A endometriose causa cólica, menstruação irregular, dor profunda e desconfortável na relação sexual, inchaço e dor abdominal, dor e dificuldade na evacuação e muitas vezes sangramentos pelo reto. É uma das principais causas de infertilidade atingindo 40% das mulheres com dificuldade em ter filhos. Calcula-se que, 10 a 14% das mulheres em sua fase reprodutiva (19 a 44 anos) tenham esta doença, o que em números significa que, no Brasil, podem existir 3,5 a 5 milhões de mulheres com este problema. (censo do IBGE 2000).
Segundo Arnaldo Schizzi Cambiaghi especialista em infertilidade, diretor do centro de Reprodução Humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução), estes dados são suficientes para que se perceba a dimensão e importância deste diagnóstico. Esta doença acomete as mulheres em idade reprodutiva e consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. “Existem vários graus de endometriose: superficial, ovariana e a profunda, que se infiltra nos órgãos. Esta última é a maior responsável pela queixa de fortes dores, as outras causam também dor, mas de menor intensidade, além de problemas de infertilidade” explica Cambiaghi.
A maneira mais indicada de diagnosticar graduar e tratar a doença é pela videolaparoscopia, que consiste na identificação e remoção de todos os focos, além de restaurar a anatomia pélvica, quando for necessário e tanto quanto possível, pois esta doença pode envolver outros órgãos, como intestino, ovários, trompas ureteres e outros. É importante que este procedimento seja feito por profissionais especializados e experientes para que a chance de voltar seja mínima e não haja interferência nem prejuízo da fertilidade. Muitas vezes é necessária a retirada de parte do intestino, caso contrário, a dor persistirá. A ultra-sonografia e o exame de sangue CA- 125 (um marcador), podem dar um alarme, mas não são suficientes para concluir o diagnóstico. Segundo Cambiaghi, o médico que estiver atendendo a paciente deverá estar atento às suas queixas e não desvalorizá-las acreditando ser de pouca importância, pois, segundo publicações recentes, um dos grandes problemas é a demora da confirmação diagnóstica (até 10 anos) – completa o médico.
A Endometriose tem cura? Sim tem cura. Muitos acham que não tem, pois em alguns casos as cirurgias podem ter sido feitas de forma incompleta. Isso pode ocorrer por temerem as complicações da intervenção, dificuldades técnicas, por ter sido feita por profissionais muitas vezes inexperientes ou pelo temor em retirar tecido saudável desnecessário e prejudicar conseqüentemente a reserva ovariana, que corresponde ao “estoque” de óvulos da mulher, disponível para serem fertilizados. Se for inevitável, é melhor “deixar” algum tecido endometriótico a retirar pedaços do ovário levando a uma menopausa precoce ou à diminuição da reserva ovariana.”O ideal é a união da habilidade com a cautela” finaliza Cambiaghi.
Sobre o Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi – diretor do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução (IPGO). Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, pós-graduado pela AAGL, Ilinos, EUA em Advance Laparoscopic Surgety e Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, e da European Society of Human Reproductive Medicine.
É autor de vários livros na área médica entre eles: Fertilidade Natural (Ed.LaVida Press), Grávida Feliz, Obstetra Feliz (Ed. LaVida Press), Fertilização um Ato de Amor (Ed. LaVida Press), Ser ou Não Ser Fértil – Eis as Questões e Respostas (Ed.LaVida Press), Bem-Estar da Mulher – a essência da vida – Guia da saúde feminina para todas as idades (Ed. LaVida Press), Gravidez: Caminhos Tropeços e… Conquistas – Depoimentos de casais que contam como venceram as dificuldades de engravidar (Ed.LaVida Press) e Manual da Gestante (Ed. Madras).
Apresenta seu trabalho em Congressos no exterior, o que lhe confere um reconhecimento internacional. Como especialista em Medicina Reprodutiva sua carreira é dedicada principalmente aos casais que têm dificuldade em engravidar, tanto que sua clínica é considerada uma das mais conceituadas para tratamentos de infertilidade.
Entretanto, preocupa-se com a saúde da mulher em todos os aspectos: físico, emocional e afetivo. Pensando no universo feminino criou os sites: www.ipgo.com.br; www.trigemeos.com.br; www.bemestardamulher.com.br; www.fertilidadenatural.com.br; onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade.