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Congresso New Orleans, Louisiana, USA 2006

Novidades do Congresso de Reprodução Humana da Sociedade Americana de Medicina – New Orleans, Louisiana, USA
21 – 25 de outubro de 2006

Estivemos (eu, Arnaldo S. Cambiaghi e Dra. Daniella S. Castellotti) no 62 rd Congresso da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva que aconteceu nos Estados Unidos em New Orleans entre 21 e 25 de outubro, um dos mais importantes quando o assunto é Reprodução Humana.

Conheci a cidade New Orleans em 1995 como turista e já naquela época com exceção da emoção de navegar pelo Rio Mississipi, que vale mais pela fama do que pela beleza, da Bourbon Street e dos shows de Jazz, nada me emocionou. Agora, depois da catástrofe do Katrina ficou ainda pior. A cidade está mais feia vivendo em função do “turismo da desgraça”. Tours pelas regiões mais atingidas pelo furacão de 2005 oferecendo aos turistas, fotos e “souvenirs” que documentam a catástrofe daqueles dias como por exemplo o povo em condições de calamidade, jacarés comendo os cadáveres produzidos pelo Katrina. INACREDITÁVEL!!

Os Congressos Americanos costumam ser movimentados – participam mais de 6000 profissionais especialistas em Reprodução Humana do mundo todo – entretanto o conteúdo científico estava abaixo da média quando comparado ao dos anos anteriores. Embora este congresso seja sobre infertilidade, contracepção e menopausa, o assunto infertilidade engloba 90% de todas as discussões. Mesmo porque, tanto a contracepção como a menopausa não vem apresentando nenhum avanço científico nos últimos anos. Os dois temas mais debatidos foram a Preservação da Fertilidade e a Síndrome dos Ovários Policísticos.

Um pouco sobre New Orleans

New Orleans, também chamada de Nova Orleans ou de Nova Orleães em português, é a maior cidade do Estado americano de Louisiana. A New Orleans foi fundada originalmente por exploradores franceses, com o nome de Nouvelle Orléans (atualmente, o nome da cidade em francês é La Nouvelle-Orléans). Está localizado no sudeste do Estado, ao sul do Lago Pontchartrain, no ponto mais baixo do estado. A cidade é co-existente com a Paróquia de Orleans. Segundo o censo americano de 2000, a população da cidade é de 484 674 habitantes, e sua região metropolitana possui 1 337 726 habitantes.

New Orleans é uma cidade conhecida pelo seu legado multicultural – especialmente influências culturais francesas, espanholas e afro-americanas, e pela sua música e pela sua culinária. New Orleans é um destino turístico internacional mundialmente famoso graças aos seus vários festivais. Entre elas, as mais importantes são o Mardi Gras, Jazz Fest, Southern Decadence, e o festival de futebol americano Sugar Bowl.

New Orleans foi fundada em 1718, por Jean Baptiste le Moyne. Moyne foi o governador da colônia francesa de Louisiana. A cidade foi assim nomeada em homenagem a Filipe, Duque de Orléans, que era então o regente e o chefe de estado da França à época em que New Orleans foi fundada.

New Orleans é o centro portuário mais movimentado do Estados Unidos, e o quarto mais movimentado do mundo, graças à sua localização próxima ao Golfo do México e do Rio Mississippi, fazendo da cidade um pólo de conexão para produtos que são importados/exportados para a América Latina. Além disso, a indústria petroleira é também de grande importância para a economia da cidade. Esta indústria é forte na cidade graças a vários postos de extração de petróleo localizados próximos à cidade, ao longo da Costa do Golfo. O turismo também é uma fonte de renda primária da cidade.

