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TRATAMENTOS PARA A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS

Entre os problemas mais comuns estão aqueles ligados à fertilidade. Os tratamentos visam ajudar os casais que têm dificuldade em engravidar, diminuir as complicações da gestação (abortos, hipertensão gestacional e diabetes gestacional) regularizar as menstruações, combater o excesso de hormônios masculinos, prevenir o câncer do endométrio, diminuir o risco de diabetes tipo II e a doença cardiovascular (síndrome metabólica).

ESTILO DE VIDA E TERAPIA ALIMENTAR

A redução de peso deve ser recomendada a pacientes obesas ou com sobrepeso (IMC entre 25 e 30). Alguns estudos demonstram que a perda de 5 a 10% do peso corpóreo pode restaurar a ovulação e a fertilidade, além de melhorar o colesterol, a pressão arterial, a resistência à insulina e diminuir as queixas de excesso de pelos e acne. Para isto, é fundamental a modificação do estilo de vida, uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos de forma regular (principalmente aqueles que aumentem a circulação pélvica). Como nesta síndrome frequentemente existe o aumento da resistência à insulina que faz aumentar os níveis de glicose, a melhor dieta é evitar alimentos ricos em carboidrato.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO

  • Evite ao máximo todas as formas de açúcar;
  • Evite ao máximo os carboidratos, como por exemplo, o pão, as massas, o arroz, os cereais no café da manhã e os bolos, pois são rapidamente transformados em açúcares;
  • Evite refrigerantes, sucos de frutas que possam elevar os níveis de açúcar, principalmente laranja, melancia e uva;
  • Consuma quantidades adequadas de proteínas, mas tome cuidado com carnes que podem conter hormônios;
  • Coma vegetal à vontade, frutas vermelhas, que não são muito doces (morango, framboesa, cereja, amora etc.) e alimentos integrais, como arroz e aveia;
  • Prefira leite e derivados desnatados ou “light”;
  • Elimine álcool e cigarro;
  • Aumente a quantidade de alimentos com fibra.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Os tratamentos devem ser escolhidos de acordo com o perfil e a prioridade da paciente. Entretanto, não devem ser deixados de lado os riscos de complicações futuras causadas pela doença. Os problemas estéticos são importantes e devem ser medicados com drogas específicas, como no caso do hirsutismo e acne. O acompanhamento por especialistas em medicina estética pode ser bastante útil.

A escolha do tipo de medicamento vai depender do objetivo da paciente. Se ela não quiser ter filhos, apresentar irregularidade menstrual e pelos em excesso, os anticoncepcionais poderão ser uma boa escolha. Muitos deles contêm na fórmula substâncias antiandrogênicas (anti-hormônio masculino) chamadas ciproterona (Diane, Selene e Diclin). Se hirsutismo intenso, outros medicamentos podem ser utilizados como espironolactona, finasterida, eflornitina (creme de aplicação local que reduz a quantidade de pelos) e, por último, a flutamida, perigosa pelo seu efeito agressivo ao fígado

COMBATENDO A RESISTÊNCIA À INSULINA – AGENTES SENSIBILIZANTES DA INSULINA – METFORMINA:

Estas drogas aumentam a sensibilidade do organismo à insulina, o que resulta na diminuição deste hormônio, dos androgênicos, restauração dos ciclos menstruais ovulatórios, diminuição das chances de aborto e diabetes gestacionais, além da própria diminuição do peso.

A droga mais utilizada para este fim é a metformina e a dose diária é de 1500 a 2000 mg. Os efeitos benéficos podem demorar meses para serem percebidos, mas a paciente não deve desanimar, pois este tempo de espera é normal. Este medicamento pode produzir efeitos colaterais desagradáveis como diarreia, náuseas, flatulência (gases), entretanto, uma nova formulação de liberação lenta (Glifage-XR) pode ser tomada em dose única, três comprimidos no jantar, com efeitos mínimos indesejáveis.

OUTRAS DROGAS SENSIBILIZANTES DA INSULINA

Embora a metformina seja a mais utilizada para este fim, outros medicamentos, com efeitos semelhantes, têm sido utilizados. Entre elas: Pioglitazona, Rosiglitazona, Glucobay (Acarbose), NAC (N-acetilcisteína), D-chiro-inositol e myo-inositol

O glucobay (acarbose) é um hipoglicemiante e pode ser usado na dose 150 a 300 mg/dia.

