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Inteligência Artificial na Reprodução Assistida: Inovações no IPGO e Perspectivas Éticas

Segundo revisões recentes publicadas no PubMed, a aplicação de IA em Tecnologias de Reprodução Assistida (ART) tem demonstrado impacto crescente. Essas tecnologias incluem aprendizado de máquina e modelagem preditiva para otimizar infertilidade, personalizar diagnóstico e tratamentos, melhorar precisão clínica e eficiência operacional em protocolos de fertilização in vitro (FIV).

Aplicações no IPGO

  • Time-Lapse (EmbryoScope)*

No IPGO, a incubadora time-lapse permite monitoramento contínuo do desenvolvimento embrionário, capturando imagens a cada 10 minutos. Essa tecnologia facilita a avaliação de divisões, simetria e possíveis anomalias com alta precisão, sem expor os embriões a variações ambientais.

  • MAGENTA & VIOLET (Future Fertility)*

Ferramentas de IA que utilizam deep learning para analisar imagens de óvulos. O MAGENTA classifica óvulos em ciclos ativos de FIV, enquanto o VIOLET avalia óvulos destinados à criopreservação, ajudando a orientar decisões sobre coletas adicionais com base nas chances de sucesso.

  • MAIA (Morphological Artificial Intelligence Assistance)*

Desenvolvida pelo Grupo Huntington, a MAIA integra-se à tecnologia time-lapse e processa milhões de imagens e dados específicos dos casais, identificando o embrião com maior potencial gestacional com maior precisão e menor manipulação.

Outras Tecnologias Relevantes

  • OMA Sperm Insight (OMA Fertility) e SpermSearch (Universidade de Tecnologia de Sydney) aplicam IA para seleção de espermatozoides com maior potencial de fertilização, inclusive em casos de azoospermia.
  • ERICA (Darwin Technologies) analisa imagens estáticas de embriões e classifica-os segundo prognóstico, reduzindo subjetividade no processo de seleção.
  • KIDScore (Vitrolife) atribui pontuações com base em crescimento e potencial de implantação usando IA.
  • ICSI Automatizado (Overture Life e Embryotools) emprega robôs para seleção, captura e injeção de espermatozoides, demonstrando nascimentos bem-sucedidos com menor variabilidade humana.

Benefícios Promissores

A IA traz potencial para maior eficiência e personalização dos tratamentos, seleção embrionária mais precisa e redução de ciclos necessários, com ganhos na qualidade clínica e no alinhamento de expectativas.

Desafios e Preocupações Éticas

Apesar do entusiasmo, vários desafios persistem:

  • Transparência e “caixa-preta”: Modelos complexos, como redes neurais, dificultam a explicação de decisões clínicas, gerando desconfiança.
  • Consentimento informado e autonomia: Pacientes podem desconhecer o uso de IA em seus tratamentos — debate-se se é necessária divulgação explícita ou opção de recusa.
  • Acesso desigual: Como “add-ons”, algumas soluções podem elevar os custos sem comprovação robusta de eficácia, aumentando disparidades.
  • Responsabilidade e desumanização: A automatização pode reduzir a percepção de cuidado humano e criar ambiguidades sobre quem responde por eventuais falhas.
  • Validação clínica limitada: Muitos sistemas carecem de ensaios clínicos controlados e evidência robusta de resultados reais.
  • Regulação e hype excessivo: Ainda falta regulamentação clara e existem expectativas infladas sobre a prontidão de uso clínico.

Perguntas e Respostas: Inteligência Artificial na Reprodução Assistida

É o uso de computadores e programas avançados para analisar imagens e dados de óvulos, espermatozoides e embriões. Esses sistemas ajudam os especialistas a escolher as melhores células para aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida.

Não. Ela funciona como uma ferramenta de apoio, oferecendo informações mais precisas para que a equipe médica possa tomar decisões mais seguras. O fator humano continua sendo essencial.

 

É uma incubadora especial que tira fotos dos embriões a cada poucos minutos, acompanhando seu desenvolvimento 24h por dia. Assim, podemos analisar o crescimento sem precisar retirar os embriões do ambiente controlado.

O MAGENTA avalia óvulos durante um ciclo de FIV ativo, ajudando a entender quais têm mais potencial.

O VIOLET analisa óvulos que serão congelados, ajudando a planejar quantas coletas podem ser necessárias para preservar a fertilidade.

É um sistema de inteligência artificial que avalia embriões usando imagens e dados específicos de cada casal, ajudando a escolher o embrião com maior chance de gerar uma gestação.

Sim. Ferramentas como o OMA Sperm Insight e o SpermSearch ajudam a identificar os melhores espermatozoides, inclusive em casos em que não há espermatozoides no sêmen e é preciso procurar no tecido testicular.

É uma versão com auxílio de robôs da técnica onde um espermatozoide é injetado dentro do óvulo. Essa tecnologia busca tornar o processo mais rápido e com menos variação entre profissionais.

Algumas já mostram resultados promissores, como a obtenção de mais embriões por ciclo. Porém, ainda faltam estudos definitivos que comprovem aumento significativo nas taxas de gravidez.

Sim. Os sistemas ainda estão em evolução, podem ter custos adicionais e precisam de validação científica robusta. Além disso, questões éticas e de acesso precisam ser consideradas.

Sim. No IPGO, buscamos incorporar o que há de mais avançado e seguro, como o Time-Lapse, o MAGENTA, o VIOLET e a MAIA, sempre com avaliação individualizada para cada paciente.

Referências Bibliográficas:

  1. Pavlovic ZJ et al. Current applications of artificial intelligence in assisted reproductive technologies… Curr Opin Obstet Gynecol. 2024.
  2. PubMed review on AI refining embryo and sperm analysis and enabling personalized treatment plans.
  3. Jiang VS, Bormann CL. Artificial intelligence in the in vitro fertilization laboratory (2023).
  4. Orovou et al. (2025). Artificial intelligence in assisted reproductive technology.
  5. Mini-review on ethics: dehumanization, bias, explainability, deskilling, justice.
  6. Ethics of artificial intelligence in embryo assessment – disclosure, access, consent.
  7. Iterative ethical concerns: informed consent, workflow, implementation caution.
  8. Fortes et al. 2023 – ética, equidade, regulamentação na reprodução assistida.
  9. Afnan et al. (2021) – ética e interpretabilidade em IA para seleção embrionária.
  10. Academia review on explainability in embryo selection AI (2023).

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