Linfócitos são um tipo de glóbulo branco (célula sanguínea de defesa) que podem ser de vários tipos. Linfócitos T são aqueles cuja ação é realizada pela liberação de citocinas (substâncias que regulam as células do sistema imune). Entre os diferentes tipos de linfócitos, estão os linfócitos T auxiliares, um subgrupo de linfócitos muito importante para a implantação embrionária. Esses linfócitossão ativados quando o organismo necessita de uma reação a um determinado corpo estranho. Podem ser subdivididas em duas populações efetoras distintas (Th1 e Th2) que devem estar balanceadas. Th1 é pró-inflamatório, isto é, combate agentes agressores ao corpo humano além de estimularem a ação citotóxica das células NK. Liberam as citocinas interferon gama (IFNγ), fator de necrose tumoral alfa (TNFα) e interleucinas: IL-1, 2, 12, 15 e 18. Já linfócitos Th2 levam a imunotolerância. Liberam citocinas IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10, que têm ação anti-inflamatória, além de inibir a ação citotóxica das células NK. Células Th1 e Th2 desempenham papéis distintos em várias condições fisiológicas ou patológicas. Entretanto, na gravidez, se essas respostas pró-inflamatórias (Th1) forem descontroladas e excessivas poderão causar abortos e falhas nos tratamentos de concepção assistida. Acredita-se, atualmente, que uma gestação bem sucedida é decorrente de uma predominância da atividade Th2, sendo que a Th1 poderia ser deletéria para o desenvolvimento da gestação.
Baseado nesses conceitos, pesquisa da relação Th1/Th2 foi proposto na pesquisa de falha de implantação e abortos através da avaliação das citocinas intracelulares dos linfócitos. Caso haja esse desequilíbrio, tratamentos de imunomodulação podem ser indicados, como corticoides, intralipidio ou hidroxicloroquina.
Este texto foi extraído do e-book “Imunologia da Fertilidade”.
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