O termo “MÁ RESPONDEDORA” normalmente refere-se a mulheres cujos ovários não respondem aos medicamentos para estimulação nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV). Geralmente estas pacientes, mesmo usando doses muito altas de medicamentos para estimulação, produzem uma quantidade reduzida de óvulos maduros durante o ciclo de FIV (até 3 óvulos maduros). Nessas mulheres, a taxa de cancelamento (quando nenhum embrião é transferido) se aproxima dos 40% a 50%, e a taxa de bebê nascido vivo pode ficar abaixo de 10% por ciclo de FIV.
Estima-se que entre 9% e 24% das pacientes em ciclos de FIV apresentam má resposta. Muitas dessas mulheres acabam não tendo nenhum embrião para transferir, o que representa grande frustração para estas pacientes, principalmente quando esta ocorrência é inesperada. Muitas vezes, só se chega ao diagnóstico de “má respondedora” após o tratamento de FIV. Assim, é preferível determinar o problema antes do início do tratamento por meio de exames de reserva ovariana, já alertando a paciente sobre este risco e tomando medidas que possam ser benéficas para
melhorar a resposta.
Muitos protocolos e terapias adjuvantes já foram propostos para o tratamento de más respondedoras, com resultados controversos na literatura. Uma das grandes dificuldades de avaliação dos reais benefícios das diferentes condutas propostas é o fato de os estudos serem muito heterogêneos, dificultando meta-análises (estudo que avalia todos os estudos sobre o tema já publicados, reúne os resultados e faz uma análise conjunta dos dados agrupados). Além disso, não existia uma unanimidade na definição do termo “má respondedora”, e cada autor usava a sua
própria definição.
Para uniformizar a definição de más respondedoras, em 2011, a Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE) criou o Critério de Bolonha , no qual foi definido que mulheres “más respondedoras” são aquelas que apresentam pelo menos duas das seguintes características:
- Idade materna avançada (≥ 40 anos) ou fatores de risco para má resposta;
- Má resposta em ciclo de estimulação convencional prévio (≤ 3 oócitos);
- Provas de reserva ovariana alteradas: Contagem de folículos antrais < 5-7 ou Hormônio antimulleriano < 0.5-1.1ng/mL;
ou
- Apresentar dois episódios de má resposta em ciclos com máxima estimulação (300 UI de FSH).
Existem protocolos que podem ser benéficos. Entretanto, ainda assim, com resultados limitados. Por isso, ainda hoje, os casos de má resposta representam um desafio no tratamento de reprodução assistida.
Este texto foi extraído do e-book “Mulheres Más Respondedoras.
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