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Droga que pode proteger a fertilidade de pacientes com câncer de mama ainda está em estudos e nunca deve ser a única opção

Matéria publicada no New York Times diz que goselerina pode ser uma aliada, mas lembra que o ideal é congelar os óvulos

Mais informações podem ser obtidas no site Oncovidas: http://www.oncovidas.com.br

Reportagem publicada pelo prestigiado jornal The New York Times, no dia 30 de maio, “Drug could protect fertility in breast câncer patients” (droga pode proteger a fertilidade em pacientes com câncer de mama – veja aqui), trouxe um estudo sobre a goselerina que, aparentemente, protegeria os ovários dos danos causados pela quimioterapia em mulheres em tratamento contra câncer de mama.
Para o ginecologista e especialista em reprodução humana Arnaldo Cambiaghi, também diretor do IPGO, não se trata de uma novidade e, como o próprio texto diz, a goserelina, comercializada com o nome de Zoladex, e outras drogas semelhantes, conhecidas como agonistas do hormônio liberador de gonadotropina, pode servir para algumas pacientes.
Além disso, a reportagem afirma que “estudos que a testavam informaram resultados inconsistentes. As diretrizes da sociedade de oncologia dizem que as evidências de que a abordagem é eficaz são insuficientes e que ela ‘não deve ser usada para preservar a fertilidade’”.
“Para pacientes com câncer, o especialista em reprodução humana deve trabalhar em colaboração com o médico oncologista para que o breve período de hiperestrogenemia (aumento dos estrógenos), não cause aumento do tumor ou outros danos”, afirma Cambiaghi.
O ideal, segundo o especialista, é que a mulher congele fragmentos de seu ovário: “Este procedimento pode ser realizado em até 24 horas a partir da decisão. Assim, se o tratamento para o câncer precisar ser iniciado imediatamente, a mulher terá como preservar sua fertilidade com mais chances de eficácia. A goselerina é uma aliada, mas não se pode contar apenas com ela”, alerta.

A própria reportagem do jornal dizia que a principal opção para pacientes jovens seria coletar alguns óvulos que poderiam ser usados, no futuro, para a criação de embriões que seriam congelados.

A seguir, Cambiaghi dá exemplos de tratamentos para mulheres que estejam enfrentando o câncer:

Congelamento de embriões

Através da fertilização in vitro, o ovário é estimulado com hormônios, os óvulos retirados e posteriormente fertilizados em laboratório. Formam-se os embriões que serão congelados em nitrogênio líquido a -196oC permanecendo assim por tempo indeterminado. É considerada uma boa técnica por ser eficaz e proporcionar taxas de gravidez ao redor de 40%(12), mas é restrita à pacientes que não necessitam de um tratamento oncológico imediato e a tumores que não são afetados por hormônios.
Congelamento de tecido ovariano
Pode ser uma ótima alternativa, em crianças que ainda não atingiram a puberdade e por isto não têm ainda óvulos para serem congelados e em pacientes que não podem ser submetidos à indução da ovulação com hormônios. Através da videolaparoscopia, uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, é retirada uma parte de um dos ovários. Este tecido é congelado permanecendo assim até o momento adequado para ser reimplantado. Não existe um período pré-determinado. O tecido poderá ser fragmentado ou não e poderá ser reimplantado na região pélvica, sobre o outro ovário, perto das trompas (tópico), ou em locais diferentes como parede abdominal ou braço (heterotópico). Ainda é uma opção que oferece pequenas taxas de sucesso, mas pode ser indicada quando não houver uma alternativa mais adequada.

Congelamento de óvulos

É uma técnica muito importante por oferecer bons resultados de gravidez futura. Tem como vantagem, em relação aos embriões, o fato de serem células, e por isto, se não forem mais desejados poderão ser descartados. A paciente deverá ser submetida a um tratamento de indução da ovulação semelhante ao da fertilização in vitro com a retirada dos óvulos e posterior congelamento. Nestes casos, existem duas possibilidades com o mesmo fim. Se o tumor que a paciente tem necessitar de quimioterapia e puder esperar três a cinco semanas para o início do tratamento oncológico, receberá medicamentos para a estimulação ovariana para que haja um número maior de óvulos a ser congelados, pois um número maior garante melhores resultados no futuro.
O tipo de medicação vai depender do tumor ser sensível ou não ao hormônio estrogênio que poderá se elevar neste tipo de tratamento e piorar a evolução da doença. Entretanto, é importante saber que para estes casos existem estratégias adequadas para indução da ovulação, que encurtam o período de indução e exposição do tumor a este hormônio. Mas, se não puder receber os hormônios convencionais, poderão ser utilizados outros mais “fracos” que podem gerar um número menor de óvulos ou até utilizar um ciclo natural sem remédios. Em alguns casos específicos os óvulos poderão ser maturados no laboratório por uma técnica especial (Maturação in Vitro) para posteriormente serem congelados. Desta maneira diminui-se ainda mais o tempo de exposição ao estrogênio.

Transposição dos ovários

Nas situações que for necessária a radioterapia na região pélvica, os ovários poderão ser atingidos diretamente e ter a sua reserva ovariana prejudicada. Para evitar esta proximidade dos ovários com as “sondas” dos aparelhos poderá ser realizada uma cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia) que colocará os ovários por trás do útero durante o período do tratamento ou em outra localização distante do local que será atingido pela radiação. Como a radioterapia não agride o útero que servirá como “escudo” protetor dos ovários, eles estarão protegidos. Após o término do tratamento através da mesma técnica cirúrgica, os ovários poderão voltar para o local original.

Informações à imprensa:

Cármen Guaresemin – Jornalista Responsável

Tel: (11) 3667-6048 / 3662-2434
Cel.: (11) 99245-6501

carmen@inthepress.com.br

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