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HORMÔNIO ANTIMULLERIANO E A FERTILIDADE

Muitas mulheres e casais procuram ajuda na REPRODUÇÃO HUMANA quando estão há mais de um ano tentando engravidar sem sucesso, mesmo sem o uso de contraceptivos. Um dos principais motivos para não conseguirem a gestação é a Baixa Reserva Ovariana, onde a mulher já não possui ou tem poucos óvulos em seu organismo, dificultando assim que o espermatozoide encontre o óvulo e que a gravidez ocorra. Esses baixos níveis de óvulos podem estar relacionados a idade da mulher, a genética de sua família ou até mesmo por uma menopausa precoce.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apontou que nos últimos anos as mulheres brasileiras tendem a ter filhos mais tarde. Um levantamento realizado em 2021, mostra que “em uma década houve um aumento de 63% na faixa etária de 35 a 39 anos, enquanto a taxa de nascimentos entre mães com até 19 anos caiu 23% no mesmo período.” Os dados também apontam ainda que cada vez mais as mulheres estão adiando a maternidade.

Esse é uma informação preocupante, pois com o adiamento da maternidade, caso não ocorra a preservação da fertilidade (congelamento dos óvulos), mais difíceis serão as chances de uma gestação natural.

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O gráfico abaixo mostra de forma clara a perda dos óvulos ao logo da vida. Vale lembrar que a mulher já nasce com uma quantidade finita de óvulos e eles são liberados ao logo dos anos. Até a puberdade ela já perde uma quantidade significativa dos óvulos, e após os 37 anos essa queda é cada vez maior, até não restarem mais óvulos, período no qual a mulher entra na menopausa.

O que é o Hormônio Antimulleriano?

O Hormônio Antimulleriano (AMH) é uma substância produzida pelos ovários, mais especificamente pelas células da granulosa dos folículos pré-antrais.

Na vida adulta da mulher, o AMH é utilizado principalmente como um marcador da reserva ovariana, ou seja, ele é um indicador da quantidade dos óvulos que ela possui. A dosagem do AMH no sangue pode fornecer informações importantes sobre a saúde reprodutiva de uma mulher. Níveis mais elevados de AMH geralmente estão associados a uma reserva ovariana maior, enquanto níveis mais baixos podem indicar uma reserva ovariana diminuída, o que pode afetar a fertilidade e a capacidade de conceber.

Portanto, o AMH desempenha um papel importante na avaliação da saúde reprodutiva feminina, na previsão da resposta aos tratamentos de reprodução assistida e na determinação da probabilidade de concepção natural. Ele é frequentemente medido como parte da avaliação de fertilidade em mulheres que estão tentando engravidar ou que estão considerando a preservação da fertilidade para o futuro (congelamento de óvulos). Claro que atrelado a outros exames, como exames laboratoriais, hormonais e de imagem, como é o caso do ultrassom transvaginal para avaliação dos folículos antrais nos ovários.

A tabela abaixo mostra em porcentagem a queda da fertilidade da mulher conforme o passar dos anos.

Quando devo realizar esse exame

A avaliação do hormônio antimulleriano (AMH) é geralmente recomendada em algumas situações específicas:

  • Investigação da fertilidade: Se você está tentando engravidar e tem preocupações sobre sua fertilidade, especialmente se você está enfrentando dificuldades para tal, é recomendável discutir com seu médico a possibilidade de fazer o exame de AMH. Este teste pode fornecer informações valiosas sobre sua reserva ovariana e ajudar a determinar a melhor abordagem para tratamentos de fertilidade, se necessário.
  • Planejamento familiar: Se você está pensando em adiar a gravidez para o futuro e está preocupado com a diminuição da fertilidade devido à idade e ao passar do tempo, discutir a avaliação da reserva ovariana, incluindo o teste de AMH, com seu médico pode ser útil. Isso pode ajudá-lo a entender melhor suas opções de planejamento familiar e tomar decisões informadas sobre quando é o melhor momento para tentar engravidar.
  • Preservação da fertilidade: Se você está considerando a preservação da fertilidade devido a razões médicas (como tratamentos de câncer que podem afetar a fertilidade) ou pessoais (como adiar a gravidez por motivos de carreira ou relacionados ao estilo de vida), fazer o teste de AMH pode ajudar a avaliar sua reserva ovariana antes de procedimentos de preservação da fertilidade, como a criopreservação de óvulos.

Em resumo, a decisão de realizar o teste de AMH geralmente depende das circunstâncias individuais e dos objetivos de planejamento familiar de uma pessoa. Recomenda-se discutir com seu médico se você acha que pode se beneficiar da avaliação da reserva ovariana e do teste de AMH.

