Navegue pelo conteúdo do Post

Catolicismo e os tratamentos de fertilização

Entrevista com Frei Antonio Moser – Professor de Teologia Moral e Bioética no Instituto Teológico Franciscano

Entrevista realizada por meio da assessoria de imprensa “Comunicação Livre”, enviada por e-mail

Considerada a religião que tem maior número de adeptos no Brasil, o Catolicismo é uma das vertentes do Cristianismo. Baseia-se na crença de que Jesus foi o Messias, enviado à Terra para redimir a humanidade e restabelecer nosso laço de união com Deus, surgindo o Novo Testamento, ou Nova Aliança.

Um dos mais importantes preceitos católicos é o conceito de Trindade, ou seja, do Deus Pai, do Deus Filho (Jesus Cristo) e do Espírito Santo. Estes três seres seriam ao mesmo tempo um só. Existem os chamados Mistérios Principais da Fé, os quais constituem os dois mais importantes pilares do Catolicismo. Eles são: a Unidade e a Trindade de Deus, a Encarnação, a Paixão e a Morte de Jesus.

O Catolicismo é uma doutrina ligada ao Judaísmo. Seu livro sagrado é a Bíblia, dividida em Velho e Novo Testamento. Do Velho Testamento, que corresponde ao período anterior ao nascimento de Jesus, o Catolicismo aproveita não somente o Pentateuco (livros atribuídos a Moisés), mas também agrega os chamados livros “deuterocanônicos”: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Macabeus e alguns capítulos de Daniel e Ester. Esses livros não são reconhecidos pelas religiões protestantes.

O termo “católico” significa universal, e a primeira vez em que foi usado para qualificar a Igreja foi no ano 105 d.C., em uma carta de Santo Inácio, então Bispo de Antioquia. No século 2º da Era Cristã, o termo voltou a ser usado em inúmeros documentos, traduzindo a ideia de que a fé cristã já se achava disseminada por todo o planeta. No século 4º d.C., Santo Agostinho usou a designação “católica” para diferenciar a doutrina “verdadeira” das outras seitas de fundamentação cristã que começavam a surgir. Mas foi somente no século 16, após o Concílio de Trento (1571), que a expressão “Igreja Católica” passou a designar exclusivamente a Igreja que tem seu centro no Vaticano. O Concílio de Trento aconteceu como reação à Reforma Protestante, incitada pelo sacerdote alemão Martin Lutero.

Segundo dados socioeconômicos dos censos demográficos do IBGE, o percentual de brasileiros católicos está diminuindo desde o primeiro estudo, em 1872, e caiu de forma acelerada na década de 1990, quando o retrocesso foi de um ponto percentual anual. Em 1872, 99,72% dos brasileiros eram considerados católicos, taxa que caiu para 82,24% em 1991, quando a queda se acelerou, para chegar a 73,89% em 2000.

Na década de 1990, uma queda em aceleração mostrou que a porcentagem de católicos no Brasil se estabilizou com o novo milênio e, em 2003, último ano sobre o qual há dados, a taxa alcançou 73,79% da população. O retrocesso da religião católica na década passada se registrou por causa de um crescimento dos cristãos evangélicos, que de 9% em 1991 passaram a constituir 16,2% da população em 2000. O que caiu, entre 2000 e 2003, foram os sem religião, que eram 7,4% em 2000 e 5,1% em 2003, exatamente o mesmo nível de 1991. A história mostra a substituição dos sem religião por evangélicos, pentecostais e tradicionais.

O estudo, baseado em censos oficiais de 2002 e 2003, também indicou que os católicos, sendo 73,8% da população, apenas contribuem com 30,9% das doações feitas às igrejas. Algumas das razões para essa diferença podem ser o celibato a que estão obrigados os sacerdotes católicos e o fato de deverem dedicar cerca de nove anos para se formar, enquanto um pastor evangélico o faz entre três e quatro anos.

A Igreja Católica, quando fala de sexualidade e do relacionamento afetivo e amoroso do casal, recorre a uma linguagem delicada, às vezes poética ou simbólica, como o faz a Bíblia em passagens, mas é clara nos seus objetivos: há relacionamentos permitidos, outros desaconselháveis e outros proibidos. Os proibidos, segundo a Igreja, não são a resposta apropriada para a dignidade da pessoa, da mente e do corpo ou não contribuem para o crescimento do amor.

E há os que vão ou não vão contra a finalidade do sexo. Por isso, a Igreja permite ou proíbe. Acusam a Igreja de se envolver na vida íntima do casal e dizer a eles que, se pretendem ser um bom casal católico, não podem se amar desta ou daquela forma. Oficialmente, para a Igreja Católica, não importa se ao falar das relações entre o casal a sua posição é popular ou não. Em sua doutrina sobre a sexualidade, nem mesmo para o casal é tudo válido entre quatro paredes.

Visto como insensibilidade ou risco de perda de fiéis, a Igreja, contudo, mantém sua opinião. O adjetivo conservador não pode ser aplicado a algum grupo apenas porque mantém seu ponto de vista – outros mantêm seu ponto vista favorável e nem por isso são conservadores. Optar por apoiar o sexo sem nenhum limite não é necessariamente ser futurista.

Para a Igreja Católica, a ciência não pode ser temida, nem poderia, pois é ela que traz à luz as verdades latentes da natureza, que é obra de Deus. Está relacionada com a mente de Deus, que é criador, logo, não poderia entrar em oposição à verdade da fé. Por essa razão, a Igreja incentiva o trabalho dos cientistas e aprecia o valor de suas pesquisas.

Quando os cientistas chegam à conclusão de que é possível desenvolver terapias altamente promissoras para a medicina, isso para eles merece admiração e aplauso, assim como a possibilidade de alcançar a cura de doenças graves a partir de pesquisas que demoram anos. Tanto a ciência como a religião originam-se desta sede humana de desvendar os segredos do universo que nos envolve.

A Igreja Católica não deseja, em hipótese alguma, deter o progresso da ciência. Assim procedendo, recorda ao cientista que não se pode fazer como Deus, mas é sua missão colocar a ciência a serviço da vida. A Igreja não pode ir contra a revelação da Sagrada Escritura, deve de todos os meios proclamar que o homem tem uma origem divina. A imagem e semelhança de Deus é uma dignidade que nem a ciência pode violar.

A Igreja apoia e incentiva todo o progresso científico que contribua para uma melhoria na qualidade de vida biológica dos seres humanos. Ao mesmo tempo, não aceita qualquer experimento que venha a ferir o caráter sagrado da vida criada por Deus. Não é legítimo fazer o mal com o objetivo de alcançar um bem. A ciência não pode ter somente uma dimensão técnica, um interesse pontual, como pode ser o de necessitar de células estaminais e fazer, por isso, o que bem entende.

Ela não pode perder de vista que está trabalhando com seres humanos, e isso tem uma dimensão muito grande, porque não é um órgão, mas um organismo. Segundo a Igreja Católica, se não houvesse fé não existiria a ciência, pois não se teria de onde retirar possibilidade de estudos para montar diversas teorias sendo que, para a fé, só Deus teria a explicação definitiva para esse mistério.

Não é de se estranhar que a Igreja Católica sempre teve uma postura objetiva quando se trata de assuntos que envolvam alguns preceitos de caráter moral, como é o caso de questões como a sexualidade e pesquisas cientificas. E não seria diferente com os tratamentos voltados à medicina da reprodução. Isso não quer dizer que o Catolicismo seja contra tudo. Porém, quando se trata de temas que exigem um certo cuidado, é nítido que há um consenso padrão para não criar divergências, ou acabar entrando em contradição com os dogmas da religião que foram estabelecidos desde o início do Cristianismo.

Segundo a entrevista concedida por Frei Moser, Professor de Teologia Moral e Bioética no Instituto Teológico Frasciscano, a Igreja sempre viu os filhos e filhas como dom de Deus. Por isso mesmo vê com bons olhos as tentativas que são feitas para superar a infertilidade. Ela se alegra com as conquistas na linha de diagnósticos e terapias, no sentido restrito da palavra. O que ela não pode aceitar é a mecanização da vida. Ou seja: sempre se pressupõe que as terapias subsidiem, mas não substituam o casal.

Para ele, o procedimento do coito programado está plenamente de acordo com o que a Igreja há muito vem pregando: nada contra um planejamento familiar com métodos que não mecanizem a transmissão da vida. Essa sempre deve ser a expressão concreta de um gesto de amor. Para o Frei, os procedimentos acima não apenas são aceitáveis, como louváveis, pois correspondem ao justo desejo de acolher uma vida respeitando os processos normais. A Igreja se alegra com os avanços tecnológicos em todos os campos. Entretanto, acredita que nunca a tecnologia nela mesma vai trazer sozinha a solução para os problemas humanos. Não que sejam contra aos laboratórios, muito menos os especialistas que se dedicam a auxiliar os casais. A questão de fundo é a da mecanização da vida, seja na fase inicial, seja na fase final.

Frei Moser explica que é claro que é difícil compreender esse “não” da Igreja em relação a todos os procedimentos de reprodução, pura e simples da vida em laboratório, exceto o coito programado. Para entender o posicionamento da Igreja nesse particular, convém ter presente o sentido da “fecundidade”. Em se tratando de seres humanos, fecundidade não é sinônimo de reprodução.

Há muitos casais que produzem muitos filhos, mas não são fecundos, por não se amarem. Há casais estéreis que são extremamente fecundos: irradiam alegria, dedicam-se a todo tipo de atividade que traz mais alegria e mais vida para o mundo. É significativo que nos momentos críticos da história da salvação vamos encontrar pessoas estéreis: Sara, de Abrão, Elcan, de Ana, Isabel e Zacarias, pais de João Batista: Deus se serve de pessoas aparentemente estéreis para mostrar que Ele é a vida e quem vive com Ele é fecundo, tendo ou não filhos biológicos.

Para a Igreja Católica, ser estéril não é uma maldição. Não ter filhos carnais pode ser uma bênção. É o caso dos celibatários. No caso de um casal querer mesmo ter filhos, o caminho indicado é o da adoção, afinal, há tantas crianças esperando por um lar…

Segundo ele o problema não é como fazer depois: o problema é anterior. “Uma vez colhidos espermatozoides e óvulos, e ainda mais depois de uma fecundação, nos encontramos num beco sem saída. Ninguém tem e nunca terá uma resposta, a não ser aquela dada acima: não arme problemas para os quais depois não se encontra solução”.

E, para finalizar, o Frei Moser conclui: “Todas essas questões são de extrema atualidade. Sabemos dos grandes benefícios que os avanços nos conhecimentos genéticos e biotecnológicos podem prestar à humanidade. Assim também sabemos dos benefícios que podem se originar dos laboratórios destinados ao que se denomina reprodução assistida. Com isso, são louváveis os esforços dos pesquisadores que têm procedimentos realmente éticos, no caso, limitando-se a ajudar e nunca a substituir a união do homem e da mulher”.

Para o Frei, a vida é um dom precioso e só uma atitude de admiração reverente diante dela, em qualquer etapa e em qualquer manifestação, é eticamente justificável. Está na hora de todos juntos, teólogos, filósofos e pesquisadores mergulharem mais profundamente nos mistérios da vida. A Igreja Católica não é a Igreja do “não”. Mas ela quer proclamar o Evangelho da vida. Sem esse evangelho, em vez de humanização, cairemos em procedimentos sempre mais desumanizantes.

QUADRO GERAL

Coito
programado
Inseminação
artificial
FIV
(Fertilização
in vitro)
Doação de
embriões
Congelamento
de óvulos
Congelamento
de embriões
Congelamento
Doação
de sêmen/
óvulos
A FAVORCONTRACONTRACONTRACONTRACONTRACONTRA

O outro lado da moeda

Reflexões do autor em prol da vida

PARTE 1

O MILAGRE DA VIDA PERTENCE A DEUS, NADA SUPERA A SUA VONTADE. O MÉDICO É SÓ UM “FACILITADOR”, UM INSTRUMENTO DE DEUS; “O HOMEM PÕE – DEUS DISPÕE”. *1

É conhecido que somente uma parte dos tratamentos de Fertilização Assistida (menos do que 50%) tem resultados positivos. O médico é simplesmente um “facilitador”, um instrumento de Deus na produção da vida, pois não garante a gravidez e muito menos o sucesso dos tratamentos. Nesses procedimentos, só parte dos óvulos consegue ser fertilizada. Mesmo quando o embriologista injeta um espermatozoide dentro dele, só alguns embriões se desenvolvem e por fim só um ou outro embrião se implanta, ou, em grande parte das vezes, nenhum implanta, e o resultado é negativo. Os abortos naturais ocorrem em mais da metade das gestações espontâneas, com embriões sendo eliminados do organismo materno naturalmente, pela determinação divina. Deus decide se o embrião ficará ou não. O homem tem participação nula na manipulação da vida. E isso nos leva a pensamentos mais profundos sobre a impotência do ser humano frente ao poder de Deus.

Eu plantei, mas foi Deus quem a fez crescer”. (Cfr. 1 Cor 3:6).

*1 “O homem propõe e Deus dispõe”Homo proponit, sed Deus disponit (Tomás de Kempis). Este ditado foi escrito por um europeu que nasceu em 1380.

