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Gêmeos e trigêmeos

Atualmente, com a mulher cada dia mais independente e inserida no mercado de trabalho, a maternidade está sendo adiada e, com a idade materna mais avançada, a necessidade de tratamentos através da indução da ovulação vem aumentando. Sabese que um dos problemas relacionados aos tratamentos para infertilidade é a gestação múltipla, gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmeos.

Visto que a gestação múltipla não é mais uma raridade e é considerada uma gestação que causa mais preocupações, faz-se necessária uma revisão nos cuidados pré-natais das pacientes.

Embora exista uma chance maior de complicações nestes casos, cada vez mais os especialistas estão se adaptando e aprendendo a cuidar melhor destas pacientes, aprimorando a assistência à mãe e aos bebês. Assim, um pré-natal bem feito e individualizado, tanto da parte médica quanto nutricional, minimiza muito os riscos destas complicações.

Quanto antes for feito o diagnóstico da gestação múltipla melhor. Atualmente, com a facilidade da ultrassonografia pode-se detectar o número de gêmeos precocemente e é fundamental que se observe ainda no primeiro exame (ao redor de 5 a 7 semanas de gestação):

  •  Estabelecer o número exato de bebês, se idênticos ou não e a posição que estão dentro do útero.
  • Documentar a posição e o número das placentas.

A PRIMEIRA CONSULTA PRÉ-NATAL

Não raramente, a notícia da gestação múltipla é uma surpresa e a primeira consulta ao obstetra já é uma excelente oportunidade para tirar as dúvidas iniciais, embora a maioria delas surgirá nas semanas seguintes. O obstetra deve dar uma visão realista e clara dos cuidados especiais que esta gestante deverá ter.

CUIDADOS PRÉ-NATAIS

A gestação múltipla merece alguns cuidados especiais durante o acompanhamento pré-natal, visto que algumas doenças são mais frequentes em comparação à gestação única.

A principal complicação da gestação múltipla é a prematuridade e o baixo peso dos bebês. O importante é prevenir a prematuridade extrema e algumas medidas podem ser feitas para identificar as pacientes de maior risco para tal.

  • Medida do colo uterino, preferencialmente pela ultrassonografia transvaginal entre 18 e 22 semanas de gestação.
  • Identificar precocemente as contrações uterinas (às vezes indolores).
  • Triar complicações mais frequentes na gestação gemelar, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.

Para tentar minimizar estes problemas, o acompanhamento destas gestantes deve ser mais frequente após o sexto mês, o repouso pode ser recomendado.

A avaliação do crescimento intrauterino dos bebês deve ser realizada com maior frequência do que na gestação única, principalmente quando os fetos compartilham a mesma placenta. Como não existem tabelas de normalidade para peso e medidas de múltiplos, o mais importante é a análise comparativa no decorrer da gestação, ou seja, acompanhar cada bebê individualmente e observar se está havendo desaceleração no ganho de peso de cada um deles. Nem sempre um bebê pequeno representa um retardo de crescimento, pode ser uma medida de adaptação para promover maturidade. É sempre importante avaliar vários parâmetros além do peso, como o perfil biofísico fetal e a dopplervelocimetria, antes de decidir pela resolução do parto.

Na gestação com gêmeos idênticos, ha o risco de um bebê crescer mais do que o outro (que, nos caso graves configura a síndrome feto-fetal), o que deve ser sempre motivo de atenção do ultrassonografista.

Um ponto ainda bastante controverso é a necessidade de se realizar cerclagem uterina (dar pontos no colo do útero) nas gestações múltiplas. Apesar de alguns médicos realizarem este procedimento de rotina, nestes casos, a maior parte dos trabalhos científicos mostra que esta conduta não é recomendada de rotina, tampouco oferece benefício. Somente deverá ser realizada em casos muito selecionados. A gestante de múltiplos tem maior probabilidade de apresentar hipertensão e diabetes (27 a 33%) durante a gestação, assim, estas duas patologias devem ser cuidadosamente observadas durante o pré-natal, com exames de sangue específicos e ultrassonografias.

Detecção precoce de infecções genitais e urinárias é de capital importância para se evitar rotura precoce da bolsa.

