O que é Mini-FIV?
A Mini-FIV (Mini Fertilização In Vitro) é uma alternativa dos tratamentos de fertilização in vitro que torna o procedimento mais simples, oferece um custo financeiro reduzido e resultados semelhantes aos da FIV Convencional.
Baseia-se na hipótese, já conhecida pela ciência, que são suficientes não mais do que DOIS a TRÊS óvulos em uma estimulação ovariana para produzir embriões de boa qualidade. O procedimento da Mini-FIV utiliza uma Mínima Estimulação Ovariana (MEO), com comprimidos e pouca medicação injetável. Esta estimulação mais leve se aproxima do planejamento da natureza, que mensalmente procura selecionar os melhores óvulos. As estimulações mais agressivas na FIV Convencionais, que utilizam mais medicamentos, podem produzir um número maior de óvulos, porém, de pior qualidade. Assim, são formados embriões com chance menor de implantação e com risco maior de aborto.
Uma das grandes preocupações do IPGO é garantir às pacientes a excelência nos tratamentos, os melhores resultados, o mínimo desconforto e custos acessíveis. As despesas com medicamentos na Mini-FIV são de 30% a 40% menores que a FIV-Convencional.
Sabemos que quando os pacientes se interessam pelo tratamento de Fertilização In Vitro, geralmente procuram informações sobre a FIV Convencional e se preocupam, além das injeções diários, com:
- Aumento de peso
- Retenção de líquido
- Inchaço abdominal
- Alto custo financeiro
- Gestação múltipla
- entre outras possibilidades
Esta estratégia realizada pelo IPGO simplifica o tratamento, diminui o número de óvulos recrutados (mas de melhor qualidade), reduz o desconforto, os efeitos colaterais, o custo financeiro e, principalmente, mantém praticamente a mesma taxa de gravidez.
Nas “mulheres maduras” (idade ao redor dos 40 anos), a taxa de gravidez pode ser superior à FIV-Con vencional.
Protocolos:
Protocolo 1: Shermam Silber do St. Luke’s Hospital in St. Louis.
No 3º dia do ciclo pré-menstrual, inicia-se uma dose baixa de Clomifene (50 mg/dia), mas não apenas por cinco dias, como no método convencional. Essa medicação deve ser tomada diariamente até o folículo alcançar a medida pré-ovulatória (no stop). São adicionadas pequenas doses de FSH/LH-150 U.I. no 8º , no 10º e no 12º dia do ciclo. O Clomifene não só estimula a ovulação pelo aumento de FSH produzido pelo próprio organismo, mas também bloqueia o estímulo do LH, impedindo a ovulação prematura de forma semelhante aos agonistas e antagonistas (Lupron, Gonapeptyl, Cetrotide e Orgalutran).
Assim, esse protocolo modificado estimula uma quantidade menor de folículos, mas produz óvulos de melhor qualidade. A maturação final dos óvulos é realizada com uma única dose de Gonapeptyl ou Lupron Kit injetável, eficientes e mais baratos.
Entretanto, devemos reconhecer o ponto fraco desse novo protocolo: o Clomifene prejudica a qualidade do endométrio, tornando-o pouco receptivo para a implantação embrionária e, por esta razão, tem sido pouco utilizado em tratamentos de alta complexidade. Problema que tem sido resolvido pelos avanços das técnicas de congelamento embrionário, que hoje se utilizam da Técnica de Vitrificação. Por ela, os embriões fertilizados no ciclo de indução devem ser transferidos em um próximo ciclo, quando o endométrio apresentar características ideais para a implantação. Pode ser em um ciclo natural ou preparado. A vitrificação proporciona taxas de gestação idênticas às de embriões “frescos”.
“Armazenamento” de Embriões
Como alternativa, as induções podem ser repetidas, isto é, os óvulos são coletados em duas ou três induções diferentes, em meses seguidos ou não, fertilizados, congelados (vitrificados) e transferidos, de uma só vez, em um ciclo seguinte. Assim, utilizando-se menos medicação obtém-se um número maior de embriões em uma única transferência. Esta possibilidade é interessante por reduzir as pressões emocionais somadas nas várias tentativas que serão reduzidas á uma única transferência.
Para mais informações sobre as regras éticas dos Tratamentos de Fertilização veja a Resolução nº 2.294/21 CFM
Protocolo 2: IPGO
No 2º dia do ciclo menstrual, após confirmação da ausência de cistos nos ovários ou estrogênio no sangue, inicia-se a estimulação ovariana com 5mg de Letrozole (Femara) ao dia, por cinco dias.
A princípio, preferimos a não utilização do Clomifene, pelos efeitos negativos causados ao endométrio. Com isso torna-se possível a transferência dos embriões no mesmo ciclo, sem a necessidade de vitrificação dos mesmos e a transferência em outro mês.
Entretanto, isso vai depender da resposta ovariana ao estímulo. No 8º dia é realizada uma nova avaliação pelo ultrassom e de acordo com a resposta da paciente, são adicionadas pequenas doses de FSH/LH-150 U.I., no 8º, no 10º e no 12º dia do ciclo. Nesse período também se acrescenta o hormônio antagonista do GnRH (Cetrotide ou Orgalutram), até o dia da ovulação, para impedir o pico de LH e a consequente ovulação antes do dia previsto. O uso da progesterona via oral no lugar do GnRH pode ser uma alternativa interessante, mais econômica e menos injeções.
Este protocolo de Mini-FIV do IPGO envolve mais hormônios que o anterior, e por isso é um pouco mais caro, entretanto é mais seguro e possibilita a transferência dos embriões no mesmo ciclo.
PENSE NA PARÁBOLA: Se você está sentado debaixo de um pé de maçãs e deseja comer a melhor e mais saborosa delas, tem duas opções: pode cortar a árvore inteira e procurar entre todas as maçãs qual a melhor ou simplesmente balançar os galhos mais próximos de você e comer uma ou duas maçãs maduras que caírem.
A realização e o sucesso do Mini-FIV exige dedicação e conhecimento do profissional em estimulação ovariana, um laboratório de Reprodução Humana por onde circule ar puro controlado, sem toxinas e bactérias e que garanta um ambiente adequado para o desenvolvimento dos embriões, além de um Programa de Congelamento (vitrificação) de óvulos e embriões de alta qualidade. Essas características possibilitam uma transferência embrionária em ciclos posteriores sem prejuízo dos resultados. (Protocolo Dr Masashige Kuwayama).
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