No Brasil, a ovodoação é obrigatoriamente anônima, ou seja, nem a doadora nem a receptora sabem a identidade de uma e de outra, diferentemente dos Estados Unidos, onde a receptora pode escolher uma doadora conhecida. No nosso país, também não é permitida nenhuma transação comercial nesse tipo de tratamento. A doação deve ser voluntária e sem fins lucrativos.
Pela Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), a idade limite para ser doadora é 35 anos. No IPGO, a candidata doadora, além de exames clínicos e laboratoriais rigorosos, deve preencher um questionário detalhado sobre sua vida pessoal e médica, incluindo informações sobre antecedentes e características familiares. Detalhes físicos como peso, estatura, tipo e cor dos cabelos, cor dos olhos e da pele são incluídos nesse questionário, acompanhados de uma foto de quando era criança, para que a receptora tenha uma ideia da fisionomia de quem lhe doará os óvulos. Assim, ela se sentirá mais segura, mas sem o risco de um reconhecimento futuro.
Solicitamos também que escrevam um pequeno texto que reflita os seus sentimentos e traços da sua personalidade, o que dá maior ênfase às suas características íntimas. Existem outros exames que podem demonstrar uma maior afinidade entre doadora e receptora, como o estudo imunológico de compatibilidade, exames de ancestralidade e estudo genético das doadoras.
Hábitos como tabagismo, alcoolismo e uso de drogas devem ser questionados. As doadoras não são buscadas ao acaso. Elas podem ser voluntárias, altruístas, ou podem estar fazendo também um tratamento para engravidar (doação AVALIANDO E SELECIONANDO AS PACIENTES DOADORAS compartilhada) em decorrência de problemas de fertilidade do marido (poucos espermatozoides ou ausência deles), fatores tubários ou esterilidade sem causa aparente. Independentemente da razão, são sempre submetidas a exames para a pesquisa da fertilidade, principalmente da reserva ovariana. Todas as sorologias, como sífilis, HIV, hepatite B e C e HTLV, pesquisa de secreção vaginal e papanicolau, devem ter sido realizadas há menos de seis meses, além de tipagem sanguínea, cariótipo, para descartar translocações balanceadas, e avaliação rigorosa da reserva ovariana e sorologias específicas para determinada época, como o caso do Zika e Sarampo. Em casos de doação compartilhada, também é necessária a avaliação do útero da paciente e sorologias para toxoplasmose, rubéola e CMV.
Pesquisa da doadora de óvulos e seu parceiro
Portanto, para ser doadora, a mulher deve ter as seguintes características:
- Idade entre 18 e 35 anos
- Bom nível intelectual
- Histórico negativo de doenças genéticas transmissíveis
- Teste negativo para doenças infecciosas sexualmente transmissíveis
- Tipagem sanguínea compatível com a da receptora (exceto se a receptora não se importar)
- Boa reserva ovariana
Este texto foi extraído do e-book “Doação e Recepção de Óvulos”.
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