O Congelamento de Óvulos, junto com a ICSI (Intracytoplasmic Sperm Injection ou Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide), está entre os avanços mais importantes da Medicina Reprodutiva dos últimos anos. A ICSI, introduzida em 1992, permitiu que homens com quantidade mínima de espermatozoides pudessem ter seus filhos, o que era impossível até então. A primeira gravidez com oócito congelado ocorreu em 1986 e, desde então, houve grande progresso desta técnica. No início as taxas de gravidez eram baixas, ao redor de 1%. A justificativa para estes resultados desanimadores estava na técnica de congelamento inadequada para os óvulos. O oócito é uma célula mais sensível que as demais, e carrega dentro de si uma quantidade maior de água quando comparada às outras. Quando se usava a técnica de congelamento habitual, a mesma que era utilizada para o congelamento de embriões, formava-se no interior do óvulo uma grande quantidade de cristais de gelo, os quais danificavam a estrutura da célula e causavam alterações cromossômicas que impediam ou dificultavam a fertilização da maioria dos óvulos, a divisão celular e a implantação dos embriões. Essa rotina de insucessos foi quebrada após as pesquisas da ginecologista italiana Eleonora Porcu, da Policlínica de Santa Úrsula de Bolonha, na Itália e da introdução da técnica de vitrificação.
O congelamento de óvulos tem maior chance de sucesso quando realizado com óvulos maduros e permite que as mulheres possam preservar sua fertilidade em situações que eram até há pouco tempo impossíveis. Para que possa ser realizada, é necessário que a paciente passe por um processo idêntico ao da fertilização in vitro. Os ovários serão estimulados, os óvulos serão coletados, encaminhados para o laboratório, desidratados e congelados pela vitrificação.