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Identificando as alterações no embrião

Alterações cromossômicas

Um problema comum são as eventuais alterações cromossômicas dos embriões que impedem implantação, principalmente em mulheres com mais de 40 anos, mesmo quando eles apresentam um aspecto próximo à perfeição no dia da transferência. Isto não significa que este será um problema repetitivo em todos os tratamentos, mas esta possibilidade deve ser considerada para se compreender que pode ter havido uma seleção natural do organismo materno que impediu a implantação do embrião não saudável. Por esta razão, a Equipe IPGO recomenda que o casal realize o exame cariótipo.

Exame Cariótipo

Esse exame identifica as anormalidades cromossômicas “dormentes” no homem e na mulher, ou seja, as características recessivas que, ao serem transmitidas ao embrião, poderão tornar-se evidentes e causar doenças que impossibilitem o desenvolvimento do bebê. O cariótipo é um exame de sangue simples e deve ser feito tanto pela mulher quanto pelo homem. É importante esclarecer que homens que têm baixa contagem de espermatozoides possuem chances maiores de apresentar anormalidades cromossômicas.

Biopsia de Blastocisto (Trofectoderma)

A biópsia embrionária é um procedimento de retirada de células do embrião (trofectoderma), que vão originar as estruturas da placenta para análise genético ou cromossômico. É muito importante que a biópsia seja realizada de maneira correta para que não comprometa o desenvolvimento do embrião no futuro.

PGS (Pré-implantation Genetic Screening)
(em português, DPI (Diagnóstico Pré-Implantacional)

Esse exame é realizado no embrião antes da implantação no útero da mãe, com o objetivo de diagnosticar a existência de alguma doença cromossômica. Essa avaliação estuda os 24 cromossomos do corpo humano (22 pares de cromossomos autossomos denominados com números de 1 a 22 e mais dois sexuais X e Y). Estas técnicas são capazes de identificar todas as anomalias cromossômicas chamadas aneuploidias, que são alterações de perdas ou ganhos no número de cromossomos, causados por erros na divisão celular. Os embriões gerados com cromossomos a mais ou a menos não conseguem se desenvolver normalmente, e são a principal causa de falhas reprodutivas. Entre as aneuploidias mais conhecidas estão as Síndromes de Down, Patau, Edwards, Klinenfeter e Turner. As técnicas detectam alterações envolvendo todos os 24 cromossomos e são realizadas em uma fase adiantada de evolução embrionária, o blastocisto, geralmente no 5º dia após a fecundação (120 horas), o que permite avaliar um número maior de células (6 a 10) e, consequentemente, obter um resultado mais preciso. A retirada das células embrionárias ocorre após a realização de uma pequena abertura na região externa do blastocisto, chamada de trofectoderma (que dará origem à placenta). Algumas células que se exteriorizam por esta abertura são delicadamente aspiradas e encaminhadas ao laboratório de genética. Os embriões saudáveis são transferidos para o útero. Essa avaliação pode aumentar a chance de sucesso do tratamento. Para facilitar o entendimento, padronizou-se nomear o exame PGT-A (Teste Genético Pré-implantacional).

Falso positivo e falso negativo: apesar de seus benefícios, este exame pode apresentar resultados “falso positivo”, ou seja, indicar que o embrião é alterado, quando na verdade é normal, o que levaria ao descarte de um embrião saudável. Esta possibilidade de “falso positivo” ou “falso negativo” é possível e previsível neste tipo de exame. Em outras palavras, o exame PGS pode levar a um tratamento MAIS EFICIENTE por minimizar as possibilidades de anomalias no bebê e aumentar a probabilidade de resultados positivos na FIV, pois a maioria dos embriões com anomalias não chega a implantar ou termina em aborto no início da gestação, uma vez que é esperado que parte dos embriões formados na FIV sejam anormais, (NÃO SAUDÁVEIS), sendo uma importante causa de falha de FIV. Por outro lado, um ensaio clínico mostrou que a possibilidade de “falsos positivos” (embriões saudáveis diagnosticados realizado por Scott et al demons – como anormais e serem descartados) pode ocorrer em até 4% dos casos (alguns consideram que este número pode chegar até a 20% – Paulson,R-2019 Best of ESHRE and ASRM) e tornar o tratamento MENOS EFICAZ. Se houver falso positivo, podemos estar descartando a única chance de a paciente engravidar. O diagnóstico de mosaico (presença de dois ou mais tipos de linhagem celular com diferentes cromossomos no mesmo embrião) pode também causar alguma insegurança na decisão final.

Time lapse (embrioscópio)

A reprodução assistida está avançando muito, especialmente no campo tecnológico, já que as clínicas não param de incorporar novos elementos a seus laboratórios para alcançar o objetivo final perseguido: UM BEBÊ SAUDÁVEL EM CASA. Uns dos avanços mais marcantes nos últimos anos a este respeito são as incubadoras com tecnologia Time Lapse, que incorpora uma câmera que permite ver a evolução dos embriões que estão dentro do momento da fertilização, sem ter que removê-los da incubadora para o check-up.

O Time Lapse (embryoscopePlus) permite fazer vídeos do desenvolvimento dos embriões e melhorar seu acompanhamento da fertilização até a transferência para o útero da mulher. Isto tem um efeito muito positivo na escolha do melhor blastocisto. Os pacientes poderão até receber um vídeo sobre o desenvolvimento de seus embriões.

As vantagens dessas incubadoras sobre as convencionais são notáveis, já que seu sofisticado sistema de captura de imagens permite captar mudanças no desenvolvimento embrionário as quais, com as incubadoras convencionais, podem passar despercebidas. A incubadora Time Lapse possui vários compartimentos separados fisicamente onde os embriões são introduzidos, cada um com uma câmera que captura imagens deles a cada 10 minutos. A incubadora possui um software que converte todas essas imagens em um vídeo, através do qual os pacientes podem ver os primeiros dias de desenvolvimento de seus embriões concentrados em poucos minutos. Graças a este sistema, os embriologistas podem ter informações sobre os embriões que estão em cultivo no laboratório, o que lhes permite melhor seleção daqueles com maiores possibilidades de implantação.

Desta forma, a cultura até o estágio de blastocisto dos embriões ocorre sob condições estáveis de temperatura e umidade, CO2 e baixa concentração de oxigênio, como aconteceria em condições normais no corpo de uma mulher.

Em geral, qualquer paciente em tratamento de fertilização in vitro poderia usar este tipo de incubadora, mas ela é especialmente indicada para casais que passaram por processos anteriores fracassados ou por casais que desejam apenas transferir um único embrião.

Outros exames

Existem outros exames que avaliam a qualidade dos embriões, como análise do meio de cultura em que eles se desenvolvem no laboratório, aparelhos que avaliam o consumo de oxigênio de cada um, além de outros que analisam quais embriões têm maior chance de implantação. Novas técnicas também têm sido indicadas para melhorar a qualidade dos embriões, como a transferência de citoplasma. Nessa técnica, o citoplasma do óvulo de uma doadora é injetado no óvulo da mulher receptora antes da fertilização. Embora esse procedimento possa melhorar a qualidade embrionária, entra em contradição com princípios éticos por provocar a integração de vários padrões cromossômicos. Assim, ainda é necessário que sejam feitos mais estudos para conclusões definitivas.

Este texto foi extraído do e-book “Como aumentar as chances nos tratamentos de Fertilização?”.
Faça o download gratuitamente do e-book completo clicando no botão abaixo:

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