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O coito programado (CP) (Grupo IPGO)

O coito programado é a determinação do melhor período do ciclo menstrual, utilizando-se o conhecimento médico e a tecnologia, para que o casal tenha relações sexuais e consiga a gestação. Ele pode ser em ciclo natural ou com medicamentos indutores da ovulação.

As principais indicações do coito programado são:

  • Pacientes jovens (abaixo de 37 anos);
  • Pacientes com fator ovulatório como única causa de infertilidade;
  • Virgens de tratamentos anteriores;
  • Qualidade do sêmen adequada;
  • Integridade anatômica do Sistema Reprodutor Feminino.

Sêmen normal e trompas pérvias são pré-requisitos para se indicar essa técnica. Há ainda outros fatores que não excluem esse tratamento, mas que propiciam um mau prognóstico: idade maior que 37 anos, tempo de infertilidade maior que cinco anos, reserva ovariana baixa e endometriose. Esses casos devem ser avaliados criteriosamente, um a um. Deve ainda pesar na decisão a ansiedade, a vontade e a disponibilidade financeira do casal.

As principais beneficiadas são as anovulatórias, pois se este é o único fator de infertilidade, as chances com essa técnica são muito boas.

Conhecimentos e recursos necessários para a realização do coito programado

  1. Conhecimento sobre as drogas e as complicações dos esquemas de indução da ovulação.
  2. Ultrassom endovaginal.
  3. Se puder, um laboratório à disposição para dosagem rápida de hormônios.

Como é realizado

Com em todos os exames laboratoriais normais, a ovulação da paciente será acompanhada. Em ciclos induzidos por medicamentos, o máximo de três óvulos deverão ser recrutados e, mesmo assim, as chances de gestação múltipla deverá ser discutida com o casal. Se o número de óvulos for superior a três e para que se tenha controle sobre o risco, o tratamento deverá ser cancelado ou convertido para Fertilização in vitro. O crescimento dos óvulos é acompanhado por ultrassonografia seriada transvaginal até que os folículos atinjam um tamanho ideal (> 18 mm), em sincronia com o endométrio, que deve ter uma espessura superior a 7 mm e aspecto trilaminar.

Atingido o ponto ideal, o que geralmente ocorre ao redor do 12º ao 14º dia do ciclo, recomenda-se relações sexuais diárias ou em dias alternados. O ritmo sexual particular de cada casal deve ser considerado, uma vez que não são todos que conseguem ter relações todos os dias. Pode-se esperar a paciente desencadear espontaneamente o pico do hormônio LH e ovular, ou pode-se desencadeá-la através do hormônio hCG. Em ciclos onde o hCG, não foi realizado, recomendamos manter relações e controle ecográfico a cada dois dias até a confirmação de que houve ovulação e formação do corpo lúteo. Caso a ovulação não se confirme, recomendamos o uso de hCG no próximo ciclo.

Nos casos de uso do hCG, um novo ultrassom é realizado em três dias para confirmar ovulação. Suporte de fase lútea pode ser associado 7 dias após o hCG.

Nos ciclos induzidos, pelo maior número de óvulos disponíveis, e pela certeza da época da ovulação, as chances de gravidez são substancialmente maiores quando comparadas ao ciclo espontâneo (sem medicação).

Figura 11.1 – Ultrassom no 2º – 3º Dia do ciclo menstrual

Ultrassom no 8º Dia do ciclo menstrual

Ultrassom no 10º Dia do ciclo menstrual com estimulação ovariana
Observa-se endométrio de padrão trilaminar com espessura > 7 mm e presença de folículo pré-ovulatório >18 mm.

Taxa de sucesso

A taxa de sucesso dos tratamentos de baixa complexidade está muito relacionada com a causa da infertilidade, mas é inferior às técnicas de alta complexidade.

A média de sucesso no Coito Programado é de 10 a 15% por tentativa. Em pacientes anovulatórias, a taxa de ovulação é de 70 a 80%, e quando é a única causa de infertilidade, chega-se , com a estimulação, a uma taxa de gravidez por ciclo de 20 a 25%. Após quatro a seis meses, a taxa de gravidez cumulativa nestes caso atinge 60-75% nestes casos. Se há mais de mais de uma causa de infertilidade, a taxa de gravidez é somente de 8%.

Número de tentativas

Não existe regra para o número de tentativas ou de meses para a repetição deste procedimento. A decisão de trocar para outro tratamento de maior complexidade como a inseminação intrauterina (Capítulo 12) ou fertilização in vitro (Capítulo 13) vai depender da avaliação dos ciclos e do “cansaço” físico, emocional, psicológico e sexual do casal pelas repetidas relações sexuais programadas. O relacionamento afetivo pode se desgastar e a insistência e angústia pelas repetidas frustrações podem ser prejudiciais para o bem-estar do casal.
Recomenda-se o máximo quatro tentativas, pois as chances passam a ser muito baixas após quatro insucessos.

Palavra da enfermagem do IPGO

Por se tratar do tratamento de baixa complexidade, as pacientes acabam por ver o Coito Programado como um simples “namoro”, não levando em consideração algumas orientações da equipe médica. Portanto, a equipe de enfermagem tem como função ressaltar a importância da utilização correta das medicações prescritas, do acompanhamento via ultrassom e das dosagens hormonais para o sucesso do tratamento.

É importante sempre pontuar, juntamente com a equipe médica, que a indicação do tratamento mais adequado varia de acordo com cada caso. O coito programado poderá ser recomendado para os casos mais simples.

Este texto foi extraído do e-book “Manual Prático de Reprodução Assistida para a Enfermagem”.
Faça o download gratuitamente do e-book completo clicando no botão abaixo:

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