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Tratamento da Infertilidade após 35 anos

A incorporação da mulher de forma intensa à vida profissional tem retardado a época do casamento e fazendo com que a busca do primeiro filho seja em uma idade superior à ideal. É importante que essas mulheres tomem conhecimento de como funciona o seu corpo, e do porquê a fertilidade diminui após os 35 anos. Portanto, nessa fase, qualquer tratamento deve ser objetivo e rápido, a fim de se obter os melhores resultados.

A menina, quando nasce, tem nos seus ovários um número predeterminado de óvulos. Quando chega à idade fértil, possui apenas 300 mil óvulos capazes de serem fecundados. A cada ciclo menstrual, para um óvulo que atinge a maturidade, aproximadamente 1000 são perdidos.

Deste processo contínuo e normal, após os 35 anos, o número de óvulos capazes de serem fertilizados diminui. Os que restam são chamados de Reserva Ovariana, que corresponde ao “ESTOQUE” de óvulos disponíveis, e deve ser avaliada pelo médico no caso de infertilidade.

Avaliação das Condições Clínicas Laboratoriais para as Pacientes Tornarem- se Grávidas

Para se determinar qualquer tratamento, é indispensável uma avaliação clínica e psicológica do casal, além de comentar as maiores chances de malformações e abortos que ocorrem a partir  dessa idade. Não se pode jamais fugir dos exames básicos: avaliação da integridade anatômica dos órgãos reprodutores, dosagens hormonais, pesquisa das trombofilias, endometriose, adenomiose, endometrites, além de fatores genéticos/cromossômicos e imunológicos (não esquecer os fatores masculinos). Junto com essa pesquisa, avaliamos a Reserva Ovariana, que nos dá um prognóstico das chances de sucesso de gravidez.

Avaliação da Reserva Ovariana

A Reserva Ovariana é a capacidade dos ovários de responder a um estímulo hormonal, produzindo óvulos capazes de serem fertilizados e de formarem embriões que tenham condições de se implantar no útero. Após os 35 anos, os ovários tendem a responder menos aos estímulos hormonais, dificultando a gravidez pela menor quantidade de óvulos existentes.

Reserva Ovariana é avaliada, fundamentalmente, pela medida no sangue, no 3º dia do ciclo menstrual, de  4 hormônios: FSH, LH e ESTRADIOL, e o hormônio Antimulleriano, além da contagem dos FOLÍCULOS ANTRAIS.

  • FSH com dosagem maior do que 10m1U/ml e Estradiol maior que 35 pg/ml, geralmente sugerem uma “má respondedora” aos estímulos hormonais (“Poor Responder”).
  • FSH com dosagem menor do que 10m1U/ml e Estradiol menor que 35 pg/ml, geralmente sugerem uma “boa respondedora” aos estímulos hormonais.
  • Hormônio antimulleriano (AMH):  hormônio produzido pelas células da granulosa de folículos pré-antrais e antrais iniciais (menores de 8 mm). Reflete o número não só dos folículos em desenvolvimento como em todos os estágios Dessa forma, quanto maior o número de folículos remanescentes, maior sua concentração sérica, sendo, juntamente com a contagem de folículos antrais, a medida mais fidedigna de reserva ovariana e o principal preditor de resposta ovariana ao estímulo hormonal.
  • Contagem dos folículos antrais: através de ultrassom realizado entre o 3º e 5º dia do ciclo menstrual, avalia o tamanho, o volume dos ovários e a presença dos folículos antrais. A contagem de folículos antrais consiste em contar todos os folículos de tamanho entre 2 e 10 mm.

TRATAMENTO

O tratamento deve ser planejado após a análise de todos os resultados laboratoriais, da ansiedade do casal, da idade da paciente e a conscientização das possibilidades de gravidez.

A estratégia terapêutica deve ser capaz de proporcionar um alto índice de sucesso em um curto período de tempo, a fim de se evitar ao máximo um declínio do funcionamento ovariano.

Mesmo com os exames laboratoriais demonstrando uma boa Reserva Ovariana, estar atentos para não fugir da objetividade proposta no início da avaliação. A fertilização deverá ser assistida usando técnicas de menor ou maior grau de complexidade.

Indução da Ovulação – Coito Programado (Baixa Complexidade)

Com todos os exames laboratoriais ultranormais, a paciente poderá ter sua ovulação induzida por medicamentos, para que seja recrutado um maior número de óvulos. O crescimento deles é acompanhado por ultrassonografia até alcançarem um tamanho ideal. Atingindo o ponto esperado, a ovulação é desencadeada por um medicamento adequado, sendo recomendadas relações sexuais em dias alternados.

Inseminação Artificial (Média Complexidade)

Da mesma forma que no coito programado, os ovários são estimulados por hormônios para se obter um maior número de óvulos recrutados, que também têm seu crescimento acompanhado pela ultrassonografia. A diferença é que, ao invés das relações sexuais, os espermatozoides são colocados dentro do útero. No dia indicado, o sêmen é colhido e preparado para que os espermatozoides tenham maior capacidade de fertilização (capacitação).

FIV – ICSI – Fertilização In Vitro – (Maior Complexidade)

É a mais eficaz de todas as técnicas. Na 1ª fase, os ovários são estimulados para que haja crescimento de um maior número de óvulos e aumentar as chances de bons resultados.

Posteriormente, eles são aspirados por ultrassonografia e, em laboratórios colocados “In vitro”, em contato com os espermatozoides do marido, para que sejam fertilizados. Caso haja dificuldades, poderá ser utilizada a técnica ICSI, na qual um espermatozoide é injetado dentro do óvulo através de uma micropipeta. Depois da fertilização formam – se os embriões, que são transferidos. Decisões como a Biópsia embrionária são analisadas e decididas individualmente.

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