Tudo começou há 20 anos quando meu ciclo veio, sempre tive muita cólica e mesmo indo a vários profissionais não descobria o motivo, então usei a pílula conceptiva para evitar as dores que eram muito fortes e isto foi o que salvou meus órgãos reprodutivos.
Há mais ou menos três anos quando começamos a tentar engravidar, sem ter muito mais o que fazer o médico da época pediu para procurar um especialista em reprodução humana, encontrei e logo foi constatado que eu tinha endometriose, realizamos a cirurgia e continuamos a luta por uma gravidez.
Já havia se passado 18 meses e nada, a cada mês era uma frustração, foi quando me indicaram a clínica IPGO e claro, o Dr. Arnaldo, devo assumir que depois de tantos anos em contato com profissionais da medicina estava desanimada e desconfiada, a assistente que me deu suporte foi a Eveline em sua ausência a Fernanda.
Partimos então para o tratamento FIV, e logo programamos para as férias da faculdade, após alguns exames realizados iniciamos o processo, foi super difícil tanto psicologicamente quanto financeiramente, quase um mês depois de tratamento, tínhamos certeza que daria certo, nada poderia dar errado, não era possível que programamos tanto e daria errado, tínhamos completado 14 anos de casamento, comprado nossa casinha financiada há três anos, nosso primeiro carro e finalizado a faculdade. Tudo com muito esforço e planejamento, se não desse certo teríamos nadado e morrido na praia, quando veio o resultado negativo ficamos sem chão.
Eu pensava que o tratamento era um sofrimento, mas percebi que o resultado foi a coisa mais difícil da minha vida, me deparei com a realidade de que nem tudo depende de nós, temos que ter paciência e aceitar os nossos limites.
Quando achei que minhas dificuldades estavam no fim, percebi que estavam apenas começando.
Houve muito choro escondido e sofrimento em silencio até mesmo entre eu e meu marido, pois não conseguíamos falar sobre o assunto a princípio. Mas como digo, sempre sofra à vista e nunca a prazo, coloque uma data limite para o sofrimento e busque a solução se possível.
Então começamos a fazer mais exames e outra vez nos encontramos sem chão ao saber que um de nós tinha uma inversão genética em um dos cromossomos.
Mais uma chuva de lágrimas se instalou em nossas vidas então resolvemos terminar a faculdade e dar tempo ao tempo, apesar de mergulharmos de cabeça nos livros sabíamos que este tempo acabaria e teríamos que retomar o assunto.
Terminamos a faculdade e voltamos a clínica, com mais cautela, maturidade, tranqüilidade e menos providos nas finanças, programamos férias juntos do trabalho e iniciamos uma nova tentativa.
Quando me perguntavam se iríamos viajar, dizia que não, pois tínhamos que resolver algumas pendências. Mantivemos segredo absoluto entre nós. Disse certa vez ao médico, “na vida toda escolha precede uma renúncia”, se desistíssemos deste sonho, pelo qual fizemos de tudo para realizar a vida perderia o sentido. Uma vida sem sonhos, sem esperança é uma vida vazia.
Algumas dúvidas que tinha foram esclarecidas ao assistir um vídeo do Dr. Arnaldo sobre o seu livro acerca das religiões e a fertilização. Pois às vezes tinha a impressão de que estava forçando a natureza. Sanadas minhas dúvidas decidi lutar até enquanto tivesse forças mesmo sabendo dos riscos.
Pedia a Deus todos os dias que nos desse força para suportar o tratamento e qualquer que fosse o resultado final.
Começamos então o novo tratamento, desta vez admito ter sido diferente, foi mais tranqüilo, não sei o porquê, talvez por já saber como seria ou por saber do risco que corríamos, não sei direito, mas meu maior medo ainda seria a hora do resultado.
Neste período meu marido perdeu sua tia e no dia da implantação do embrião minha avó também se foi, além de tudo tivemos que lidar com o inesperado e os improvisos.
