Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi do IPGO, esteve presente no congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) em Munique, Alemanha, entre os dias 29 de junho e 2 de julho de 2014. Um dos estudos que chamou a atenção foi apresentado pela médica Dolores J. Lamb, professora do departamento de urologia e diretora do laboratório masculino de pesquisas e ensaios de reprodução do Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos.
TAS, sigla que vem da tradução livre de SAT (Sperm Aneuploidy Test). Trata-se de um teste de aneuploidias no sêmen e que pode ser fundamental para o diagnóstico e esclarecimento da causa da infertilidade dos casais, analisando se há anomalias cromossômicas no esperma.
Essa novidade é importante pois fatores masculinos são responsáveis por até 50% dos casais inférteis que necessitam das tecnologias de reprodução assistida avançada (FIV). Pesquisas sobre a fertilidade do homem tem sofrido avanços incríveis. Já se foi o tempo em que se achava que a responsável pela infertilidade era só a mulher.
As anomalias genéticas, incluindo espermatozoides com aneuploidia (aneuploide é a célula que teve o seu material genético alterado, sendo portadora de um número cromossômico diferente do normal da espécie; pode ter uma diminuição ou aumento do número de pares de cromossomos, porém não de todos) , bem como aberrações estruturais, estão entre as principais causas de infertilidade.
O TAS é um teste de diagnóstico para o estudo da infertilidade masculina, indicado para casais submetidos a tratamentos de reprodução assistida. Avalia a presença de anormalidades cromossômicas no esperma e determina o risco de transmissão dessas aos futuros filhos. Analisa os cromossomos cujas anomalias podem levar a abortos ou nascimentos com doenças cromossômicas (cromossomos 13, 18, 21, X e Y).
O teste estuda a etiologia genética da infertilidade masculina e permite analisar a presença de um número anormal de cromossomos (aneuploidias e diploidias) nos espermatozoides. Em casais com fator masculino grave, há um maior risco de transmissão de anomalias cromossômicas espermáticas a sua descendência. Os cromossomos 13, 18, 21, X, e Y, comumente envolvidos em abortos espontâneos e descendentes afetados com anormalidades cromossômicas, são analisados por hibridação fluorescente in situ (FISH – Fluorescent In Situ Hybridization).
Até 60% das gestações, em casais com um aumento da incidência de anomalias cromossômicas espermáticas (TAS anormal), resultam em aborto. O teste TAS permite a identificação de homens com chances de sucesso reprodutivo baixo. É uma ferramenta que proporciona um aconselhamento genético prévio mais personalizado ao casal infértil, para a realização de um tratamento de fertilização in vitro. TAS pode ajudar o aconselhamento antes da conclusão de um casal para a realização de tratamento de reprodução assistida.
Causas de aneuploidia no esperma: fumo, bebida alcoólica, cafeína, uso de alguns medicamentos como finasterida, exposição a produtos químicos como benzeno ou pesticidas, quimioterapia, radiação ionizante e idade avançada.
Recomenda-se o TAS em casos como o de casais com abortos repetidos sem etiologia identificada; casais com vários tratamentos de reprodução assistida sem a gravidez (repetidas falhas de implantação); infertilidade inexplicada; FSH (hormônio folículo-estimulante) elevado; homens com padrão normal de cromossomos, mas que geram embriões cromossomicamente anormais; oligoasthenoteratozoospermia e teratozoospermia grave. Quanto menor a concentração espermática maior a incidência de anomalias cromossômicas espermáticas e gestação anterior com anomalia cromossômica.