Os protocolos de indução de ovulação podem ter influência direta no número e qualidade dos óvulos e embriões e, por isso, mudanças neste aspecto podem ser bem-vindas. Não há um esquema único de remédios que seja ideal para todas as mulheres. Existem muitos medicamentos de ótima qualidade que podem ser eficientes para algumas pacientes, mas não para outras. Nem sempre é possível acertar na primeira tentativa. Portanto, após análise criteriosa do ciclo anterior, pode-se recomendar uma nova estratégia.
Individualizar a estimulação ovariana é fundamental!
Para se definir o melhor protocolo para a estimulação ovariana é importante compreender o significado de “Individualizar“. Individualizar significa ajustar algo para que melhor se adeque aos requisitos de alguém; personalizar. Assim, o protocolo de estimulação ovariana deve ser individualizado para cada paciente de acordo com o seu histórico e a situação em que ela se encontra. Para que qualquer organismo atinja um estado ótimo de maturação (amadurecimento), deve primeiro passar por pleno crescimento e desenvolvimento. Uma boa analogia é o fruto colhido de uma árvore antes de ter se desenvolvido totalmente.
Ele ainda pode amadurecer na prateleira e pode até parecer tão atraente como aquele que teve um desenvolvimento adequado. Entretanto, não terá a mesma qualidade. Os mesmos princípios se aplicam para o desenvolvimento Protocolos personalizados de indução de ovulação e outras drogas e maturação dos óvulos da mulher. Um desenvolvimento adequado, bem como o sincronismo preciso no início de maturação dos óvulos com os hormônios adequados são essenciais para se conseguir um óvulo ideal, uma boa fertilização, um ótimo embrião e, finalmente, a gravidez. Na verdade, nos casos em que a maturação dos óvulos não é devidamente sincronizada, há um aumento do risco de aneuploidia (anormalidades cromossômicas estruturais e numéricas), levando ao comprometimento do desempenho reprodutivo. O potencial dos óvulos de uma mulher sofrerem maturação ordenada, fertilização bem sucedida e posterior progressão para “embriões de boa qualidade”, capazes de produzir um bebê saudável, é, em grande parte, determinado geneticamente.
No entanto, a expressão do potencial reprodutivo é influenciada por numerosas variáveis extrínsecas no ovário e endométrio durante a fase préovulatória do ciclo, principalmente nos casos de mulheres baixas respondedoras e as mais maduras (mais velhas), cujos ovários acompanham o envelhecimento, independentemente da aparência jovial de cada uma. Nesses casos, os protocolos de estimulação precisam ser personalizados para atender às necessidades individuais. A utilização de protocolos especiais como Duostim, utilização do hormônio de crescimento (GH), G-CSF ou outras estratégias para baixas respondedoras, deve ser avaliado individualmente. Tudo o que podemos fazer é evitar comprometer o ambiente de ovário durante a estimulação ovariana e, assim, evitar mais prejuízo à qualidade do óvulo.
Escolha Da Melhor Medicação
Existem alguns tipos de medicações utilizadas para estimular os ovários. Todas são eficientes, mas podem ser individualizadas para cada paciente quando se realiza a Pesquisa de Polimorfismo no Gene do Receptor Hormônio Folículo Estimulante (FSHR).
FSHR (Pesquisa de Polimorfismo no Gene do Receptor Hormônio Folículo Estimulante): exame relacionado à resposta individual às medicações indutoras da ovulação em pacientes que serão submetidas a fertilização in vitro. Variações deste gene (polimorfismos) podem ter relação direta com a escolha da medicação ideal para a paciente, interferindo nos resultados dos tratamentos de infertilidade.
De acordo com o genótipo da paciente (isto é, o perfil genético do gene para este receptor), o perfil varia conforme a posição dos amioácidos Aspargina (denominado pela letra” N”) e Serina ( denominado pela letra “S”) em relação a posição 680 da proteína, podendo ser:
a) Genótipo SS: Serina680Serina ou Ser680Ser: responde melhor a HP- -FSH (Fostimon, Merional e Menopur);
b) Genótipo NS: Aspargina680Serina ou Asp680Ser:responde melhor a r-FSH ( Gonal , Puregon, Elonva, Rekovelle e Pergoveris);
c) Genótipo NN: Aspargina680 Aspargina ou Asp680 Asp: responde igual aos dois tipos de medicamentos.
Com isto, é possível individualizar a melhor opção de medicamentos, minimizando os custos, oferecendo um prognóstico mais direcionado e um resultado mais rápido.
É importante lembrar que a Pesquisa de Polimorfismos do Gene Receptor de FSH é um critério de nortear a escolha da melhor medicação para a estimulação dos ovários, mas não garante estes resultados. A Pesquisa só é recomendada após uma investigação criteriosa da saúde reprodutiva da paciente, principalmente os exames que avaliam a reserva ovariana, como FSH (3º dia), contagem de FOLÍCULOS ANTRAIS E HORMÔNIO ANTIMULLERIANO.
Este texto foi extraído do e-book “Como aumentar as chances nos tratamentos de Fertilização?”.
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