Quais são os níveis normais do AMH

Os níveis ideais do hormônio antimulleriano (AMH) podem variar dependendo de vários fatores, como a idade da mulher e o laboratório onde o teste é realizado. No entanto, vou fornecer algumas diretrizes gerais:

  • Mulheres com menos de 35 anos: Em geral, mulheres mais jovens e em idade reprodutiva tendem a ter níveis mais elevados de AMH, indicando uma reserva ovariana mais robusta. Para mulheres com menos de 35 anos, os níveis considerados normais de AMH podem estar entre 1,5 e 4,0 ng/mL.
  • Mulheres entre 35 e 40 anos: Conforme as mulheres envelhecem, a reserva ovariana diminui naturalmente, o que pode resultar em níveis de AMH mais baixos. Para mulheres entre 35 e 40 anos, os níveis normais de AMH podem variar entre 1,0 e 2,0 ng/mL.
  • Mulheres com mais de 40 anos: Mulheres com mais de 40 anos podem ter níveis de AMH ainda mais baixos devido à diminuição natural da reserva ovariana associada à idade. Nesses casos, os níveis considerados normais de AMH são entre 0,8 e 1,5 ng/mL. mas é importante lembrar que cada mulher é única e os níveis podem variar.

Abaixo está uma tabela de referência do Hormônio Antimulleriano

Habitualmente se considera o valor de 1,0mg/mL o limite entre reserva ovariana normal ou alterada.

É importante ressaltar que os valores de referência para os níveis de AMH podem variar entre diferentes laboratórios e métodos de teste. Além disso, os níveis de AMH são apenas um dos muitos fatores que os médicos consideram ao avaliar a saúde reprodutiva de uma mulher. Outros fatores, como a idade, histórico médico e menstrual, também são levados em consideração.

Se você estiver considerando fazer o teste de AMH ou já o fez e está preocupada com seus resultados, é essencial discutir os resultados com seu médico para que ele possa interpretá-lo com os demais exames.

Se meu AMH estiver muito baixo o que devo fazer?

Se o seu nível de hormônio antimulleriano (AMH) estiver significativamente baixo, isso pode indicar uma diminuição na reserva ovariana ou até mesmo uma menopausa precoce, o que pode afetar a fertilidade. Aqui estão algumas opções que você pode considerar ao lidar com um baixo nível de AMH:

  1. Consulte um especialista em fertilidade: Se você está preocupada com sua fertilidade devido a um baixo nível de AMH, é importante agendar uma consulta com um especialista em reprodução humana para que seja realiza uma avaliação completa da sua saúde reprodutiva, discutir suas opções e recomendar tratamentos adequados, de acordo com sua necessidade em particular.
  2. Explore opções de tratamento de fertilidade: Dependendo da sua situação específica, um especialista em reprodução assistida pode recomendar diferentes opções de tratamento, como fertilização in vitro (FIV), inseminação intrauterina (IIU) ou tratamentos de reprodução assistida com doação de óvulos. A ajuda médica pode ajudá-la a entender os prós e contras de cada opção e a tomar uma decisão sobre quais serão os seus próximos passos.
  3. Estilo de vida saudável: Manter um estilo de vida saudável pode ajudar a otimizar suas chances de concepção, mesmo com uma reserva ovariana diminuída. Isso inclui ter uma dieta balanceada, praticar exercícios regularmente, evitar o tabagismo, limitar o consumo de álcool e reduzir o estresse.
  4. Preservação da fertilidade: Se você ainda não está pronta para tentar engravidar, mas está preocupada com a diminuição da fertilidade devido à idade ou a outros fatores, pode considerar a preservação da fertilidade. Isso pode incluir a criopreservação de óvulos para uso futuro.

Independentemente da sua situação, é importante conversar abertamente com seu médico sobre suas preocupações e objetivos reprodutivos para que juntos possam desenvolver um plano de ação que atenda às suas necessidades individuais.

Além do AMH quais exames podem avaliar a fertilidade da mulher?

Para sabermos se a paciente tem uma reserva ovariana adequada, há alguns exames que podem ser muito úteis. Entre eles:

  • FSH sérico entre 3º e 5º dia do ciclo: Valores acima de 10 UI/L representam um elevado risco de má resposta. Entretanto, este exame é pouco sensível, uma vez que muitas pacientes com FSH normal podem apresentar uma reserva ovariana diminuída.
  • Hormônio antimulleriano (anti-mullerian hormone – AMH): É um hormônio produzido pelas células da granulosa de folículos pré-antrais e antrais iniciais (menores de 8 mm). Assim, quanto maior o número de folículos remanescentes, maior sua concentração sérica, sendo, juntamente com a contagem dos folículos antrais, o principal preditor de resposta ovariana. Esse exame tem a vantagem de poder ser dosado em qualquer fase do ciclo menstrual. Valor abaixo de 1,1ng/mL representa fator de risco para má resposta. Por vezes um único valor do AMH isolado não expressa a velocidade de queda da reserva ovariana e para termos essa resposta ele deve ser colhido com um intervalo de três a seis meses.
    (Obs.: muitas vezes os valores de AMH são apresentados em pmol/L. A conversão é feita da seguinte maneira: pmol/L ÷ 7,14 = valor em ng/mL). 
  • Contagem de folículos antrais: consiste em um exame de ultrassom entre o 3º e o 5º dia do ciclo menstrual, no qual contamos todos os folículos entre 2 e 10 mm. Tem a vantagem de ser mais barato que a dosagem do AMH, com acurácia semelhante. Apresenta a desvantagem de necessitar ser feito em um período específico do ciclo e de ter muita variação inter-observador. Considera-se que uma contagem abaixo de 07 folículos antrais apresenta fator de risco para má resposta.

