só físicas como também emocionais. Assim, é importante que sejam conhecidos alguns destes aspectos, pois muitos sintomas podem ser acentuados ou aliviados em função da capacidade da grávida lidar com as próprias emoções.

PRIMEIRO TRIMESTRE

A percepção de estar grávida dá início a uma incrível jornada de nove meses na vida da mulher. Seja através de sonhos, intuições ou do exame clínico propriamente dito, a confirmação da gravidez remete ao primeiro processo de adaptação física e emocional, à concepção e gestação de um novo ser.
Diversos sintomas são provocados pelas alterações bioquímicas e hormonais: vômitos, náuseas, tonturas, hipersonia, entre outros.

Concomitante a estas mudanças biológicas, a gestante também apresenta vivências emocionais características desta fase. Os sentimentos ambivalentes em relação à gravidez remetem ao “querer” e ao “não-querer” estar grávida e são desejos contraditórios, oscilando o tempo todo.

Fenômeno absolutamente natural, os sentimentos psicológicos ambíguos, como a insegurança, também são caracterizados pelas instabilidades de humor e fazem parte de um processo normal de adaptação.

As oscilações de humor, assim como, o aumento da sensibilidade (áreas do olfato, paladar e audição), são sintomas muito frequentes. A mulher, ora feliz e disposta, ora deprimida e chorando sem motivo aparente, passa por esta primeira fase importante de adaptação. É fundamental que o marido ou companheiro tenha conhecimento dessas mudanças para que possa oferecer apoio e compreensão, tão necessários à mulher neste momento.

Um dos sintomas mais frequentes na gravidez são os vômitos. Quando estes ocorrem em excesso, chegando até a colocar em risco a gestação, trata-se do quadro clínico, já descrito, denominado “hiperêmese gravídica”. Além dos cuidados médicos necessários, é importante que a gestante receba apoio psicológico, pois alguns desses quadros estão associados a conflitos em relação a estas oscilações entre a aceitação e a rejeição da gravidez.

SEGUNDO TRIMESTRE

Esta fase da gravidez é considerada a mais estável do ponto de vista emocional. A percepção dos movimentos fetais, um importante acontecimento na gravidez, faz com que a mulher possa sentir o feto como uma realidade concreta. Essa interação mãe-feto, extremamente importante para a formação da relação materno-filial que irá se estabelecer, é intensamente favorecida pelas imagens dos exames ultrassonográficos.

As imagens visibilizadas ao ultrassom, associadas às fantasias dos pais sobre as possíveis características físicas e de personalidade do bebê, auxiliam no fortalecimento do vínculo estabelecido entre mãe-filho. Uma vez que os maridos não podem “sentir” o bebê dentro deles, este momento também proporciona uma imagem mais concreta e real do filho para o homem.

Alterações do desejo sexual são comuns nesta fase. É extremamente importante que o casal consiga manter um bom diálogo para que esta situação não desencadeie mais ansiedades nas gestantes. As mulheres já estão vivendo um intenso processo de modificação no seu esquema corporal, com diversas fantasias e medos com relação à sua feminilidade e sexualidade, assumindo o novo papel maternal, que somente uma atitude compreensiva do marido pode ser útil.

É aconselhável que a gestante mantenha um ritmo de trabalho adequado, alimente-se bem, descanse sempre que necessário e mantenha uma rotina de exercícios adaptados a gravidez. Estes fatores irão proporcionar maior bem estar e diminuir o stress e as ansiedades características desta fase.

TERCEIRO TRIMESTRE

Com a aproximação do parto, o nível de ansiedade tende a aumentar. Os preparativos para a chegada do bebê começam a se intensificar e diversas dúvidas aparecem. As mais comuns dizem respeito aos primeiros sinais do trabalho de parto, à amamentação, à depressão pós-parto, entre outros.

Além de sempre esclarecer todas as dúvidas com seu médico, os casais também podem contar com cursos de preparação para o parto e puerpério, onde poderão se preparar física e psicologicamente para a chegada do bebê. Este preparo envolve aulas explicativas e a preparação da gestante e do companheiro com alguns exercícios específicos para o parto, que auxiliam na dilatação e na readaptação no pós-parto. Informese sempre com o seu médico sobre a melhor opção para vocês.

A maternidade é uma nova experiência de vida, e o processo de gestar e dar a luz faz parte da consciência de raça, que obedece a uma das mais antigas leis da natureza: a lei de que a vida do indivíduo deve ser devotada não somente à auto-preservação, mas também à continuidade da espécie.

Por esta razão, a experiência da maternidade coloca a mulher diretamente com o “ser feminino” primordial, ser este que, às vezes adormecido dentro dela, acorda com sabedoria para executar uma antiga e tradicional tarefa de procriação.

A mulher deve confiar em sua sensibilidade e seguir sua intuição. Toda relação maternal irá se desenvolver no dia-a-dia da convivência amorosa entre mãe-filho.

Quando os fatores emocionais, como ansiedade, medos e angústias com relação a esta nova etapa de vida estiverem exacerbadas, a ponto de atrapalhar este processo natural, é importante que os casais busquem ajuda o mais rápido possível. Todo esforço é válido quando pensamos que o desenvolvimento emocional dos filhos depende da capacidade amorosa de cuidar dos pais.

PÓS-PARTO

Após o parto não é incomum que a queda dos hormônios somado ao cansaço dos cuidados com o recém-nascido, além da mudança da atenção do parceiro e familiares da gestante para o bebê faça com que a recente mãe apresente um humor mais entristecido. Essa fase chamada de Blues Puerperal em geral tem duração de 1 a duas semanas e tem resolução espontânea. Se os sintomas permanecerem por tempo mais prolongado, ou, forem tão graves a ponto de não permitirem com que a recente mãe realize suas atividades normalmente, ajuda especializada é necessária.

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