New Orleans possui vários cognomes, que descrevem diversas características da cidade. Entre elas, as mais conhecidas são The Crescent City (descrevendo seu formato ao longo do Rio Mississippi), The Big Easy (uma referência feita por músicos, graças à relativamente facilidade de encontrar um emprego na cidade) e The City that Care Forgot (associada com a natureza amistosa dos habitantes da cidade). O lema de New Orleans, não-oficial mas muito citado na cidade, é Laissez les bons temps rouler (“Deixe os bons tempos rolarem”).
O nome da cidade é comumente abreviada NOLA. O gentílico dos habitantes da cidade é Orleniano(a).
Agora, vamos aos assuntos que interessam.

Preservação da Fertilidade

Mereceu um dia de debates só deste assunto. Coordenado pelo Dr. K Oknay de Weill Medical Center Of Cornnell University e pelo Ph.D Jonathan Tilly do departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Geral de Massachusets. Foi ressaltado a importância da preservação da fertilidade da mulher em todos os seus aspectos. Desde aquelas que não tem problemas de saúde, são solteiras e temem pela perda da fertilidade com o passar dos anos e por isso desejam congelar seus óvulos para prorrogar sua fertilidade, até aquelas que passam por tratamentos de câncer como a quimioterapia e radioterapia. Cada vez mais, crianças e adultos jovens sobrevivem aos tratamentos oncológicos. Para se ter uma idéia, estima-se que em 2010, um em cada 250 adultos será sobrevivente de tratamentos de câncer e outras estatísticas demonstram que 1 em cada 52 mulheres deverão terão câncer antes dos 39 anos. Hoje em dia, até 90% destas pacientes conseguem se recuperar, mas a fertilidade pode ser prejudicada. Os tratamentos estão cada vez mais eficazes, mas o número de casos está também cada vez maior. Através de novas técnicas de congelamento de óvulos e ovários é possível preservar a fertilidade até a data oportuna para que esta mulher, e também o homem possam ter seus filhos (veja mais sobre congelamento de óvulos neste site – www.ipgo.com.br)
O IPGO utiliza todas as técnicas para a preservação da fertilidade.

Ovários Policisticos

A Síndrome dos Ovários Policísticos acomete 20 à 30% das mulheres e é a causa mais comuns de disfunção menstrual. Está intimamente relacionada com alterações de insulina, a chamada “Resistência à Insulina” e por isto os tratamentos necessitam de remédios para diabetes (Metformina).

Os sintomas mais comuns são: o aumento de pêlos em locais do corpo onde normalmente não devem existir, a acne, Acantose nigrans, queda de cabelo, irregularidade menstrual, obesidade e infertilidade, e apnéia do sono (em pacientes obesas), os exames mais importante para o diagnostico são: ultrassom que demonstra vários pequenos cistos (10 a 20 em cada ovário).

Exames hormonais, pesquisa de diabetes, avaliação de distúrbios cardio vasulares. A grande preocupação é com relação às complicações futuras desta doença e a necessidade do diagnóstico precoce que deve ser feito logo na adolescência. Entre as piores complicações estão a diabetes tipo II, que poderá surgir antes dos 30 anos, o câncer endometrial, abortos e alteração metabólica que aumenta o risco de complicações cardiovasculares.

Segundo Dra. Andréa Dunarff
Existe uma associação importante entre familiares com SOP – independente de sexo masculino ou feminino como por exemplo alterações do colesterol e resistência a insulina e por isto os familiares, irmãs, irmãos e filhos de mulheres com SOP devem ter o seu perfil metabólico analisado.

As alterações metabólicas e risco de complicações são avaliadas pelo quadro abaixo:

1- Obesidade AbdominalCintura maior que 88 cm
2 – Triglicérides RMaior que 150mgl/dl
3 – HDL-L (Colesterol bom)Menor que 50mg/dl
4 – Pressão ArterialMaior que 13/8,5
5 –  Glicemia de Jejum
Glicemia por passado
110 – 126 mg/dl
140 -199 mg/dl

A presença de 3 destes 5 item caracterizam o alto risco de complicações cardiovasculares futuro.
Os tratamentos baseiam-se na mudança do estilo de vida, perda de peso e medicações adequadas (metformina)

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