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Drogas recreativas (Grupo IPGO)

Entre os mais detestáveis produtos que afetam a fertilidade do homem e da mulher estão as drogas ilícitas, também chamadas por alguns de “drogas recreativas”.

Calcula-se que até 37% da população na idade adulta tenha experimentado, alguma vez na vida, uma destas drogas.

Atualmente, uma nova modalidade de viciados usuários de drogas lícitas chama a atenção. Estas drogas são receitadas como procedimento normal e lícito por médicos como remédios específicos para tratamento de determinadas doenças, mas, ao serem utilizadas de forma inadequada ou combinadas com bebidas alcoólicas, produzem efeitos alucinantes e estimulantes. Este grupo de pessoas tem sido chamado de “Geração Prescrição”. Utilizam a combinação de solventes (éter e clorofórmio), benzodiazepínicos (ansiolíticos) e orexígenos (remédios para estimular o apetite), além de xaropes a base de codeína (xarope anti-tússico e alguns analgésicos), opiáceos, esteróides, barbitúricos (analgésicos potentes) e anticolinérgicos (Haldol, Haloperidol, Akineton, Bentyl e outros). Muitos destes produtos são utilizados como fonte de divertimento em festas noturnas.

Esta nova opção pode causar complicações ainda desconhecidas e representam um enorme perigo, uma vez que ainda não existe uma lei para punir os usuários. A cada ano novas drogas são introduzidas no “mercado do vício”, mas nem todas são passíveis de estudo em relação a fertilidade, embora o prejuízo causado por elas cause suspeitas quando comparado ao prejuízo causado por outras mais antigas. Todas elas agem no cérebro, estimulando, bloqueando e interferindo nos hormônios, muitos deles fundamentais para o bom funcionamento do sistema reprodutor. Por isso, todas elas perturbam a fertilidade tanto do homem como da mulher.

As drogas podem ser classificadas em:

  • Estimulantes: aumentam a atividade do cérebro. As pessoas ficam mais “ligadas”, elétricas e sem sono. São eles: nicotina, cafeína, cocaína e anfetamina.
  • Perturbadoras: modificam a atividade do cérebro distorcendo, fazendo com que as pessoas percebam as coisas deformadas e parecidas com imagens de sonhos. São elas: Maconha, LSD-25, Santo Daime, Cogumelo, Cacto e Anticolinérgicos.
  • Depressoras: diminuem e deprimem o funcionamento do cérebro tornando as pessoas “desligadas”, “desinteressadas” e “devagar”. São elas: Álcoois, Inalantes, Solventes, Ansiolíticos, Barbitúricos, Ópio, Morfina, Codeína e Heroína.

Existem ainda muitas drogas disponíveis para o consumo menos divulgadas , mas que, pelos efeitos negativos similares aos provocados por outras drogas mais conhecidas, merecem ser citadas: maconha, cocaína, heroína, ecstasy, LSD e Crack . As duas primeiras são as mais estudadas. Narguile e Santo Daime são também relativamente conhecidas. As menos conhecidas são: GHB (gamahidroxibutirato), Special K (Cetamina – utilizada inicialmente só por veterinários), Merla (obtido da pasta da coca) e Cogumelos.

Todas as drogas merecem igual atenção, uma vez que agem na atividade do cérebro que, por sua vez, está intimamente ligado às funções reprodutivas, podendo, por isso levar à infertilidade.

Maconha – Marijuana

A maconha é a droga recreativa mais utilizada no mundo.

O termo “marijuana” refere-se ao produto da mistura de folhas e flores da planta Cannabis Sativa que, ao serem levados pelo fumo e absorvidas pelo organismo formam substâncias chamadas carbinóides, responsáveis pelos efeitos psíquicos e orgânicos no indivíduo.

Calcula-se que 3 milhões de indivíduos entre 16 e 59 anos, usem esta droga (11%), sendo grande parte deles entre 16 e 24 anos. O principal carbinóide de maconha é o delta – 9 – tetrahidrocannabinol (THC).

