Algumas mulheres desejam tanto o benefício da maternidade que, quando o organismo não consegue conceber, a mente prepara todo o corpo para uma gravidez imaginária. Esta síndrome também é conhecida como Pseudogestação ou Pseudociese e acontece com freqüência nos animais de estimação. Querer ser mãe ou o medo inconsciente desta responsabilidade pode acarretar este quadro clínico no ser humano.
A barriga cresce, aparecem os enjôos, vômitos, seios inchados e até leite. Às vezes a mulher chega a sentir o “bebê” se mexer. Estas transformações corporais a induzem a acreditar nesta inverdade. Para o especialista em infertilidade, Arnaldo Cambiaghi, este diagnóstico é muito comum em mulheres com menor grau de instrução. “Atualmente os exames precoces detectam com facilidade uma possível gestação. Antigamente quando não existia o ultrassom, a gravidez irreal só era confirmada depois de meses”, explica o médico.
“Este é um assunto muito complexo, apesar do problema ser simples e, na maioria das vezes, desaparecer apenas com ajuda psicológica. A presença de pseudociese pode apontar para outras patologias mais graves, como o ovário policístico, neoplasias uterinas ou distúrbios ovarianos e hormonais como a prolactina. Alguns calmantes têm como efeito colateral a alteração deste hormônio que produz leite na amamentação e impede a menstruação simulando uma gravidez”, complementa Cambiaghi.
Pela primeira vez o tema será tratado em uma novela. A personagem Simone, de América, apresentada pela Rede Globo, está tendo uma gravidez psicológica e mesmo passando por diversos médicos não acredita no que os especialistas dizem. Este pode ser o começo de uma longa discussão sobre o assunto.