No terceiro trimestre, são importantes os seguintes exames: cardiotocografia, perfil biofísico fetal e ultrassonografia com doppler. Em relação ao tipo de parto (normal ou cesárea), desde que o primeiro feto esteja cefálico, não há contra indicação ao parto normal, no entanto, deve-se avaliar posição dos dois fetos, se há presença de duas cavidades amnióticas, vitalidade fetal e desejo materno. A indicação de parto cesariana em gestação gemelar é mais comum do que em gestações únicas. E ainda há a possibilidade de um filho nascer de parto normal e o segundo de cesariana (caso ocorra alguma complicação com o segundo, como por exemplo, sofrimento fetal agudo).

Os exercícios podem ser realizados com acompanhamento. O ideal são exercícios sem impacto, preferencialmente na água (hidroginástica).

As necessidades nutricionais estão aumentadas na gestação múltipla, portanto, sempre que possível, deve-se realizar acompanhamento dietético com nutricionista. O ganho de peso ideal nestes casos gira em torno de 12 a 15kg para gêmeos e 15 a 18kg para trigêmeos no final da gestação.

A anemia, bem como a carência de outros elementos, é mais frequente nas gestações múltiplas em relação à gestação única. Assim, é fundamental a ingestão de uma dieta balanceada, bem como suplementos vitamínicos.

Complicações perinatais que são mais frequentes na gestação múltipla:

  • Hiperêmese gravídica (vômitos em exagero)
  • Anemia
  • Hipertensão (e pré-eclâmpsia)
  • Diabetes gestacional
  • Rotura prematura da bolsa das águas

Todos estes problemas podem ser minimizados com um bom acompanhamento pré-natal.

NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO MÚLTIPLA

Será que a mamãe de gêmeos terá que comer por três e a de trigêmeos por quatro?

Não é bem assim, mas está comprovado que o ganho de peso e a necessidade de determinados nutrientes na gestação múltipla devem ser maiores quando comparados às gestantes de um ou dois bebês.

Sabe-se que o peso pré-gestacional juntamente com o ganho de peso no primeiro trimestre da gestação têm forte influência sobre a duração da gravidez e o peso final do bebê. O ganho de peso no primeiro trimestre faz com que a mãe estabeleça um “estoque” de nutrientes, que será fundamental posteriormente e ainda garante o adequado crescimento e desenvolvimento da placenta.

Particularmente na gestação múltipla, o ganho de peso inicial é ainda mais importante por duas razões:

  • O parto de trigêmeos ocorre, geralmente, 4 a 8 semanas antes do habitual e é nesta idade gestacional que há o pico de ganho de peso fetal (por volta da 31/32 semanas); portanto estes bebês se beneficiarão de um aporte precoce de nutrientes.
  • O ganho de peso inicial beneficiará o desenvolvimento estrutural e funcional da placenta aumentando a transferência de nutrientes para os fetos.

Assim, durante o pré-natal é muito importante o rigoroso controle do ganho de peso, bem como a determinação do índice de massa corpórea, para planejar uma dieta adequada para cada paciente.

COMO FAZER PARA TENTAR CUMPRIR ESTAS METAS?

O cansaço é muito comum nestas pacientes. É recomendado incluir técnicas de relaxamento (alongamento, yoga, massagem) durante a semana, o que, além de combater o estresse, melhora a qualidade do sono.

O jejum pode levar ao aumento de uma substância chamada prostaglandina, que parece estar associada ao trabalho de parto prematuro. Assim, é importante o controle da ingestão de carboidratos.

A quantidade de proteína também deve ser maior, em torno de 200 a 225g ao dia (para gestação única este valor é de 110g).

Os principais minerais que devem estar incluídos na dieta são: ferro, cálcio, magnésio e zinco. Assim, como a falta destes elementos pode acarretar problemas, o mesmo é observado quando ingeridos em excesso, por isso a importância do acompanhamento nutricional.
A melhor maneira de garantir a presença adequada destes elementos é através da dieta balanceada e não com suplementos.

Na prática, observa-se que estas mamães são mulheres muito felizes e realizadas com seus bebês – motivo de muito orgulho – e as dificuldades são sempre superadas com muito amor e carinho!! Uma vez grávida de gêmeos ou trigêmeos é bom saber: “É muito bom e vale a pena”!

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