O haxixe é feito a partir da resina da mesma planta, sendo transformada numa barra de cor castanha. É muito mais potente que a maconha e, além da dependência psicológica, causa problemas de infertilidade.

Fertilidade

Alguns estudos sugerem que o uso da maconha na adolescência pode levar ao declínio da fertilidade, anos após o início deste hábito.
Homens que fumam maconha cronicamente (mais de 4 vezes por semana e por mais de 06 meses) podem sofrer queda no volume do sêmen, na concentração e na motilidade dos espermatozoides, no hormônio masculino testosterona e apresentar células infecciosas. Essas alterações são proporcionais à quantidade da maconha utilizada. Fumantes “pesados” podem ter a sua produção zerada.
Na mulher, pode causar alterações menstruais e ovulatórias por interferir nos hormônios que regulam o ciclo menstrual. A maconha também interfere na ação dos espermatozoides dentro do organismo, dificultando a gravidez.


Cocaína

A cocaína é um psicotrópico que age no sistema nervoso central e está entre as drogas mais consumidas em todo o mundo. Não produz dependência física, mas sim uma grande dependência psicológica, induzindo o seu consumo compulsivo. Pode ser consumida através da inalação, feita pelo nariz; absorção por mucosas, esfregando-se nas gengivas; por injeção intravenosa ou fumada, embora esta última opção seja menos comum. Os efeitos causados são: ausência de fadiga, de sono e de fome, exaltação, euforia, bem-estar e autoconfiança. Outros efeitos são: alucinação, agressividade, falta de concentração e de memória, irritabilidade e problemas de infertilidade.

Fertilidade

No homem, provoca alterações dos espermatozoides, como a diminuição da motilidade, alterações da morfologia e apresentação de células infecciosas na sua composição (leucócitos), além de agir negativamente no desejo sexual.

Na mulher, causa alterações hormonais, como por exemplo, o hormônio prolactina.

HEROÍNA E DERIVADOS DA MORFINA

A heroína é uma variação da morfina que, por sua vez, é uma variação do ópio, obtido de uma planta denominada papoula. É uma das drogas mais prejudiciais de que se tem notícia e que causa dependência psicológica e física. Apresenta-se em forma de pó branco, amarelado ou castanho. Pode ser administrada por via intravenosa, e também ser fumada e aspirada. Causa efeitos como náuseas, vômitos, euforia, ansiedade, sonolência, reflexos lentos e dificuldade de fala.

Fertilidade

No homem, provoca alterações nos espermatozoides.

Na mulher, provoca alterações hormonais, causando disfunções ovulatórias e influenciando negativamente no desejo sexual.

Ecstasy

O nome científico do Ecstasy é MDMA 3,4 – metileno dióxido meta anfetamina, e já foi utilizado por psiquiatras como tratamento médico. Os usuários são compulsivos inconscientes e têm sensações de prazer, euforia, leveza, alegria e poder, tornando-se, a seguir, depressivos e agressivos. É uma droga relativamente nova, sendo consumida principalmente em festas noturnas. Causa dependência física e psicológica. Da mesma forma que outras drogas, afeta a fertilidade do homem e da mulher.

Fertilidade

No homem, diminui a libido, a concentração de espermatozoides e o número de espermatozoides com o formato ideal (morfologia).
Na mulher, causa disfunções na ovulação, menstruação irregular e diminuição da reserva ovariana.

Palavra da enfermagem do IPGO

O uso de drogas recreativas é normalmente relatado durante o preenchimento do questionário que antecede a consulta médica. O atendimento sem prejulgamentos é fundamental nesse momento, porém, a orientação dos malefícios para os tratamentos se faz necessária.

Este texto foi extraído do e-book “Manual Prático de Reprodução Assistida para a Enfermagem”.
Faça o download gratuitamente do e-book completo clicando no botão abaixo:

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