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Congelamento de Embriões, Óvulos e Ovário (Vitrificação)

CONGELAMENTO DE EMBRIÕES

1) O que é Vitrificação?

R: Vitrificação é uma técnica de congelamento que assegura resultados excelentes nos tratamentos de Fertilização In Vitro. A taxa de gestação por essa técnica não é menor quando comparada ao estado “fresco” das células, diferente do congelamento lento ou convencional, que provoca a formação de cristais de gelo no interior das células e consequentes danos à qualidade das mesmas. É utilizada tanto para óvulos como para embriões.
Esta técnica difere da convencional pela rapidez com que atinge a baixa temperatura (-196º), produzindo um estado vítreo no embrião ou óvulo e impedindo a formação de cristais de gelo e danos celulares. A velocidade da diminuição de temperatura no congelamento convencional é de 0,3ºC por minuto, ao passo que na vitrificação é de 23ºC por minuto, ou seja, 70 vezes mais rápida. Essa técnica confiável melhora a qualidade dos tratamentos de Fertilização In Vitro e pode ser útil na Mini-FIV, Doação de Óvulos, Preservação da Fertilidade em Mulheres com câncer e em situações em que houver óvulos ou embriões excedentes.

2) Qual a vantagem de congelar embriões?

R: A grande vantagem está em se poder restringir ao máximo o número de embriões transferidos para o útero. Isso acontece com freqüência em ciclos de Fertilização In Vitro, quando o ovário responde muito bem à indução da ovulação, levando à formação de vários folículos ovulatórios. Os óvulos são todos fertilizados. Ao se colocar parte desses embriões no interior do útero, os que restarem não poderão ser descartados, pois o embrião é considerado um “ser vivo”. A saída é a doação para outros casais, pesquisa científica ou congelamento. A grande maioria dos casais escolhe pelo congelamento, pois no momento de se fazer esta opção ainda não sabem qual será o resultado do tratamento que estão se submetendo.

3) Qual poderá ser o destino dos embriões congelados?

R: Existem várias possibilidades. Se o casal “proprietário” dos embriões engravidar no ciclo em que foram colhidos os óvulos que produziram esses embriões, eles poderão ser mantidos congelados até o desejo de uma próxima gestação. Isso tornará esse ciclo de fertilização mais simples, mais barato e menos desgastante. A mulher receberá poucos hormônios para preparar o útero para receber os embriões.
Caso não desejem mais a gravidez, os embriões ficarão congelados por tempo indeterminado até que se defina um destino para eles. O casal deve pagar taxas anuais para a manutenção dos embriões, como as de hotelaria. Caso não desejem de forma alguma a gestação, os embriões poderão ser doados para outro casal, pesquisa científica e até descartados, após cinco anos de congelamento. Esta última possibilidade, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) tem sido alvo de discussões éticas, religiosas e legais.

4) Quanto tempo os embriões podem ficar congelados?

R: Não se tem um tempo estipulado. O processo existe desde a década de 80 e há irmãos nascidos até com 13 anos de diferença, mas que foram concebidos no mesmo dia.

5) Como ocorre o processo de congelamento?

R: Os embriões devem passar por um processo inicial de desidratação. Depois são congelados lentamente por diminuição progressiva de temperatura, ou por vitrificação, até alcançarem 196°C negativos em nitrogênio líquido.

6) Os embriões congelados são colocados separadamente ou em conjunto?

R: São guardados em pequenos frascos chamados de palhetas. Podem ser congelados individualmente ou em grupos de 4 a 6. Isso vai depender de cada situação.

7) Quais as chances de gravidez quando se utiliza embriões congelados?

R: As chances de implantação e gravidez pela técnica de vitrificação, são iguais ou melhores quando comparadas aos embriões que são transferidos na época em que foi realizada a Fertilização In Vitro. Isto, porque o endométrio tem receptividade melhor quando não está sob os efeitos da sobrecarga hormonal proveniente da estimulação ovariana. Em outras palavras, como a vitrificação dos embriões praticamente não causa prejuízo da qualidade dos mesmos, a taxa de gravidez seria beneficiada pela melhor receptividade do endométrio. Além disso, alguns estudos demonstram que gestações provenientes de embriões vitrificados tem menos complicações quando comparadas às provenientes de embriões frescos. Os bebês também nascem com maior peso.