PARTE 2

COMPREENDENDO O CATOLICISMO E A REPRODUÇÃO HUMANA

A Doutrina Católica talvez seja considerada, entre todas as religiõoes, a mais democrática. Permite inúmeras interpretações de suas leis que, embora possam ser conflitantes, têm como objetivo o amor a Deus e o bem da humanidade. Entretanto, onde há leis, existe a contravenção, que no cristianismo recebe o nome de pecado. Assim, o pecado, para o cristianismo, é a transgressão ou desobediência deliberada do homem às Leis de Deus e aos mandamentos divinos (Os Dez Mandamentos – Quadro 2), contrariando princípios religiosos, éticos ou normas morais (Pecados Capitais – Quadro 1, Lei Natural – Quadro 3, Catecismo). O pecado pode acontecer por palavras, ações ou por negligência ou omissão (deixar de fazer o que é certo).

As leis do catolicismo estão descritas em publicações específicas:

  • Os Dez Mandamentos/ Bíblia *2
  • O Catecismo*3

*2 Bíblia: A Bíblia é o Livro Sagrado de judeus e cristãos. É uma coleção de textos, os mais diversos: nela se encontram testemunhos de fé, meditações religiosas, orações, narrativas, trabalhos históricos, normas para o culto divino e para a vida de cada dia. Muitos e diferentes autores colaboraram na redação da Bíblia. Seus 73 livros foram escritos ao longo de um período de mais de mil anos. Para os judeus e cristãos é o próprio Deus quem fala na Bíblia. Judeus e cristãos têm em comum a primeira parte da Bíblia, conhecida como Primeiro ou Antigo Testamento, que narra a formação do povo escolhido de Deus, o povo judeu. Os cristãos acrescentam o Novo Testamento, que traz a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo. É composta pelos quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas [cartas dos apóstolos às primeiras comunidades] e o Apocalipse de São João.

*3 Catecismo: Manual para ensinar e explicar a doutrina católica. Em geral, era redigido por meio de perguntas e respostas.

  • Encíclicas *4
  • Lei Natural (Quadro 3)

O pecado é previsível no ser humano; todos, sem exceção, pecam. Conforme encontramos na Primeira Carta de São João, capítulo 1, versículo 18:

“Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessamos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda a maldade. Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua mensagem não está em nós.”

OS TRATAMENTOS DE FERTILIZAÇÃO DESOBEDECEM OS ITENS 2376 E 2377 DO CATECISMO E A ENCÍCLICA DO PAPA JOÃO PAULO II

  • Observação: Avaliação no Catecismo é semelhante à Encíclica INSTRUÇÃO SOBRE O RESPEITO À VIDA HUMANA NASCENTE E A DIGNIDADE DA PROCRIAÇÃO (Papa João Paulo II)

§ 2376 As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heteró-

*4 Encíclica: Documento mais ou menos extenso do Papa, dirigido diretamente aos Bispos, depois aos fiéis da Igreja Católica, e a todos os homens de boa vontade. Nessas cartas, o Papa expõe sua posição sobre questões específicas de Fé e Moral. Encíclicas Papais mais recentes consultadas para os próximos comentários: HUMANAE VITAE, de Paulo VI); Carta encíclica INSTRUÇÃO SOBRE O RESPEITO À VIDA HUMANA NASCENTE E A DIGNIDADE DA PROCRIAÇÃO de João Paulo II e a Carta encíclica DEUS CARITAS EST do atual papa Bento XVI).

logas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um por meio do outro”.

§ 2377 Praticadas no seio do casal, estas técnicas (inseminação e fecundação artificial homóloga) são talvez menos prejudiciais, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o acto sexual do acto procriador. O acto fundador da existência do filho deixa de ser um acto pelo qual duas pessoas se dão uma à outra, e «remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, instaurando o domínio da técnica sobre a origem e destino da pessoa humana. «Tal relação de domínio é, de si, contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos» (128). «A procriação é moralmente privada da sua perfeição própria, quando não é querida como fruto do acto conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos. […] Só o respeito pelo laço que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação conforme a dignidade da pessoa» (129).

SÃO MUITAS AS DESOBEDIÊNCIAS (PECADOS) COMUNS À HUMANIDADE

No Catecismo, na Bíblia e nas Encíclicas existem várias orientações que, se NÃO forem seguidas, serão consideradas pecados. Assuntos como preguiça, gula, inveja, avareza, vaidade, fertilização in vitro, inseminação artificial, pílula anticoncepcional, masturbação, castidade, homossexualismo e divórcio, todos, de acordo com o que foi exposto, são considerados pecados que poderão ter diferentes graus de gravidade. São inúmeros os pecados descritos. A maioria deles são frequentemente cometidos por todos os seres humanos de boa índole, inclusive os seguidores fervorosos do Catolicismo.

