Para muitos casais que passam por tratamentos de infertilidade, a fertilização vitro representa a última esperança para conseguir um filho. Muitos já passaram por outras tentativas sem sucesso de tratamentos de menor complexidade como o Coito Programado e a Inseminação Artificial, e por isso, é muito frustrante para eles que depositam todas as suas expectativas neste tratamento, ver que todos os esforços foram em vão. Tempo perdido, disciplina nos horários, injeções, ultrassom, dinheiro gasto, expectativa, ansiedade – a vida parou neste período – e não deu certo!!!
Uma pergunta comum após o teste negativo é: por que o embrião ou os embriões transferidos para o útero não implantaram? A resposta geralmente não é simples, mas, algumas hipóteses devem ser avaliadas, pois podem ajudar a esclarecer problemas menos frequentes que ainda não foram pesquisados, mas, ao serem diagnosticados, podem ter aumentadas as chances de serem tratados no futuro.
Alimentação e atividade física
O estado nutricional e o estilo de vida podem causar grande influência na fertilidade, tanto feminina quanto masculina. O conjunto de hábitos e práticas diárias, como elevado consumo alcoólico, tabagismo, sedentarismo e consumo alimentar inadequado, pode afetar a saúde reprodutiva de ambos.
Com a diminuição na taxa de fertilidade da população mundial e o aumento pela procura por tratamentos que melhorassem essa condição, o número de pesquisas na área cresceu. Diferentes estudos afirmam que o baixo peso (IMC menor que 17 kg/m2) e as condições de sobrepeso ou obesidade em mulheres (IMC maior que 25 kg/m2) estão associados a um aumento da infertilidade ou a desfechos gestacionais indesejados.
O estado nutricional e o estilo de vida masculino também exercem grande influência sobre a fertilidade. O conjunto de hábitos inadequados também pode afetar a saúde reprodutiva masculina. Acredita-se que os efeitos desses hábitos possam interferir negativamente na produção do sêmen, bem como na qualida-de, quantidade e motilidade dos espermatozoides. Essas situações podem oca-sionar alterações no funcionamento do sistema reprodutor e interferir negativa-mente na saúde reprodutiva de homens e mulheres. O casal saudável tem mais chances de engravidar. Esta é uma ótima forma de fortalecer os laços do casal em um projeto que, em última instância, é de ambos.
O padrão alimentar mediterrâneo vem sendo recomendado como um modelo de alimentação saudável. Este modelo é praticado em diferentes partes do mundo com efeitos benéficos para a saúde humana.
Vale ressaltar que a Dieta Mediterrânea não é apenas um padrão alimentar, mas também uma coleção de hábitos saudáveis tradicionalmente seguidos pelas populações dos países que se localizam ao redor do Mar Mediterrâneo, como Grécia, Espanha, Itália, Portugal, Marrocos, França e os demais ali localizados.
A Dieta Mediterrânea tradicional possui características marcantes, que a transformaram no padrão alimentar mais saudável do mundo. Entre elas estão:
- Abundância de alimentos frescos e naturais (frutas, vegetais, pães, cereais, batatas, feijões, oleaginosas e sementes);
- Alimentos cultivados minimamente processados, respeitando a sazonalida-de e a regionalidade;
- Frutas frescas ou doces contendo açúcares ou mel, como sobremesas típi-cas, consumidos apenas em quantidades moderadas;
- Azeite de oliva, como a principal fonte de gordura
- Produtos lácteos (principalmente queijos e iogurte) consumidos em quanti-dades moderadas;
- Consumo médio de quatro ovos por semana;
- Elevado consume de peixes e frutos do mar;
- Carne vermelha consumida em baixas quantidades;
- Consumir sucos naturais de uva (orgânica);
- Evitar alimentos inflamatórios como aqueles que contenham glúten.
Praticar atividade física regularmente: a população da região me-diterrânea era intensamente ativa na época em que se iniciaram as pesquisas sobre o padrão, o que demonstra que os bons hábitos não estavam exclusiva-mente associados ao padrão alimentar. Sendo assim, a prática regular de qual-quer atividade física deve ser incentivada para todos os casais interessados em melhorar o seu estilo de vida em busca de uma gestação segura e bem-sucedida. Recomendamos, por exemplo, caminhadas de média intensidade, no mínimo, quatro vezes por semana, por 40 minutos.
Para saber mais detalhes: www.ebookdietadafertilidade.com.br
www.ebookinflamacoescronicas.com.br
Hábitos de vida
Tabagismo (cigarro)
O cigarro é considerado o veneno reprodutivo mais potente do século 21. Vários estudos científicos compro vam seu efeito deletério sobre a saúde repro-dutiva. A fumaça do cigarro contém centenas de substâncias tóxicas, incluindo a nicotina, monóxi do de carbono, polônio radioativo, alcatrão, fenol, ácido fór-mico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel, benzopireno e substâncias dioativas, as quais afetam a função reprodutiva em vários níveis. No homem, alteram a produção dos espermatozoides e a qualidade do sêmen, além de levar ao aumento na fragmentação do DNA do espermatozoide, o que está associado à maior taxa de aborto e insucesso nos tratamentos de reprodução. Na mulher, o cigarro altera a motilidade tubária, a divi são das células do embrião, formação do blastocisto, muco cervical, receptividade endometrial (mesmo com óvulos/embriões doados) e implantação. A fertilidade é reduzida em 25% nas mulhe-res que fumam até 20 cigarros ao dia, e em 43% naquelas que fumam mais de 20 cigarros, ou seja, o declínio da fertilidade tem relação direta com a dose de nicotina. Durante a gestação, o fumo pode aumentar a incidência de placenta prévia, descolamento prematuro da placenta e parto prematuro. Deve-se sem-pre estimular as pessoas a parar de fumar, especialmente os casais que estão tentando engravidar e principalmente homens nesta situação que apresentam contagem de sêmen no limite inferior à nor malidade. Entretanto, mesmo com contagem de sêmen normal, o fumo deve ser desencorajado.
Drogas recreativas
A cada ano, novas drogas são introduzidas no “mercado do vício”. Embora nem todas estejam comprovadamente associadas à fertilidade, os prejuízos cau-sados são fortes indícios quando comparados a outras drogas mais antigas. Todas elas agem no sistema nervoso central estimulando, bloqueando e interferindo nos hormônios, principalmente do eixo hipotálamo hipofisário, fundamentais para o bom funcionamento do sistema reprodutor. Por isso, podemos arriscar afirmar que perturbam a fertilidade tanto do homem quanto da mulher.
Álcool
Em doses diminutas, o álcool possui discreta ou nenhuma ação sobre as fun-ções reprodutiva e sexual. O consumo crônico e prolongado, no entanto, pre-judica ambas as funções, podendo atingir mais de 80% de comprometimento nos dependentes. Uma meta-análise indicou que as mulheres que bebem três ou mais drinques por dia têm risco 60% maior de apresentar infertilidade quando comparadas àquelas que não bebem. Não houve distinção, nesses estudos, entre o tipo de bebida, podendo ser vinho, cerveja e coquetéis.
Cafeína
A queda da fertilidade feminina está associada à alta dose de cafeína (> 500 mg/dia, equivalente a 5 xícaras por dia). Durante a gravidez, consumir mais de 300 mg/dia de cafeína aumenta o risco de aborto. O consumo moderado (1 a 2 xícaras por dia) não demonstra efeitos adversos na fertilidade ou na gravidez.
Este texto foi extraído do e-book “Como aumentar as chances nos tratamentos de Fertilização?”.
Faça o download gratuitamente do e-book completo clicando no botão abaixo: