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ENDOMETRIOSE E GESTAÇÃO: DESFECHOS OBSTÉTRICOS ADVERSOS

E endometriose sempre é comentada como fator importante de infertilidade e, mais especificamente, na dificuldade em conseguir a gravidez. Mas, não é só isso, a endometriose também é descrita em várias publicações científicas como responsável por abortos, partos prematuros e eclampsia.

A endometriose é uma condição médica em que o tecido que normalmente cresce dentro do útero começa a crescer fora dele, como na superfície dos ovários, trompas, bexiga ou intestinos. Essa condição pode afetar a fertilidade da mulher e estar associada a consequências obstétricas adversas durante a gestação.

Mulheres com endometriose têm um risco aumentado de dificuldades para engravidar, complicações durante a gestação, como aborto espontâneo, gravidez ectópica, pré-eclâmpsia, parto prematuro e baixo peso ao nascer, bem como complicações durante o parto, como hemorragia pós-parto, ruptura uterina e necessidade de cesariana de emergência. De acordo com o artigo científico “Endometriose e resultados adversos maternos, fetais e neonatais: uma revisão sistemática e meta-análise” publicado pela PUBMED (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31318420/), explica como a endometriose pode atrapalhar a fertilidade da mulher:

Resultados reprodutivos, obstétricos e perinatais de mulheres com adenomiose e endometriose: uma revisão sistemática e meta-análise

A endometriose leva consistentemente à redução da produção de óvulos e a uma redução da taxa de fertilização (FR), de acordo com as evidências atuais. Formas mais leves de endometriose foram mais propensas a afetar a fertilização (FR OR 0,77, CI 0,63-0,93) e processos de implantação anteriores (taxa de implantação OR 0,76, CI 0,62-0,93). A doença mais grave pelo estadiamento da American Society for Reproductive Medicine (ASRM III e IV) influenciou todas as fases da reprodução. A endometriose ovariana afeta negativamente a produção oocitária (MD -1,22, CI -1,96, -0,49) e o número de oócitos maduros (MD -2,24, CI -3,4, -1,09). Encontramos um risco aumentado de aborto espontâneo tanto na adenomiose quanto na endometriose (OR 3,40, CI 1,41-8,65 e OR 1,30, CI 1,25-1,35, respectivamente).”

O artigo também fala sobre os problemas que as gestantes com endometriose podem ter em relação a mulheres que não tem a doença:

“Resultados da gravidez em mulheres com endometriose

Mulheres COM ENDOMETRIOSE demonstraram ter resultados obstétricos adversos em comparação com aquelas SEM ENDOMETRIOSE.

Um estudo de coorte sueco avaliou 8.922 mulheres diagnosticadas com endometriose que deram à luz 13.090 bebês únicos do registro médico nacional de nascimento de mais de 1,4 milhões de nascimentos únicos. Em comparação com mulheres sem endometriose, o risco de parto prematuro associado à endometriose entre mulheres com ART foi de 1,24 (95% CI, 0,99–1,57) e entre mulheres sem ART, 1,37 (95% CI, 1,25–1,50). Além disso, mulheres com endometriose tiveram maior risco de pré-eclâmpsia (OR 1,13, 95% CI, 1,02–1,26), sangramento anteparto/complicações placentárias (OR 1,76, 95% CI, 1,56–1,99) e cesariana (OR 1,47, IC 95%, 1,40–1,54). Não houve associação entre endometriose e nascimento pequeno para a idade gestacional ou natimorto. Não está claro se essas associações estão relacionadas à endometriose, à infertilidade resultante ou à terapia de tratamento com ART.”

No entanto, é importante ressaltar que nem todas as mulheres com endometriose experimentam esses desfechos adversos e muitas mulheres com endometriose têm gestações saudáveis e bebês saudáveis.

É importante lembrar que cada caso de endometriose é único, e os efeitos da endometriose na gravidez podem variar. Por isso, é fundamental que a mulher com endometriose faça um acompanhamento médico regular e converse com seu médico sobre as preocupações específicas relacionadas à gravidez.