O NAC (N – acetilcisteína) tem o nome comercial de Fluimucil e é usado também para problemas respiratórios. É um antioxidante que melhora a concentração de insulina. Um estudo realizado na Universidade Católica de Roma, na Itália, demonstrou que o uso de 1,8 a 3,0 g de NAC por dia diminui a concentração de androgênios, colesterol e triglicérides, entre outras vantagens.

D-chiro-inositol e myo-inositol são isômeros do inositol, substância mediadora de vários processos celulares. Pacientes com SOP podem apresentar deficiência da enzima que produz o inositol no organismo. Sua função está em melhorar a ação da insulina, reduzindo, assim, a resistência à insulina, o hiperandrogenismo e normalizando os ciclos menstruais. Existem ainda medicamentos naturais que podem ser uma alternativa interessante, mas só devem ser receitados por especialistas em medicina natural. Os principais são:

  • Clorophyl: melhora os sintomas de hipoglicemia;
  • Chromium: aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina (300 miligramas por dia);
  • Extrato de Canela (cinnamon): é uma nova alternativa, ajuda a diminuir os níveis de glicemia. A dose indicada é de 1g/dia dividida em três doses na colher de chá, três vezes ao dia;
  • Vitaminas B, Magnésio, ácido alfalipórico, ácido linoléicos conjugados: melhoram a resistência à insulina;
  • Outras drogas: picolinato de cromo (0,2mcg/dia) e Poria Pill.

DROGAS COMPLEMENTARES QUE AJUDAM NO CONTROLE DE PESO

Algumas drogas aumentam o controle do peso e podem ser utilizadas em conjunto com uma dieta alimentar equilibrada, exercícios físicos e um estilo de vida adequado. As indicações são restritas ao médico que fará o controle de peso. Entre as possibilidades estão: Sibutramina, Orlistat e, por último, a Rimonabant, que é uma substância antagonista dos receptores endocanabinoides, todas responsáveis pelo controle de peso.

TRATAMENTO DA INFERTILIDADE

No tratamento da infertilidade, como nos casos anteriores a primeira linha de tratamento é a perda de peso que, às vezes, isoladamente já faz a paciente apresentar ciclos ovulatórios. Além disso, obesidade está associada a um maior risco de aborto e diminuição do sucesso nos tratamentos. Se a resistência à insulina estiver presente, metformina também ajuda na recuperação de ciclos ovulatórios, melhor resposta aos indutores de ovulação e diminuição do risco de aborto.

Para indução da ovulação, citrato de clomifeno é a primeira escolha pelo baixo custo, facilidade de usar e taxa de ovulação de 70-80% por ciclo, com gravidez cumulativa após 6 meses de até 50-60%, quando única causa de infertilidade. Outra opção é o uso de inibidores da aromatase (letrozole), consierada hoje a primeira linha de medicamento para indução da ovulação em SOP. Pode ainda utilizar gonadotrofinas injetáveis em diferentes esquemas de indução.

Outra opção, quando o ovário é resistente aos esquemas de indução de ovulação, é o tratamento cirúrgico chamado drilling ovariano. Sob laparoscopia, realiza-se 4 a 10 furos na superfície e estroma dos ovários com eletrocautério. Cerca de 90% das pacientes normalizam ciclos após o procedimento. Tem o inconveniente de ser um procedimento cirúrgico e há a preocupação de causar aderências pélvicas, levando a um fator a mais de infertilidade.

Quando a opção for por fertilização in vitro (FIV), as pacientes com SOP apresentam taxas de sucesso semelhante às que não apresentam a síndrome, entretanto, um risco aumentado para síndrome da hiperestimulação ovariana. Por isso, muito cuidado deve ser tomado na indução ovariana dessas pacientes, dando prioridade para ciclo com antagonista, com baixa dose inicial de gonadotrofina e trigger final com análogo de GnRH.

Uma opção para melhora da fertilidade de pacientes com SOP é o uso de myo-inositol. Além da melhora metabólica já descrita, por melhorar a resistência à insulina, nos tratamentos de FIV também traz benefícios: reduz a quantidade de FSH necessária para estimulação ovariana, reduz o número de dias de estimulação, reduz a chance de hiperestimulação ovariana, melhora a qualidade dos óvulos e a qualidade dos embriões.

Este texto foi extraído do e-book “Síndrome dos Ovários Policísticos”.
Faça o download gratuitamente do e-book completo clicando no botão abaixo:

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