Algumas alterações endócrinas podem estar relacionadas a risco aumentado de abortos.
São elas:
Diabetes mellitus (DM)
A prevalência de DM em mulheres com AR é igual à da população geral. Entretanto, mulheres diabéticas com aumento de hemoglobina glicosilada no primeiro trimestre têm maior chance de aborto e malformação fetal. Diabéticas controladas têm risco igual ao da população geral.
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
Pacientes com SOP têm risco aumentado para aborto, provavelmente devido à resistência à insulina e à hiperinsulinemia. O uso de sensibilizadores da insulina, como metformina, para diminuir a taxa de aborto tem sido sugerido, entretanto os dados da literatura ainda são controversos.
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ToggleHipotireoidismo
Apesar de pacientes com AR não apresentarem maior frequência de hipotireoidismo que mulheres sem história de perda, sabe-se que hipotireoidismo 7. Alterações endócrino-metabólicas descompensado aumenta o risco de aborto. Assim, em pacientes com AR, deve-se sempre pedir TSH, T4 livre e anticorpos antitireoidianos (antitireoglobulina e antiperoxidase).
Como durante a gravidez há uma sobrecarga da glândula tireoide, recomenda-se manter TSH abaixo de 2,5 mlU/l em mulheres com hipotireoidismo em tratamento. O hipotireoidismo subclínico, quando associado a auto anticorpos, deve sempre ser tratado. Não há consenso quanto aos casos de ausência de auto anticorpos, mas a tendência é recomendar o tratamento também.
A presença de auto anticorpos para tireoide tem maior prevalência em mulheres com AR (20%-25%) em comparação às gestantes normais (15%-20%), mas, se o tratamento com levotiroxina apresenta benefício, ainda é algo controverso. Recomenda-se tratar esses casos quando o TSH está acima de 2,5 mlU/l.
Hiperprolactinemia
Pode estar associada a AR por alterar o eixo hipotálamo-hipófise-ovário, resultando em alteração na foliculogênese, maturação oocitária e insuficiência lútea. Dosagem de prolactina e normalização dos níveis quando elevados com agonistas dopaminérgicos podem melhorar os resultados em uma nova gestação.
Insuficiência lútea
Apesar da insuficiência lútea não ser frequente, e estudos demonstrarem que a suplementação de progesterona não diminui o risco de abortos espontâneos isolados, há evidência de benefício em pacientes com AR e deve ser utilizada no primeiro trimestre. Normalmente, é feita com progesterona micronizada 200 mg via vaginal de uma a três vezes ao dia.
Este texto foi extraído do e-book “Abortos podem ser Evitados”.
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