Continuamos com o programado e quando começou a chegar o dia de fazer o teste a dúvida e o medo começou a tomar conta. Eu queria continuar a ter esperança então não queria nem fazer, mas seria inevitável, se não desse certo o próximo tratamento seria somente quando eu estivesse por volta dos 40 anos, ou seja, teria que esperar mais ou menos cinco anos para levantar mais recursos em função de outros compromissos financeiros.
As chances de abortos devido ao problema genético eram grandes, na primeira tentativa implantamos três no quarto dia e perdemos os três. Desta vez implantamos dois no 5º dia de maturidade.
No dia do exame do Beta eu estava com cólica, e por este motivo estava meio desnorteada, realizamos na clínica IPGO e nem queria ver o resultado, esta parte acabou sendo a mais difícil do tratamento e como um anjo de Deus o Doutor conseguiu obter o resultado antecipadamente. Ao chegar em casa recebemos uma ligação da Eveline para informar que o resultado era positivo, dei uma bronca nela perguntando o que ela queria, pois sabia que o resultado ainda não tinha saído, achei que era brincadeira, nem acreditei, mas era verdade, conseguimos, pegamos o carro e voltamos para a clinica, queria gritar para o mundo, mas ainda havia os três meses de risco.
O drama continuou até o dia em que ouvimos pela primeira vez o coraçãozinho do bebê, eu ainda continuei preocupada até passar os três meses e a cada ultrassom realizado pelo Dr. Arnaldo dizendo estar tudo bem, eu e meu marido respirávamos aliviados, pois era a melhor coisa que podíamos ouvir para amenizar a pressão que tínhamos no coração.
Hoje estou de 15 semanas logo faço quatro meses, não sei o sexo ainda, mas sei que é um lindo bebê, muito desejado e amado, tão pequeno, mas daria minha vida para ter estes momentos que estamos vivendo, às vezes tenho mal estar mas isso faz parte.
Se for menino será Kevin (origem irlandesa significa, pacífico nobre e gentil) e menina Evelyn (pássaro de grande estirpe), mas é em homenagem a Eveline, assistente que esteve presente 24 horas por dia torcendo todo o tempo, pela qual peguei grande estima.
Quanto ao Dr. Arnaldo digo que ele é uma figura única, vibrou na primeira ultrassom e sei que exerce sua profissão com respeito, amor e satisfação, razões as quais o torna o excelente profissional, sei que posso procurar mais 50 anos que não vou encontrar alguém tão bom no que faz quanto ele.
Agradeço principalmente a Deus e também a toda equipe da clínica IPGO, vocês além de ajudarem mamães e papais a realizarem seus sonhos, semeiam a coisa mais importante do mundo que é a esperança que vem fé, pois saúde sem esperança torna a vida sem sentido, muitas pessoas melhoram seus quadros clínicos quando estão emocionalmente felizes e para isso se faz necessário a esperança que vem da fé.
Meu nome, Alice, 35 anos, casada há 15 anos, meu marido, Fábio, 34 anos e futuro papai, que canta todas as noites para o bebê que está por vir à luz em outubro de 2011.
Trecho da letra da música cantada todos os dias;
- Um anjo do céu
- Que trouxe pra mim
- É a mais bonita
- A jóia perfeita
- Que é pra eu cuidar
- Que é pra eu amar
- Gota cristalina
- Tem toda inocência
- Vem, Óh meu bem
- Não chore não
- Vou cantar pra você
- Um anjo do céu
- Que me escolheu
- Serei o seu porto
- Guardião da pureza
- Que é pra eu cuidar
- Que é pra eu amar
- Gota cristalina
- Tem toda inocência
- Obrigada a todos São Paulo, 01/05/2011.
“Todo caminho percorrido nos deixa seu legado em forma de ensinamento, cuja mensagem é abstraída de forma única e individual por cada um de nós em seus vários significados”.