Vantagens em transferir embriões congelados (vitrificados)

• Taxa de gravidez
• Incidência de placenta prévia
• Peso do RN
• Risco de OHSS
• Ectópica ( ASRM-2014)

Caso não queiram mais a gestação, os embriões poderão ser doados para outro casal, para pesquisa ou até “descartados” após 5 anos de congelamento. Esta última opção está envolvida em controversas éticas. Isto porque o endométrio tem receptividade melhor quando não esta mais “enxarcado” com hormônios da estimulação e por isso seria mais receptivo quando preparado em um momento diferente da estimulação. Gestação de embriões congelados tem menor chance de complicações aos embriões frescos.

8) Como a mulher se prepara para a transferência dos embriões congelados?

R: Somente recebendo o hormônio estradiol. Não é necessária a indução da ovulação. O acompanhamento da espessura do endométrio pelo ultrassom é suficiente para se determinar a época adequada para a transferência dos embriões. O hormônio estradiol pode ser ministrado via oral, com adesivos sobre a pele ou por via intramuscular.

CONGELAMENTO DE ÓVULOS

9) O congelamento de óvulos deve ser indicado em que situações?

R: Hoje em dia, cada vez mais é indicado o congelamento de óvulos. Isso se deve aos avanços tecnológicos que, comparados ao passado, permitem que eles tenham uma melhor recuperação para serem fertilizados. Até três anos atrás os resultados de gravidez com esses óvulos eram baixíssimos, mas atualmente, conseguem-se resultados semelhantes aos de embriões congelados. As principais indicações são:

a) Mulheres que serão submetidas a tratamentos oncológicos de quimioterapia e radioterapia. O óvulo poderá ficar estocado até que a paciente esteja recuperada. Uma vez que esses tratamentos são prejudiciais para a qualidade do óvulo, o congelamento de óvulos dá a oportunidade para que essas mulheres sejam mães no futuro.

b) Casais que durante os tratamentos de Fertilização In Vitro têm excesso de óvulos e não querem passar pelo constrangimento de congelar embriões e ter que doá-los.

c) Mulheres que ao se aproximarem dos 35 anos não tem parceiro adequado para ser pai de seus filhos, temem pelo envelhecimento dos óvulos e a consequente perda da fertilidade. Os óvulos poderão ser coletados e congelados. Caso essa mulher só encontre sua “alma gêmea” numa idade avançada, ela poderá usar estes óvulos congelados para a fertilização com chances maiores de engravidar.

d) Histórico familiar de menopausa precoce podem indicar a retirada de óvulos seguida de congelamento com o objetivo de preservar a fertilidade. Caso a menopausa precoce não ocorra e a paciente engravide naturalmente, os óvulos poderão ser descartados. Caso contrário, eles poderão ser utilizados em processos de Fertilização In Vitro.

CONGELAMENTO DE FRAGMENTOS DE OVÁRIO

10) E os ovários podem ser congelados?

R: Podem e os resultados são ainda promissores e por isso ainda não deve ser bem avaliada. A desvantagem está na necessidade de uma microcirurgia para a retirada do ovário (videolaparoscopia). Após a retirada deverá ser fragmentado e posteriormente congelado.
Na época desejada, deverá ser implantado em diferentes lugares do corpo, como sob a pele, no antebraço, abdômen ou sobre o outro ovário, que não foi retirado na época. Depois de implantados poderão voltar a funcionar e produzir óvulos. A gravidez deverá ocorrer espontaneamente ou através da FIV.

11) Quais são as indicações para o congelamento de ovário?

R: São casos específicos para pacientes jovens com diagnóstico de câncer, quando não for possível esperar pelo início da quimioterapia, radioterapia ou cirurgias. São casos que o uso de hormônios para a indução da ovulação estão contraindicados pelo risco de agravamento da doença.

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