Durante a gravidez, o desejo sexual pode, ou não, sofrer diminuição ou mesmo encontrar-se inibido. Tudo vai depender do vínculo afetivo que existe entre o casal, do estado de saúde geral de ambos e da influência dos mitos, crenças e valores exercidos sobre a formação pessoal de cada um. Percebe-se que tais alterações do desejo sexual estão associadas a aspectos emocionais e físicos.
Didaticamente, divide-se o período da gravidez em três momentos:
1º trimestre
Cerca de 70 a 80% das mulheres ficam frequentemente enjoadas (não apenas de comida, cheiros, mas de tudo, inclusive do cônjuge), vomitam com facilidade e sentem sono excessivo. É o momento em que a progesterona, hormônio responsável pelo desenvolvimento do saco gestacional, está em ação e tem grande importância na continuidade da gravidez. O desejo sexual e a freqüência das relações sexuais diminuem. A ansiedade e a insegurança diante da nova condição, a maternidade, geram o medo de perder a (o) bebê, ao mesmo tempo em que o sentimento de culpa e a rejeição se instalam, a ilustre desconhecida ambivalência emocional. Aliado a tudo isso, a gravidez denuncia a ocorrência da intimidade afetiva e sexual do casal. As alterações físicas surpreendem a mulher e provocam a sensação de incômodo durante o ato sexual.
2º trimestre
80% das mulheres percebem um aumento no desejo sexual. Esse momento é o mais tranquilo para a mulher, pois a fase dos enjôos e dos sintomas físicos cessou. Há grande produção de lubrificação vaginal, o que facilita a penetração e a torna mais prazerosa. Com isso, a mulher fica mais receptiva à aproximação do marido. Novos atrativos sexuais saltam aos olhos do cônjuge e a própria mulher os valoriza: aumento dos seios, silhueta mais cheia e redonda, a pele viçosa e o cabelo mais sedoso. Esses são dados que contribuem para o aumento da autoestima e do desejo sexual. A (o) bebê passa a ser mais aceita (o), e o medo do aborto espontâneo diminui.
Índice
Toggle3º trimestre
O último momento da gravidez é caracterizado pelo aumento da ansiedade devido à proximidade do parto e pela condição iminente da maternidade. As alterações físicas estão chegando ao limite máximo e a mulher passa a se ver como gorda, feia e nada atraente aos olhos do marido. A lubrificação vaginal diminui e os mitos do sexo vaginal durante a gravidez ganham força. Aproximadamente 80% das mulheres percebem uma diminuição drástica no desejo sexual. Nesse período é muito comum o cônjuge também estar vivenciando a ansiedade da chegada da paternidade e o seu desejo sexual geralmente fica prejudicado.
Este texto foi extraído do e-book “Gravidez na Sexualidade”.
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