Alguns exemplos:

Os pecados capitais (Quadro 1): vaidade, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça

§ 1866 Os vícios podem ser classificados segundo as virtudes que contrariam, ou ainda ligados aos pecados capitais que a experiência cristã distinguiu seguindo S. João Cassiano e S. Gregório Magno. São chamados capitais porque geram outros pecados, outros vícios. São o orgulho (=vaidade), avareza, a inveja, a ira, a impureza, (luxúria), a gula e a preguiça.

Contracepção: Presevativo-camisinha-pílula anticoncepcional

§ 2370 A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má “toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação”.

Castidade

§ 2349 “A castidade há de distinguir as pessoas de acordo com seus diferentes estados de vida: umas na virgindade ou no celibato consagrado, maneira eminente de se dedicar mais facilmente a Deus com um coração indiviso; outras, da maneira como a lei moral determina, conforme forem casados ou celibatários”. As pessoas casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na continência:

Existem três formas da virtude da castidade: a primeira, dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso, a disciplina da Igreja é rica.

§ 2350 Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação, eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade.

Homossexualidade

§ 2357 “A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo”. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves”, 513 a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”, 514 são contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.

Adultério e Divórcio

§ 1650 São numerosos hoje, em muitos países, os católicos que recorrem ao divórcio segundo as leis civis e que contraem civicamente uma nova união. A Igreja, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo (“Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério” – Mc 10:11-12), afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornam a casar-se no civil, ficam numa situação que contraria objetivamente a lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar essa situação. Pela mesma razão, não podem exercer certas responsabilidades eclesiais. A reconciliação pelo sacramento da Penitência só pode ser concedida aos que se mostram arrependidos por haver violado o sinal da aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometem a viver numa continência completa.

§ 2384 O divórcio é uma ofensa grave à lei natural. Pretende romper o contrato livremente consentido pelos esposos de viver um com o outro até a morte. O divórcio lesa a Aliança de salvação da qual o matrimônio sacramental é o sinal. O fato de contrair nova união, mesmo que reconhecida pela lei civil, aumenta a gravidade da ruptura; o cônjuge recasado passa a encontrar– -se em situação de adultério público e permanente:

Se o marido, depois de se separar de sua mulher, se aproximar de outra mulher, se torna adúltero, porque faz essa mulher cometer adultério; e a mulher que habita com ele é adúltera, porque atraiu a si o marido de outra.

Masturbação

Texto da Encíclica “INSTRUÇÃO SOBRE O RESPEITO À VIDA HUMANA NASCENTE E A DIGNIDADE DA PROCRIAÇÃO”, PÁG. 47:

“A masturbação mediante a qual se obtém normalmente o esperma, é um outro sinal de tal dissociação: também quando é efetuado em vista da procriação, o gesto permanece privado do seu significado unitivo: « falta-lhe … a relação sexual exigida pela ordem moral, aquela que realiza “o sentido integral da doação mútua e da procriação humana” no contexto do verdadeiro amor ».“

No catecismo

§ 2351 A luxúria é um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união.

§ 2352 Por masturbação deve-se entender a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. “Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado.” Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade. Aí o prazer sexual é buscado fora da relação sexual exigida pela ordem moral que reza, no contexto de um amor verdadeiro.

* Observação: A Masturbação é uma desobediência ao Catolicismo, mesmo na coleta do sêmen para o exame da fertilidade masculina. Ao questionar um importante sacerdote sobre este assunto, recebi a seguinte reposta:

“O método para recolher esperma para exames, aprovado hoje pela Igreja (por não ser contrário à moral) é o de realizar o ato sexual com o uso de um preservativo parcialmente roto. Com isso se garante que o ato sexual se realize na plenitude de suas dimensões e também se pode recolher o esperma residual que permanece no preservativo”. (Comentário: o volume do sêmen é um dado importante para a avaliação da fertilidade.)

Este texto foi extraído do e-book “Os tratamentos de fertilização e as religiões”.
Faça o download gratuitamente do e-book completo clicando no botão abaixo:

Compartilhe:
Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on linkedin

Tem alguma dúvida sobre esse assunto?

Envie a sua pergunta sobre assunto que eu responderei o mais breve possível!

Tem alguma dúvida sobre esse assunto?

Envie a sua pergunta sobre assunto que eu responderei o mais breve possível!

Posts Recentes:
Newsletter
Para mais informações entre em contato com o IPGO

Fale conosco por WhatsApp, e-mail ou telefone

Inscreva-se na nossa newsletter e fique por dentro de tudo!