Principais dúvidas pesquisadas na internet sobre o antimulleriano

Abaixo seguem algumas das principais dúvidas que recebo diariamente sobre o hormônio antimulleriano (AMH) incluem:

  1. O que é o hormônio antimulleriano? O hormônio antimulleriano (AMH) é uma substância produzida pelos ovários, mais especificamente pelas células da granulosa dos folículos ovarianos em desenvolvimento. Ele desempenha um papel fundamental na regulação da função ovariana durante a vida reprodutiva da mulher.
  2. Como é realizado o teste de hormônio antimulleriano? O teste de hormônio antimulleriano é geralmente realizado através de uma amostra de sangue. O sangue é coletado e enviado para um laboratório para análise. O teste mede os níveis de AMH no sangue, que podem fornecer informações sobre a reserva ovariana e a saúde reprodutiva de uma mulher.
  3. O que significam os diferentes níveis de AMH? Os diferentes níveis de AMH podem indicar diferentes níveis de reserva ovariana. Níveis mais elevados de AMH geralmente estão associados a uma reserva ovariana maior, enquanto níveis mais baixos podem indicar uma reserva ovariana diminuída.
  4. Quais são os níveis normais de hormônio antimulleriano por idade? Os níveis normais de hormônio antimulleriano podem variar dependendo da idade da mulher. Em geral, mulheres mais jovens tendem a ter níveis mais elevados de AMH, enquanto os níveis tendem a diminuir à medida que a mulher envelhece.
  5. Qual é a relação entre o hormônio antimulleriano e a fertilidade? O hormônio antimulleriano é frequentemente utilizado como um marcador da reserva ovariana e pode fornecer informações importantes sobre a saúde reprodutiva de uma mulher. Níveis mais baixos de AMH podem estar associados a uma diminuição da fertilidade e a uma resposta reduzida aos tratamentos de fertilidade.
  6. O que significa ter um nível baixo de hormônio antimulleriano? Ter um nível baixo de hormônio antimulleriano pode indicar uma reserva ovariana diminuída, o que pode afetar a fertilidade e a capacidade de engravidar. Mulheres com baixos níveis de AMH podem ter mais dificuldades para engravidar naturalmente e podem responder menos aos tratamentos de fertilidade.
  7. Quais são os fatores que podem afetar os níveis de AMH? Vários fatores podem afetar os níveis de AMH, incluindo idade, genética, histórico médico, condições de saúde, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
  8. O hormônio antimulleriano pode prever a menopausa precoce? Sim, os níveis de AMH podem ser utilizados como um indicador da reserva ovariana e podem ajudar a prever a menopausa precoce. Mulheres com níveis mais baixos de AMH podem entrar na menopausa mais cedo do que aquelas com níveis mais elevados.
  9. Como os níveis de hormônio antimulleriano podem afetar os tratamentos de fertilidade? Os níveis de hormônio antimulleriano podem afetar a resposta aos tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação intrauterina (IIU). Mulheres com níveis mais baixos de AMH podem responder menos aos tratamentos e podem ter uma menor taxa de sucesso.
  10. Quais são os métodos para aumentar os níveis de AMH? Não existem métodos comprovados para aumentar os níveis de AMH. No entanto, manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta balanceada, exercícios regulares e evitar o tabagismo, pode ajudar a otimizar a saúde reprodutiva.
  11. Como a reserva ovariana e os níveis de AMH são relacionados? A reserva ovariana se refere à quantidade e qualidade dos óvulos remanescentes nos ovários de uma mulher. Os níveis de AMH são frequentemente utilizados como um marcador da reserva ovariana, uma vez que refletem a quantidade de folículos ovarianos em desenvolvimento.
  12. Quais são os sintomas de baixos níveis de AMH? Baixos níveis de AMH podem não causar sintomas específicos. No entanto, podem estar associados a dificuldades para engravidar, ciclos menstruais irregulares e outros problemas de fertilidade.
  13. O que fazer se os níveis de hormônio antimulleriano estiverem fora do normal? Se os níveis de hormônio antimulleriano estiverem fora do normal e estiverem causando preocupação em relação à fertilidade, é importante consultar um especialista em reprodução assistida para que seja feita uma avaliação completa e discutir opções de tratamento.
  14. Existe uma relação entre a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e os níveis de AMH? Sim, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) pode estar associada a níveis elevados de hormônio antimulleriano. Isso ocorre porque as mulheres com SOP tendem a ter um número maior de folículos ovarianos em desenvolvimento, o que pode levar a níveis mais elevados de AMH.

Fontes:

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/22870-cresce-proporcao-de-mulheres-que-tiveram-filhos-apos-os-30-anos

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