Diante das discussões a respeito da legalização, o uso indiscriminado de pílulas com substâncias que provocam o aborto, deve ser discutido
O uso de drogas abortivas pode levar muitas mulheres à morte. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 250 mil internações foram feitas nos hospitais do SUS – Sistema Único de Saúde, decorrentes de abortos provocados, entre eles, os feitos por meio do misoprostrol, conhecido comercialmente como Cytotec. A substâncias é indicada para problemas gástricos e um de seus efeitos colaterais é a indução do aborto, devido às fortes contrações uterinas que provoca. Sua venda está restrita desde 1998 à hospitais credenciados pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Entretanto, muitas pessoas conseguem adquiri-la ilegalmente.
A substância pode causar infertilidade decorrente de graves quadros de infecções e complicações que podem levar à perda uterina. “As mulheres que se submetem a esse tipo de interrupção gestacional podem apresentar sangramentos constantes por várias semanas, ou um fluxo mais intenso do que o esperado. Isso possibilita o alojamento de bactérias na região da vagina e do útero, provocando infecções e até a morte, caso não seja devidamente tratado”, explica dr. Arnaldo Cambiaghi, especialista em infertilidade do Centro de Reprodução Humana do IPGO – Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.
Nos Estados Unidos, cinco mulheres faleceram em um pequeno período de tempo, após tomarem pílulas abortivas. A OMC – Organização Mundial de Saúde, declarou que, nos países onde o aborto é permitido, o uso desses medicamentos deve ter um rigoroso acompanhamento médico.
Enquanto no Brasil a questão do aborto ainda está em discussão, diversos pontos de vista são expostos. No caso das pílulas abortivas, o especialista alerta que todos os fatos devem ser analisados para que a saúde da mulher não seja colocada em risco. “Infelizmente as pessoas não conversam com um médico a respeito do assunto. Elas adquirem o medicamento, atualmente de maneira ilegal, sem saber os verdadeiros riscos que correm. Muitas delas desconhecem ou simplesmente ignoram os perigos na ânsia de impedir a gravidez”, finaliza Dr. Cambiaghi.