Se você tem endometriose e está tentando engravidar ou já está grávida, é importante conversar com seu médico para entender os riscos potenciais e receber orientações específicas para o seu caso.

Quais os cuidados que uma gestante com endometriose precisa ter?

Uma gestante com endometriose deve tomar alguns cuidados específicos para garantir uma gestação saudável e prevenir possíveis complicações relacionadas à sua condição. Aqui estão algumas recomendações importantes:

  1. Acompanhamento médico regular: como mencionado anteriormente, é fundamental que a gestante com endometriose faça um acompanhamento obstétrico especializado durante toda a gestação, para acompanhar a evolução da condição e identificar possíveis complicações.
  2. Tratamento da endometriose: algumas mulheres com endometriose precisam continuar o tratamento durante a gestação para controlar os sintomas e prevenir complicações.
  3. Alimentação saudável: a gestante com endometriose deve ter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em nutrientes importantes para a saúde da mãe e do bebê. É importante evitar alimentos processados, açúcares e vitaminas saturadas, que podem prejudicar a saúde da gestante e do bebê.
  4. Atividade física: a atividade física, de acordo com a indicação do médico, durante a gestação pode ajudar a prevenir complicações relacionadas à endometriose, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. O médico pode orientar sobre os exercícios mais adequadamente para cada caso.
  5. Descanso adequado: a gestante com endometriose pode sentir mais fadiga durante a gestação, por isso é importante ter um descanso adequado e evitar atividades que exijam muito esforço físico.
  6. Atenção aos sinais de alerta: a gestante com endometriose deve ficar atenta aos sinais de alerta, como dores abdominais intensas, sangramento vaginal anormal, contrações prematuras, entre outros. Caso provoque qualquer sinal de alerta, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.

Em resumo, uma gestante com endometriose deve ter um acompanhamento obstétrico regular e tomar alguns cuidados específicos para garantir uma gestação saudável e prevenir possíveis complicações relacionadas à sua condição.

E APÓS O BEBÊ NASCER, DEVO CONTINUAR TRATANDO A ENDOMETRIOSE?

Sim, é importante continuar o tratamento da endometriose após o bebê nascer, especialmente se uma mulher planeja ter mais filhos no futuro. A endometriose é uma condição crônica, portanto o tratamento visa aliviar os sintomas e prevenir complicações.

O tratamento da endometriose após o parto dependerá do tipo e gravidade da condição, além da presença de sintomas. Algumas mulheres podem não apresentar sintomas após o parto e não precisarão de tratamento imediato, mas outras podem precisar continuar o uso de medicamentos ou optar por cirurgia.

É importante lembrar que alguns medicamentos usados ​​para tratar a endometriose podem interferir na amamentação e na saúde do bebê, por isso é fundamental conversar com o médico para avaliar a melhor opção de tratamento para cada caso.

Além disso, é importante continuar com um acompanhamento médico regular e manter um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, atividade física regular e controle do estresse, para ajudar a prevenir a recorrência da endometriose e garantir a saúde da mãe e do bebê.

CONCLUSÃO

Em resumo, A endometriose pode afetar a gestação de uma mulher, tornando necessário um acompanhamento obstétrico especializado durante toda a gestação. As mulheres com endometriose devem ter cuidados específicos durante a gestação, como um tratamento adequado da endometriose, uma alimentação saudável, atividade física moderada, descanso adequado e atenção aos sinais de alerta.

Após o parto, é importante continuar o tratamento da endometriose para aliviar os sintomas e prevenir complicações futuras. O tratamento dependerá do tipo e gravidade da condição, além da presença de sintomas. A gestação em mulheres com endometriose exige um cuidado especial, mas com o acompanhamento médico adequado e os cuidados necessários, é possível ter uma gestação saudável e um parto tranquilo. É importante lembrar que a endometriose é uma condição crônica e que o tratamento deve ser mantido após o parto para garantir a saúde da mãe e prevenir complicações futuras.

REFERÊNCIA

PUBMED. Resultados reprodutivos, obstétricos e perinatais de mulheres com adenomiose e endometriose: uma revisão sistemática e meta-análise, 2019. Página inicial. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31318420/. Acesso em: 03 de mai. de 2023.

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