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Pesquisadores desenvolvem método de imagem 3D seguro e preciso para melhorar tratamentos de fertilização in vitro

Nova tecnologia pode fornecer aos médicos capacidade de selecionar esperma de melhor qualidade

Free3D

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv (TAU) desenvolveram um método de imagem 3D seguro e preciso para identificar as células de esperma se movendo em alta velocidade. A pesquisa, cujo estudo foi publicado na Science Advances em abril último, foi liderada pelo Prof. Natan Shaked do Departamento de Engenharia Biomédica da Faculdade de Engenharia da TAU, juntamente com Gili Dardikman-Yoffe, estudante de doutorado da TAU.

A nova tecnologia pode fornecer aos médicos a capacidade de selecionar o esperma de melhor qualidade para ser introduzido em um óvulo durante o tratamento de fertilização in vitro, aumentando potencialmente a chance de uma mulher engravidar e dar à luz um bebê saudável. O procedimento de fertilização in vitro foi criado para ajudar nos problemas de fertilidade. O tipo mais comum hoje em dia é a injeção intracitoplasmática de esperma (ICSI), que envolve a seleção de espermatozoides por um embriologista clínico e a injeção no óvulo da mulher. Para tanto, é feito um esforço para selecionar o espermatozoide com maior probabilidade de criar um embrião saudável.

Sob fertilização natural no corpo da mulher, o espermatozoide mais rápido para chegar ao óvulo deve conter material genético de alta qualidade. O movimento progressivo permite que esse “melhor” espermatozoide supere os verdadeiros obstáculos do sistema reprodutor feminino. Porém, essa ‘seleção natural’ não está disponível para o embriologista, que seleciona um espermatozoide e o injeta no óvulo. Os espermatozoides não apenas se movem rapidamente, mas também são, em sua maioria, transparentes sob a microscopia de luz normal, e a coloração celular não é permitida na FIV humana, afirmam os pesquisadores.

No estudo, os pesquisadores buscaram desenvolver um tipo inteiramente novo de tecnologia de imagem que fornecesse o máximo de informações possível sobre as células espermáticas individuais, que não requer coloração celular para aumentar o contraste e tem o potencial de permitir a seleção do espermatozoide ideal em tratamentos de fertilização.  Os pesquisadores escolheram a tecnologia de tomografia computadorizada leve para a tarefa única de geração de imagens de células de esperma. Em uma tomografia computadorizada padrão, o dispositivo gira em torno do assunto e envia raios-X que produzem várias projeções, criando uma imagem 3D do corpo. No caso do esperma, em vez de girar o dispositivo em torno dele, contam com uma característica natural do próprio esperma: sua cabeça gira constantemente durante o movimento para a frente.

Usa-se uma luz fraca (e não raios-X), que não danifica a célula. Gravam um holograma da célula espermática durante o movimento ultrarrápido e identificam os vários componentes internos de acordo com o índice de refração. Isso cria um mapa 3D preciso e altamente dinâmico do conteúdo sem usar coloração de células.

Usando essa técnica, os pesquisadores obtiveram uma imagem de TC clara e precisa do esperma em altíssima resolução em quatro dimensões: três dimensões no espaço com resolução de menos de meio mícron (um mícron equivale a um milionésimo de metro) e a exata dimensão de tempo (movimento) do segundo submilissegundo.

Segundo os pesquisadores, a novidade fornece uma solução abrangente para muitos problemas conhecidos de imagem de esperma. Isso porque criam imagens de alta resolução da cabeça do espermatozoide enquanto ele se move rapidamente, sem a necessidade de manchas que podem prejudicar o embrião. A nova tecnologia pode melhorar muito a seleção de células espermáticas in vitro, aumentando potencialmente a chance de gravidez e nascimento de um bebê saudável.

Esta nova técnica para ajudar a diagnosticar problemas de fertilidade masculina pode lançar luz sobre a relação entre o movimento 3D, estrutura e conteúdo do esperma e capacidade de fertilizar um óvulo e produzir uma gravidez viável. Os pesquisadores também acreditam que esses recursos de imagem contribuirão para outras aplicações médicas, como o desenvolvimento de microrrobôs biomiméticos eficientes para transportar drogas dentro do corpo, por exemplo.

“Atualmente, utilizamos o ‘Super ICSI’ ou ‘ICSI de alta magnificação’, uma nova versão do conhecido ICSI (Injeção Intracifoplasmatica do Espermatozoide), técnica usada desde 1992, e indicada para casais com infertilidade masculina”, diz Arnaldo Cambiaghi, especialista em ginecologia e obstetrícia com certificado de atuação na área de reprodução assistida e responsável técnico do Centro de Reprodução Humana do IPGO. Ele completa: “O Super CISI utiliza um sistema ótico chamado ‘contraste de fase interferencial’ que apresenta objetivas de maior poder de ampliação eletrônica das imagens, podendo observar os espermatozoides em detalhes, detectar seus defeitos e selecionar os melhores, pois são aumentados em até 8.000 vezes”.

Cambiaghi elogia a chegada de mais uma técnica:

“Cada vez mais a Medicina Reprodutiva se preocupa com a fertilidade masculina, já que antes os holofotes ficavam mais focadas nas mulheres. Portanto, esta nova tecnologia, em três dimensões, traz otimismo, pois vai melhorar os tratamentos de FIV e proporcionar um aumento de resultados positivos, deixando mais famílias felizes”, finaliza.

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