A Importância da Perda de Peso na Fertilidade:
A relação entre obesidade e fertilidade pode representar um desafio para muitas mulheres que desejam engravidar.
De acordo com a Ministério da Saúde “um levantamento inédito, apontam que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas no ano passado (2022). As informações públicas estão sendo divulgadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no dia – 4 de março (2022) – data alusiva e que marca a importância do combate à obesidade entre adultos e crianças.
Em 2019, 407.589 pessoas foram diagnosticadas com obesidade grau III, o que representava 3,14% das pessoas monitoradas. Já em 2022, o número subiu para 863.083 brasileiros diagnosticados com o mais grave nível de obesidade, totalizando 4,07% da população. Esse ponto percentual representa um crescimento de 29,6% em apenas 4 anos.
A obesidade grau I atinge 20% e a obesidade grau II já é 7,7% da população, o que representa 1,6 milhões de pessoas em 2022. Já o sobrepeso atinge atualmente 31% ou 6,72 milhões dos brasileiros que participaram da tabulação do SISVAN.
Ao todo, 21,2 milhões de brasileiros participaram da tabulação do sistema de vigilância alimentar e nutricional, provenientes do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). A pesquisa – realizada por abrangência, região de cobertura, fase da vida, sexo, raça/cor, origem do registro, entre outras – está disponível por município, região e regional de saúde, para todo o Brasil.1”
A tabela abaixo mostra o Índice de Massa Corporal – IMC e suas classificações:
O IMC ideal de uma pessoa deve estar entre 18,5 a 24,9, valores abaixo de 18,5 ou acima de 30 podem ter impacto negativo na fertilidade. A obesidade pode afetar negativamente a saúde reprodutiva devido a diversos fatores que incluem:
- Alterações hormonais: A obesidade está frequentemente associada a desequilíbrios hormonais como resistência à insulina. Essas condições podem interferir na regulação hormonal necessária para a ovulação em mulheres e na produção de espermatozoides em homens.
- Ciclos menstruais irregulares: Mulheres com obesidade têm maior probabilidade de terem ciclos menstruais irregulares ou ausência de ovulação (anovulação). Isso torna mais difícil conceber, pois a ovulação é necessária para a fertilização.
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP): A SOP é uma condição hormonal comum em mulheres com obesidade. Ela pode causar ovulação irregular, aumento dos níveis de androgênios (hormônios masculinos) e cistos nos ovários, dificultando a gravidez.
- Complicações da gravidez: A obesidade também está associada a um maior risco de complicações durante a gravidez, como diabetes gestacional, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia e parto prematuro, o que pode afetar a fertilidade.
- Redução da qualidade do sêmen: A obesidade em homens pode levar a uma diminuição na qualidade do esperma, incluindo uma contagem de espermatozoides reduzida e uma motilidade espermática reduzida, tornando a fertilização mais difícil.
- Inflamação crônica: A obesidade está associada a níveis elevados de inflamação no corpo. A inflamação crônica pode afetar negativamente a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides, prejudicando a fertilidade.
- Resistência à insulina: A obesidade frequentemente está ligada à resistência à insulina que pode levar a alterações nos níveis de açúcar no sangue e à produção excessiva de insulina. Essa condição pode afetar negativamente a função ovariana e a regulação hormonal além de facilitar o desenvolvimento de diabetes se não for tratada a tempo.
Para mulheres com obesidade, a perda de peso é um passo fundamental na busca pela concepção. A obesidade pode interferir na ovulação regular e na menstruação, tornando mais difícil o processo de engravidar. No entanto, a perda de peso, seja por meio de mudanças na dieta e exercícios ou cirurgia bariátrica, pode ajudar a corrigir esses problemas e melhorar a fertilidade.
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Cuidados Especiais para Mulheres com Cirurgia Bariátrica:
Para casos mais complexos onde as mudanças alimentares, rotina de exercícios físicos e até mesmo medicamentos não obtiveram o efeito esperado é possível realizar uma intervenção cirúrgica com o intuito de fazer com que essa pessoa perca peso rapidamente. A Cirurgia Bariátrica, também conhecida como Gastroplastia, é um procedimento onde o estomago da paciente é reduzido cirurgicamente com um único intuito, a perda de peso
Mulheres que passaram pela cirurgia bariátrica podem ter preocupações específicas quando se trata de engravidar. Aqui estão algumas considerações importantes:
- Tempo para a gravidez: Geralmente, os médicos recomendam que as mulheres esperem pelo menos 15 a 18 meses após a cirurgia antes de tentar engravidar. Isso permite que o corpo se estabilize e se adapte à perda de peso, o que pode melhorar a saúde da mãe e do bebê durante a gravidez.
- Perda de peso: A cirurgia bariátrica geralmente leva a uma perda significativa de peso. Isso pode melhorar a fertilidade em mulheres com obesidade, uma vez que a obesidade pode afetar negativamente a ovulação e a regularidade menstrual. No entanto, a rápida perda de peso após a cirurgia pode tornar a gravidez mais desafiadora, pois o corpo precisa de tempo para se adaptar às mudanças.
- Alimentação adequada: É fundamental que mulheres que tenham passado por cirurgia bariátrica mantenham uma nutrição adequada antes e durante a gravidez. Isso envolve o acompanhamento de um nutricionista ou médico especializado para garantir que estejam obtendo os nutrientes necessários, como vitaminas e minerais, para uma gravidez saudável. Suplementos vitamínicos podem ser recomendados.
- Acompanhamento de Pré-Natal: As mulheres submetidas à cirurgia bariátrica devem ser monitoradas de perto por seus médicos ao longo de toda a gravidez. É vital para garantir um ganho de peso adequado para a mãe e o bebê, de acordo com as orientações médicas. O ganho excessivo ou insuficiente de peso durante a gravidez pode apresentar riscos para a saúde de ambos, além de permitir a detecção precoce e o tratamento de quaisquer complicações relacionadas à cirurgia prévia.
- Acompanhamento pós-parto: Após o parto é importante que as mulheres continuem a cuidar de sua saúde, mantendo uma dieta equilibrada e, de preferência acompanhada por um nutricionista para ajustar sua alimentação conforme a amamentação ou as necessidades pós-parto.
Em resumo, a obesidade pode afetar a fertilidade, mas a perda de peso e os cuidados adequados podem ajudar a melhorar as chances de concepção. Mulheres que passaram por cirurgia bariátrica também podem engravidar, desde que sigam as orientações médicas específicas para sua situação. Consultar um médico especializado em cirurgia bariátrica e um obstetra experiente é fundamental para garantir uma gravidez saudável e segura. Com as medidas certas, é possível realizar o sonho da maternidade, mesmo após desafios relacionados à obesidade.
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